Capítulo 10 - Estranha Promessa.
- O que você está fazendo aqui, Jack? - Perguntei baixinho, mas o loiro não respondeu, apenas fez sinal para que eu abrisse a porta lá debaixo para ele.
Engoli em seco, sai do quarto e corri até a sala, abrindo a porta bem devagar, morrendo de medo do Raymond ouvir algum barulho, descer com uma espingarda ou algo do tipo e fazer um estrago gigante na cara do Jack.
Meu ex namorado entrou e o levei até meu quarto, trancando a porta em seguida.
- Por que não pulou a janela como o... - Me interrompi - Por quê não pulou Jack?
- Porque estou com dor nas costas, Ana, por conta de ter batido o carro outro dia... Alcoolizado. - Revelou rindo como se isso tivesse sido legal. - Caraca, que saudade... - Ele disse vindo pra cima de mim me beijar, mas virei o rosto para o lado - O que houve?
- Não somos mais namorados. - O lembrou cruzando os braços - O que você está fazendo aqui Jack? Se meu pai te pega, nem sei o que é capaz de fazer com você!
- É mesmo... - Ele mordeu o lábio - Ele é polícia né? Realmente dá medo, mas agora já era pois estou aqui. Meu pai está na cidade vizinha de Forks a trabalho, aí aproveitei pra vir ver minha ex enquanto ele está em reunião com uns executivos chatos pra cacete. - Se explicou sorrindo pra mim - Não sentiu minha falta?- Senti, um pouco. Quer dizer... Está acontecendo tanta coisa por aqui que nem estou tendo tempo de sentir tantas saudades de Vegas. - Contei sentando-me na cama.
- Que tipo de coisa aconteceria em uma cidade tão pacata como essa? Forks parece tão sem graça! - Jack fez uma careta, sentando-se ao meu lado. - Vai dizer que não tem saudade dos nossos rachas, das festas e das nossas loucuras juntos!
- Parece até outra vida, sabe? Me sinto tão diferente da Ana que você conheceu, me sinto mais humana até. - Revelei.
- Do jeito que você fala parece até que éramos ETs. - Ele zombou gargalhando - Eu fiquei com uma garota depois que você foi embora. - Revelou sem o menor pudor.
- Eu também fiquei com um garoto por aqui. - Confessei.
- E está a fim desse garoto?
- Talvez. - Sorri mordendo o lábio. - E você? Está a fim da garota?
- Estou, mas sabe como é... Já estou quase ficando a fim de outra, mas sinto sua falta ainda.
- Deve ser porque sou inesquecível. - Pisquei para ele - Vai ficar aqui até quando?
- Já era pra eu ter ido embora, Ana. Se meu pai perceber que não estou dormindo no quarto de hotel, vai cortar minha mesada de novo. - Se levantou da cama - Só vim ver se você estava bem mesmo.
- Jack, aproveitando que está aqui... Você me ajudaria em um lance? - Perguntei lembrando de James e Riley.
- Se é encrenca tô dentro! - Confirmou me fazendo sorrir.
- Espere só um pouquinho então. - Falei indo colocar um casaco pois a noite está um pouco fria. - Vamos!
- Pela porta ou pela janela? - Ele disse tirando onda com a minha cara.
- Pela porta, seu besta. - Respondi e saímos do quarto, de casa e fomos para a rua juntos.
Caminhamos pelas ruas e fui mostrando Forks para meu ex.
- Parece aquelas cidadezinhas pacatas de filmes de terror. - Jack brincou olhando para as casas - Quer dizer que quer se vingar desse James e desse Riley pelo que fizeram com o garoto que você ta a fim?
- Exatamente. - Confirmei pondo as mãos no bolso da minha jaqueta - Ambos são vizinhos e tem duas bicicletas que ficam para lá e para cá na cidade.
- Tinham né? Não terão mais. - Zombou rindo para mim e paramos em frente a casa deles.
