Capítulo 24 - Estranho Passeio.
- Sinceramente? Não tinha pensado nisso ainda - Mordi os lábios, um tanto quanto confusa com meu futuro - E você? Já sabe o que quer cursar?
- Tenho algumas opções, mas conversaremos melhor sobre isso em outro momento, namorada. Temos que ir embora, nossas duas horas já acabaram. - O moreno avisou apontando para seu relógio de pulso.
- Nossa! Passou tão rápido!
- O tempo é sempre o mesmo, Ana. Não passa nem mais devagar, nem mais rápido.
- Eu sei amor, é modo de falar. - Sorri e me aproximei para dar um selinho carinhoso nele.
- Você me chamou de amor. Se não me falha a memória, é a primeira vez que me chama assim. - O moreno comentou com um sorriso torto nos lábios.
- A primeira de muitas, Chris! - Garanti envolvendo minhas mãos ao redor do pescoço dele e o puxando para mais um beijo.
[...]
Voltamos para casa e depois de me despedir de Christian, que estava com pressa para mudar logo de roupa, entrei em casa e tive uma grande surpresa.
- Mãe? - A chamei com a testa franzida - O que faz aqui?
- Vim te ver, filha. - Ela foi até mim, me dando um beijo na testa.
- Olha, se está pensando em me levar de volta pra Vegas não vai adiantar! Eu fujo de novo e volto para cá no dia seguinte! Entendeu? - Deixei claro.
- Ei, que agressividade é essa Anastasia?! Fala direito com a sua mãe. - Raymond me deu uma bronca, como sempre.
- Eu só não quero ir embora daqui. - Bati o pé.
- Por acaso alguém disse que você vai? - Carla perguntou dando de ombros.
- Não.
- Vim aqui porque estava com saudades de você, filha.
- Ué, mas não foi você quem me mandou para cá lá atrás porque não me aguentava mais?! - Ironizei - Bom, vou tomar um banho que ganho mais. Depois conversamos. - Falei saindo de lá e indo direto para o meu quarto.
Após o banho, Carla entrou no meu quarto sem bater.
- Sabe que odeio quando entra no meu quarto sem bater, né mãe?! Isso acaba com a minha privacidade, argh! - Resmunguei enquanto terminava de me vestir.
- Filha, depois de muito pensar... - Carla sentou na minha cama - Enfim, nós somos uma família ainda, não somos? Querendo você ou não, nós somos. Raymond e eu conversamos e gostaríamos que você nos acompanhasse em um passeio de família. Nós três. O que acha da ideia?
- Passeio em família? - Arqueei a sobrancelha desconfiada.
- Filha, você vem passando por tantas transformações nesses últimos meses... Raymond e eu percebemos que você precisa um pouco mais de nós.
- Será que não é tarde demais pra isso? O tempo passou mãe, não sou mais uma garotinha e estou achando tudo isso extremamente cafona. - Fiz uma careta para ela, enquanto me vestia - Vocês me deixando em paz, me deixando perto do Christian já está mais do que bom.
- Filha, você não pode transformar o Christian no centro do seu mundo.
- E você quer que eu coloque o que como o centro do meu mundo? A bebida?! - Fui me pentear em frente ao espelho - É muito melhor amar um cara puro como o Christian, do que ficar pensando em fazer besteiras e ferrando com a minha vida.
- Anastasia, chega! Eu vim aqui de Las Vegas para sair com você e seu pai e é isso que vamos fazer! Hoje a noite, sem falta! Quero você arrumada antes das seis! - Carla deixou claro, saindo a passos largos do meu quarto e batendo a porta com força.
Pelo jeito, ela ficou estressada mesmo dessa vez.
[...]
- E foi isso, Chris. Minha mãe quer que eu vá ao shopping com eles hoje de noite, mas estou sem a menor vontade. - Comentei ao telefone com o meu namorado.
- Por quê você não quer ir, Ana? Não gosta de ir ao shopping?
- Porque estou achando super hipócrita a Carla e o Raymond querendo fazer família de comercial de margarina nessa altura do campeonato! Poxa, eles se separaram há quase dez anos e nunca, nunca mantiveram contato algum nesse tempo todo. Nem o Raymond tinha contato direito comigo. Enfim, você sabe bem de toda a história.
- Mas as pessoas podem mudar, Ana. Você não mudou? Mudou por amor a mim, lembra? Carla e Raymond podem ter mudado por amor a você.
- Você acha que eles me amam? - Me ajeitei na cama, ficando de barriga para cima e olhando para o teto - Para mim, eles só me aturam porque ainda sou de menor.
- São seus pais, Ana. É claro que eles te amam. De qualquer forma, nós só vamos nos ver amanhã e você terá a noite toda livre. Por que não aproveita para dar um passeio com eles?
- Então... Você acha que devo ir?
- Sim. Faça isso por mim, Ana. Vou ficar feliz se você for.
- Está bem - Suspirei profundamente - Eu vou então.
[...]
Obedecendo as ordens da general Carla, as seis da tarde eu já estava pronta esperando ambos na sala de estar de casa.
Quando me viu Carla sorriu e nós três saímos de casa juntos e entramos no carro de Raymond.
Antes de irmos, vi Christian na janela de sua casa e acenei para ele, que deu um sorriso, certamente feliz por me ver saindo com meus pais.
