Capítulo 35

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Quando Bianca saiu do banheiro Maria Eduarda não estava mais no quarto, Bianca prendeu o cabelo em um rabo de cavalo e desceu as escadas, um pouco incerta. Decidira o que iria fazer, mas quando contaria a Maria Eduarda? Segundo o roteiro, ainda tinham que jantar, Maria Eduarda tinha que fazer massagem nela, darem um beijo de boa noite e dormirem abraçadas. Quando contar, afinal? ''Não no jantar'', decidiu Bianca, escorando-se no corrimão da escada para a sala.

'' Não sei como Maria Eduarda vai reagir, então é melhor esperar. Na hora da massagem... não... tenho que olhar para Maria Eduarda quando falar, ou não vou conseguir. Na hora do beijo, ou de dormir? Oh, não posso enrolá-la todo esse tempo!''

- Você fica bonita de cabelo solto. - Disse Maria Eduarda, fazendo Bianca se sobressaltar.

Maria Eduarda estava na sala, mudando os canais distraidamente. Vestia uma camisa branca de algodão e short, o mesmo de sempre, então por que o coração de Bianca falhara uma batida?

- Ah isso foi um pedido? - Perguntou Bianca, incerta se Maria Eduarda estava tentando fazer as coisas voltaram ao normal ou simplesmente a pressionando.

- Não. Não exatamente. - 

Mas Bianca soltou o cabelo.

- O que está assistindo? - Perguntou Bianca, depois de alguns minutos em silêncio. 

- Nada.  -  Respondeu Maria Eduarda, ainda mudando de canais. - Não consigo encontrar nada de interessante. - 

- Ah. - 

E Bianca não teve coragem de dizer mais nada, gostaria de ceder ao impulso de chorar como uma criança e contar tudo para Maria Eduarda agora. Tirar aquela expressão de naturalidade do rosto de Maria Eduarda.

Maria Eduarda não poderia ficar mais impassível depois de dizer que a amava, poderia? ''Mas eu não respondi'', Bianca fungou.

Maria Eduarda se virou para Bianca instantaneamente, se amaldiçoando por isso.

- Eu... eu vou arrumar a mesa. - Murmurou Bianca, se levantando.

- Não precisa. Não estou com fome agora. - 

- Nem eu. - Respondeu Bianca saindo.

Maria Eduarda franziu o cenho para si mesma, Bianca estava querendo adiantar as coisas. ''Mas para quê? O que Bianca queria fazer depois do jantar? Ou talvez, sugeriu uma vozinha maligna na sua mente, Bianca só queira ficar sozinha para poder pensar ainda mais, ou chorar um pouquinho''. Maria Eduarda sentiu um aperto no coração, largando o controle sobre o sofá, ela estavam agindo como idiotas completas, pensou Maria Eduarda, fazendo uma retrospectiva: ''Ela percebeu ontem à noite que a amava; Hoje, lançou duas ou três indiretas a Bianca, que se irritou com isso; Tentou relaxar um pouco. Descobriu que se as duas não se odiavam mutuamente como sempre disseram; Teve um momento romântico perfeito; A beijou enquanto a lua surgia; Disse que e amava. Bianca não respondera; As duas sofreram com isso e estavam aqui, quase sem se falar, como duas crianças birrentas''.

O pior era que Maria Eduarda não tinha forças para levantar e conversar com Bianca. A conhecia por tempo o suficiente para saber que Bianca tinha tudo planejado e que, se estava agindo assim e adiantando o jantar, era porque tinha algo em mente, Maria Eduarda só esperava que isso envolvesse um eu também.

- Pode vir. Não sei quem cozinhou, mas a torta está com um cheiro bom. - 

Maria Eduarda assentiu, se levantando e desligando a televisão, as duas se sentaram uma à frente da outra, e Maria Eduarda a serviu como se esse fosse um hábito antigo.

- Voltamos às nossas tendências alcoólatras? - Perguntou Maria Eduarda, vendo a garrafa de vinho.

Bianca sorriu.

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