Capítulo 22

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- Deve ser tão bom poder realizar um sonho, Bianquinha. – Disse Maria Eduarda, suspirando.

- Depois você me conta como é. Vamos fazer isso agora ou trocar de roupa primeiro? –

- Vamos acabar logo com isso. – Disse Maria Eduarda. – Depois você pode dar pulos de alegria no banheiro. –

- Claro, enquanto você abraça o travesseiro. –

- Não estamos indo a lugar nenhum assim. – Maria Eduarda reclamou.

- Certo. Como você disse... vamos acabar logo com isso. –

Maria Eduarda se levantou um pouco. Bianca se encolheu.

- Só... relaxe. Você parece tão tensa. – Pensou Maria Eduarda.

- Estou prestes a fazer a coisa mais constrangedora de toda a minha vida. –

- É bom estar aqui para partilhar esse momento importante com você. –

Maria Eduarda se ajoelhou, ficando de frente para Bianca, que ainda estava um tanto escorada nos travesseiros.

O único som que Bianca ouvia era das batidas do próprio coração. Maria Eduarda se aproximou, segurando-a pelos ombros e a trazendo para mais perto. A mão de Maria Eduarda era quente e persuasiva.

Seus narizes se encontraram primeiro, e o de Bianca se franziu graciosa e automaticamente. Maria Eduarda se controlou para não o morder, numa vontade inesperada e idiota. Bianca, a olhava, as bochechas um tanto vermelhas. Maria Eduarda retribuiu o olhar, sentindo-a tensa.

Começou beijando seus lábios quase que sem querer, mas eles se entreabriram exatamente como Maria Eduarda havia imaginado que iriam. E então Maria Eduarda jogou pela janela aquela ideia bonitinha de fazer tudo devagar, e a beijou de verdade.

Bianca não poderia nem de longe ter se preparado para aquilo, então fechou os olhos e mal se concentrou em beijá-la de volta.

Bianca era doce de uma forma que Maria Eduarda desconhecia, antes que desse por si tinha a tinha em seu colo.

Bianca tinha as mãos em seus ombros, Maria Eduarda sequer sentiu quando as unhas de Bianca se cravaram em sua pele. O que poderia esperar depois de deslizar a mão de sua cintura até a lateral dos seus seios?

Era óbvio que Bianca não estava usando sutiã, e aquilo nunca havia seduzido tanto Maria Eduarda. Apenas tecido branco e macio a separava da pele de Bianca, e foi absurdamente fácil encontrar o pequeno zíper em suas costas.

Interrompeu o beijo, parando no lugar ao ver aquele rosto lindo todo vermelho, os olhos castanhos avermelhados se abrindo devagar. Aqueles segundos de contemplação, contudo, tiveram seu preço. Bianca recompôs-se fácil demais, sentindo onde a mão de Maria Eduarda estava se afastando.

Bianca parecia quase assustada, e Maria Eduarda percebeu que não chegaria a lugar algum naquela noite. Sem paciência para ouvi-la dizer que havia ultrapassado os limites, quando Bianca não havia feito esforço algum para impedi-la, balançou a cabeça e se levantou da cama.

- Maria Eduarda... –

E não ajudava em nada o fato de Bianca estar linda naquela cama, a saia do vestido branco espalhada pelo colchão aos seus pés. Maria Eduarda sentiu a própria respiração difícil, e perguntou-se como nunca a havia desejado antes.

- Eu vou tomar um banho. – Decidiu, lhe dando as costas. Precisava mais ficar sozinha do que qualquer outra coisa, ou então lhe daria um motivo de verdade para reclamar sobre limites.

[...]

Bianca afundou-se nos travesseiros ao ouvir a porta do banheiro bater. Seu corpo ainda estava quente, e isso a assustava.

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