No caminho, fomos quase completamente calados.
Até estava tendo um diálogo melhor com Raymond antes de me separarem de Christian, mas depois de tudo o que aconteceu nós perdemos o pouco que construímos.
E com Carla, sempre foi só bronca mesmo, então meio que não tinha o que conversar.
- Er... Vamos olhar as vitrines do shopping, filha? - Carla puxou assunto - Quer comprar alguma coisa?
- Sei lá - Coloquei uma mecha de cabelo atrás da orelha - Vamos então. - Concordei.
Olhamos as vitrines e prosseguimos com a caminhada.
As vezes, parecíamos três estranhos de tão sem graça que estávamos em trio.
- Está com fome, Ana? Tem um restaurante japonês muito bom ali na frente - Raymond apontou para o local - Gosta de comida japonesa, filha?
- Uhum - Confirmei.
- Então vamos jantar juntos. Os três! - Raymond tentou esboçar alguma empolgação, mas pelo pouco que conheço dele, tenho certeza que está quase tão entediado quanto eu.
[...]
- Nossa, que comida deliciosa! - Carla exclamou animada - Lembra de quando você tentou aprender a comer com esses palitinhos, Ana?
- Lembro - Acabei rindo - Quase furei a cara da vovó com os palitos. Teve outro que voou da minha mão e atingiu o cara da outra mesa.
- Lembra da confusão que ele fez com a gente?! Quase enfiei a mão na cara daquele grosso!
- Se eu tivesse com vocês, teria dado um bom soco na cara desse cara. - Raymond falou.
- É, mas você não estava. Você nunca estava lá, Raymond. - Lembrei e meu pai baixou a cabeça.
E mais uma vez, ficamos calados.
Acho que dei uma bola fora.
[...]
- E o AA? Como está sendo as reuniões, filha? - Raymond tentou puxar assunto.
- Er... São legais. - Respondi enquanto comia um pouco da sobremesa.
- Legais como? - Carla perguntou tomando um gole de sua bebida.
- Ah, tem uma galera muito legal. Nós fazemos uma roda, quem quer comenta um pouco sobre a própria vida, do que está sentindo naquele momento. No primeiro dia, uma moça narrou a história dela e foi muito forte pra mim.
- Por quê? - Raymond questionou curioso.
- Porque ela é o que eu me tornaria se continuasse bebendo daquela maneira. E... Eu não quero ser como ela de jeito nenhum.
- É tão ruim assim a história dela? - Carla fez uma careta.
- Pior do que você pode imaginar, mãe.
- E como está seu namoro, filha? - Raymond perguntou - Está tudo bem entre você e Christian?
- Sim, estamos cumprindo tudo o que combinamos, tudo dentro dos limites ridículos que vocês nos impuseram.
- Ana! - Carla chamou minha atenção.
- Estou brincando, mãe! Sabe que tô achando até divertido tudo isso?! Esse namoro à moda antiga. E na boa, o importante é não me separarem do Christian. Não me separando dele, está tudo certo.
- Ninguém vai te separar dele, Anastasia. Não se vocês dois andarem sempre na linha! - Carla garantiu mais uma vez.
- Podem ficar tranquilos em relação a isso.
- Ah, por falar nisso, um daqueles rapazes foi solto há uns dois dias.
- Qual deles?
- Er... O... Riley, acho que esse é o nome daquele babaca.
- É esse mesmo. Mas por quê ele foi solto?
- O pai dele é um empresário influente em Nova Orlens, contratou vários advogados, deve ter lavado a mão de algum juiz e conseguiu a soltura daquele meliante.
- Como sempre, o dinheiro e o poder falou muito mais alto. - Revirei os olhos.
- Acha que ele pode fazer algo contra nossa filha, Raymond? Não é melhor Ana andar com seguranças?
- Não, Carla. Felizmente, Riley foi embora da cidade. E James continua devidamente preso.
- Ainda bem! - Minha mãe suspirou aliviada.
[...]
Depois de conversar alguns assuntos aleatórios, voltamos para casa no fim da noite.
Antes de dormir, chequei o celular e vi que tinha uma mensagem de Christian."Boa noite, Ana. Como foi o passeio com seus pais?"
"No começo foi estranho, mas sabe que depois foi até legal? Conversamos um pouco, o clima ficou um pouco menos pesado entre nós três. Acho que no fim das contas, até que valeu a pena."
"Que bom, Ana! Sabia que tudo ia ficar bem."
"Obrigada por ter me dado uma força, amor."
"Dado uma força? O que é isso?"
"Apoio. Obrigada por ter me apoiado, Chris!"
"De nada, Ana."
"Boa noite, Chris. Te amo muito!"
"Boa noite. Também te amo, Ana."
Como já era quase meia-noite, desliguei o celular, fechei os olhos e aos poucos adormeci, torcendo para passar a noite toda sonhando mais uma vez, com meu estranho namorado.
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Nem demorei, né?
No próximo capítulo provavelmente vamos ter a primeira vez deles❤
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Amo vocês ❤
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Estranho Amor
FanfictionAnastasia Steele é uma verdadeira garota problema que a contra-gosto é obrigada a se mudar para uma cidade pequena a fim de morar com seu pai, Raymond, o chefe de polícia de Spokane. É quando se depara com o filho de sua vizinha, um estranho garoto...