Era madrugada e as luzes de todas as casas daquela rua estavam apagadas. Tomando todo cuidado possível, Jacob e eu roubamos as bicicletas daqueles imbecis, furamos os pneus delas e depredamos as duas, riscando e deixando-as reduzidas a carcaças velhas. Também pixamos um pedaçinho da bicicleta, onde xingamos os dois de covardes. Por último, foi só devolver as duas para os quintais das casas de ambos e em seguida, retornamos para minha casa, em meu quarto.
- Até que você pegou leve com esses dois, se nossos amigos estivessem aqui nos reuniríamos pra descer o cacete nesses imbecis.
- Verdade! Valeu pela ajuda, Jack.
- Você sabe que pra fazer baderna sempre pode contar comigo, não só pra isso é claro. - Piscou para mim enquanto se olhava no espelho da cômoda.
- Agora é melhor vocé ir embora antes do seu pai notar sua ausência lá e o meu, perceber sua presença aqui.
- Ana? Abra essa porta. - Ouvi Raymond dizer, arregalando meus olhos imediatamente.
- Ferrou... Jack, você precisa ir embora agora! - Falei empurrando o moreno até a janela.
- Eu tô com dor nas costas, Ana! - Me lembrou.
- Problema seu! Pula logo antes que meu pai arrombe a merda da porta, rápido! - O apressei e Jack pulou a janela, não sem antes me roubar um selinho, o que me fez revirar os olhos de novo.
- ANA, ABRA ESSA PORTA! - Meu pai gritou furioso, enquanto eu fechava a janela.
- Tô indo, Raymond. - Falei destrancando a porta e me deparando com meu pai.
- Quem estava aí contigo? - Indagou olhando ao seu redor.
- Ninguém, oras. - Dei de ombros.
- Eu ouvi um barulho, Ana. - Ele insistiu.
- Eu tinha decido pra beber água, depois voltei para o quarto e cantarolei sozinha aqui pra ver se pego no sono, só isso. Juro! - Tentei fazer a maior cara de santa possível.
- E por que não está de pijama?
- Porque também fui no quintal pra... Respirar um pouco de ar puro. Em Vegas o ar não era tão leve quanto o daqui, sabe? - Desconversei.
- Hum... - Ele coçou seu bigode. - Okay, então voltarei a dormir. Boa noite, filha. - Falou indo até mim e beijando o topo de minha cabeça.
- Boa noite! - Me despedi e ele foi embora do meu quarto.
[...]
Esperei por Christian até quase cinco da manhã, mas estranhamente ele não apareceu, muito menos surgiu na janela de seu quarto do outro lado da rua para me dizer algo e só então me dei conta que sequer tenho o número de celular dele, o que é muito louco mesmo, já que estamos em pleno século vinte e um.
Me lembrei que ainda tenho bebidas e cigarros escondidos no quarto, me bateu vontade de fumar um e mesmo sabendo que não é uma coisa que os outros aprovariam, peguei três cigarros, acendi o fósforo e os traguei, até conseguir enfim, pegar no sono.
[...]
Na manhã seguinte meu pai levou-me a escola antes de ir na delegacia e ai chegar lá olhei para todos os lados em busca de Chris, mas nada dele.
- Você viu o Christian, Leila? - Perguntei a morena que estava indo para os fundos do colégio.
- Não, estou indo lá atrás dar um trago. Quer ir comigo? - Me tentou.
- Não, hoje não. - Neguei dando um sorriso fraco.
Não vou me arriscar duas vezes no mesmo dia afinal, tive sorte do Raymond não ter notado que eu tinha fumado quando me acordou hoje de manhã.
Caminhei pelo colégio quando vi Katherine e Elliot se beijando perto da biblioteca. Ambos fazem um casal tão bonito, feliz.
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Estranho Amor
Fiksi PenggemarAnastasia Steele é uma verdadeira garota problema que a contra-gosto é obrigada a se mudar para uma cidade pequena a fim de morar com seu pai, Raymond, o chefe de polícia de Spokane. É quando se depara com o filho de sua vizinha, um estranho garoto...