Capítulo 1 - Estranho Olhar

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[...]
- Você vai gostar de Forks. Vai demorar para se acostumar já que sempre viveu em cidade grande, mas com o tempo vai gostar de lá sim, tenho certeza disso filha. - Carla tentava me convencer durante nosso almoço silencioso.
Desde que minha mãe comunicou-me que irei embora de Vegas, não falei mais com ela e olha que já fazem dois dias.
Ela está cuidandos dos preparativos da viagem, fazendo minhas malas e ligando para Raymond todos os dias, a fim de passar informações importantes à ele sobre mim e minha rotina.
Minha mãe e eu sempre tivemos uma relação complicada.
Carla se separou do meu pai quando eu tinha cinco anos e desde então vivemos juntas aos trancos e barrancos. Minha personalidade forte me fez ficar rebelde aos treze anos e aos quinze, quando conheci meus atuais amigos, começei a badalar, beber, fumar e fazer tudo o que pais sempre detestam que os filhos façam.
Uns dizem que faço isso pra chamar atenção.
Outros, por rebeldia mesmo.
Mas a verdade é que nem eu entendo direito porque sou assim, só sei que nada do que faço me faz feliz de verdade.
- Onde vai Anastasia? - A loira de olhos castanhos perguntou ao me ver caminhar em direção a porta.
- Na lanchonete ver meu namorado. - Respondi secamente batendo a porta com força e indo embora.
Aos dezessete anos já tenho meu próprio carro, mas por conta de um dos mil castigos que já levei na vida, estou sem ele há alguns dias. Por isso, peguei um táxi até uma lanchonete não muito longe de casa onde tinha marcado de encontrar Jack Hyde, meu namorado.
Jack é musculoso, bonito, sexy, bronzeado e um dos rapazes mais populares da escola. Foi ele quem me apresentou o mundo que vivo hoje, sem limites, repleto de diversão e roubadas embaladas a alta velocidade de rachas, cigarros, festas e bebidas.

 Foi ele quem me apresentou o mundo que vivo hoje, sem limites, repleto de diversão e roubadas embaladas a alta velocidade de rachas, cigarros, festas e bebidas

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- Que saudade... - Falei o puxando para um amasso quente. - Minha mãe vai me mandar pra Forks, não tenho ideia de como impedir, Jack. - Contei muito nervosa.
- Droga! Se eu tivesse grana poderíamos fugir daqui mas por conta do que aconteceu aquele dia Bob cortou minha mesada de novo. - Ele contou sentando-se ao meu lado na mesa.
- Mesmo assim, nem se desse fugiria com você. Se nos pegassem você seria preso por sequestro porque já é de maior. - Deduzi sendo realista. - Mas e agora, como faremos?
- Ana ... - Ele segurou minhas mãos. - Sou amarradão em você mas relacionamento a distância não está nos meus planos, não vou mentir fingindo que seria fiel porque na real, eu não seria.
Ah, pelo menos Jack foi sincero.
- Eu sei. Então vamos fazer assim, vamos ser apenas amigos enquanto vou lá para aquela cidade e faço um inferno da vida do Raymond. Logo ele vai se cansar de mim e me mandará aqui para Vegas de novo. - Planejei dando de ombros. - Ai voltaremos a namorar, certo?
- Certo. - Ele concordou me dando um selinho.
- Pois bem, enquanto isso curta a vida muito por mim, Jack. - Pedi sorrindo e lhe dando um longo beijo de despedida.
[...]
Depois de me despedir do meu namorado, foi a vez de dar adeus aos meus amigos, Mike e Jessica. Marcamos de nos encontrar em um dos nossos bares favoritos para uma despedida sem bebidas, senão capaz de ao invés de me mandar para Forks, Carla me mandará para uma rehab.
- É um absurdo eu ter que ir morar com meu pai que a vida inteira sempre se lixou pra mim. - Desabafei revirando os olhos.
- Mas você também nunca deixou que ele se aproximasse de você, sempre que ele te ligava se limitava a dizer apenas oi e tchau. - Jessica lembrou pondo a mão sob meu ombro. - Enfim, espero que você volte logo. De qualquer forma, fica meu presentinho pra você se divertir enquanto vive naquela cidadezinha de comercial de margarina. - A morena me entregou uma garrafinha de vodka.
- Valeu. - Agradeci guardando a mesma na mochila.
- Também trouxe uma lembrançinha. - Mike brincou me entregando alguns maços de cigarros.
- Obrigada, vou aproveitar muito esses presentes nos meus momentos de tédio. - Afirmei dando risada com eles pela última vez.
[...]
- Adeus filha, sempre que estiver de folga do escritório viajarei para te ver. - Naquele momento, Carla se despedia de mim no aeroporto de Las Vegas.
- Não precisa. - Neguei friamente sem encara-la. - Aproveite bem o tempo que estará livre de mim, mas já aviso que voltarei muito antes do que a senhora pensa.
- Você pode não acreditar, mas eu te amo filha. - A advogada garantiu beijando minha testa e me abraçando, não sendo retribuída pois ainda estou com muita raiva dela.
- Tchau... - A olhei e vi seus olhos cheios de lágrimas. - Mãe. - E a abraçei rapidamente pois sei que no fundo sentirei muita falta da dona Carla, até mesmo de suas broncas.
[...]
Durante o vôo dormi boa parte do tempo enquanto escutava músicas de rock, pop e reggae, meus ritmos favoritos. Estava me sentindo vazia e triste pois não tenho a menor ideia do que será de mim nesta nova cidade, onde não conheço ninguém a não ser meu pai.
[...]
- Oi filha... - Raymond me cumprimentou com um abraço apertado. - Como você cresceu, está cada vez mais linda! - Elogiou beijando minha bochecha no aeroporto de Forks.
- Oi Raymond. - Falei dando um meio sorriso.
- Ana, queria muito que me chamasse de pai agora que teremos uma convivência mais direta. - Ele sugeriu pegando minhas malas.
- Er... Ta certo... Pai.
Nunca chamei Raymond de pai porque quase não tivemos convivência durante meus dezessete anos. Pra ter uma ideia a última vez que o vi pessoalmente eu tinha uns treze anos no máximo.
Meu pai é totalmente dedicado ao trabalho como chefe de polícia de Forks, que ao que parece é bem chata pois no caminho até minha nova casa as ruas estavam bem tranquilas mesmo em um dia ensolarado de hoje. Dizem que o clima daqui é bem frio, acho aliás que essa vai ser a única coisa que não vai me incomodar já que amo neve no inverno.
- Se lembra quando você vinha aqui? - Raymond perguntou enquanto dirigia e quebrava o silêncio quase perturbador daquele carro.
- Não, eu era muito pequena na época. - Respondi mantendo meu olhar na paisagem das ruas da cidade. - Minhas memórias são todas de Vegas.
- Ana, não quero que pense em Forks como um castigo e sim, como um recomeço. - O homem de cabelos e bigodes pretos comentou olhando rapidamente para mim. - Não parece, mas Forks é um lugar muito bonito, com pessoas adoráveis e belos pontos turísticos. Talvez demore, mas você gostará de morar aqui e pode contar comigo para o que precisar. - Falou estacionando o carro em frente sua casa, quer dizer, nossa. - É aí que vamos morar. - Avisou apontando para o local.
- Ah... - Tirei o cinto e saí do carro, olhando ao meu redor.
As casas são medianas, nem muito grandes nem muito pequenas e todas tem jardins, algumas crianças brincando no balanço ou jogando bola, tudo aparentemente pacato mas o que realmente me chamou a atenção foi a casa dos nossos vizinhos de frente.
Tinha um garoto parado no jardim em frente a mesma que quando me viu, passou a olhar fixamente para mim como se eu estivesse sei lá, com alguma sujeira no dente ou pagando algum mico.
Ele tinha os cabelos castanho acobreados, a pele levemente bronzeada, era alto, pouco musculoso, usava roupas bem simples e continuava me olhando sem parar, chegando até a inclinar a cabeça para o lado a fim de me enxergar melhor.
O que mais me chamou a atenção foram seus olhos doces, misteriosos e ao mesmo tempo penetrantes, como se estivesse vendo além do meu corpo, minha alma.

E por algum motivo, também não consegui mais parar de olha-lo

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E por algum motivo, também não consegui mais parar de olha-lo.

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Quem será esse garoto que a Ana viu? Cof, cof kkkk

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