Capítulo 25 - Estranha Primeira Vez.
[...]
O tempo foi passando e minha relação com Christian foi se aprofundando cada vez mais.
Aos poucos, também fui percebendo um certo amadurecimento em mim.
Continuei frequentando as reuniões do AA, semanalmente e rigorosamente para evitar encrenca com meus pais. Lá fiz novos amigos, conheci outras histórias de pessoas muito mais maduras do que eu e fui percebendo que o caminho do alcool e drogas, ílicitas ou não, não é mesmo o ideal para mim.
Eu quero ter uma vida cheia de emoção, uma vida feliz.
E não preciso de um copo de bebida para conseguir isso.
Passei a focar mais nos estudos, a tentar aprender um pouco mais e as aulas particulares de Christian me ajudaram muito a melhorar minhas notas em exatas que não são excelentes, mas pelo menos não estão ruins como antes.
O verão chegou e com ele, o fim das aulas regulares. Só faltava praticamente a formatura do colégio mas por conta de alguns atrasos acadêmicos, a data da festa foi adiada por mais uns dias. Como as férias estavam próximas, Mia teve a ideia de toda a sala ir acampar na floresta para aproveitar o verão como nunca, afinal, aquele seria nosso último ano como estudantes. Mas meus pais não estavam nem um pouco a fim de autorizar esse passeio.
E eu queria muito ir, afinal, poderia finalmente ficar a sós com Christian.
— Qual é mãe?! Venho me comportando bem há meses. O que custa me deixar acampar com o pessoal do colégio? - Perguntei com as mãos na cintura.
— Não sei se você vai ter o juízo necessário, Ana. - Carla explicou enquanto se arrumava no quarto.
Aliás, um fato curioso é que ela disse que só ia ficar uns dias por aqui mas já está há meses.
— Mãe, a floresta fica logo ali - Revirei os olhos - Poxa, todo mundo vai.
— Você não é todo mundo.— Como a senhora é chata - Revirei os olhos outra vez - É sério mãe, até o Christian vai. Por quê não posso ir também?
— É melhor falar com o seu pai primeiro.
— Ele já deixou - Dei um sorriso amarelo - Me adiantei e perguntei para ele hoje cedo sobre. E ele não fez objeção alguma, juro. Por favor, mãe. - A abracei - Deixa, vai. - Insisti.
— Ana, Ana... Está bem, eu deixo!
— Jura?
— Uhum.
— Obrigada mãe! - Dei um beijo na bochecha dela - Muito obrigada mesmo! - Não me contive e comecei a pular de alegria.
Nos últimos tempos, Raymond, Carla e eu estamos nos dando bem melhor.
Estamos quase parecendo uma família, como éramos antes deles se separarem.
— Mãe, posso te perguntar uma coisa? - Me sentei na beira da cama dela.
— Claro. - Carla concordou passando um batom cor de boca nos lábios, enquanto se olhava no espelho.
— Por quê não foi embora ainda?
— Está me expulsando de Spokane, mocinha?!
— Claro que não, mãe - Ri.
— É que... Minhas funções de trabalho estão sendo feitas em home office por enquanto e a empresa aceitou de boa. Por isso, não vejo necessidade de voltar a Vegas por enquanto. Só isso.
— Sei.
— Ah, sexta-feira Raymond e eu vamos ver aquela exposição no centro da cidade.
— Vocês andam saindo bastante nos últimos tempos, não? - Observei.
— Ana... Para de pensar besteira.
— Mas eu não disse nada, dona Carla!
— Mas pensou! - Mostrou a língua para mim e ambas demos risada.
Será que depois de todo esse tempo, meus pais vão voltar a ser um casal?
[...]
Quando o fim de semana chegou, eu já estava com quase tudo pronto. Arrumei minha mochila pegando tudo que uma garota precisa - inclusive para transar - até porque eu tinha outros objetivos além de só me divertir com os amigos.
O que queria mesmo era passar um bom tempo sozinha com Christian.
Eu e ele.
Nos últimos meses, temos até que nos comportado um pouco mais no quesito intimidade.
O chupei mais duas vezes e ele, me chupou outras duas.
Outro dia no quarto dele assim que seus pais saíram de casa, nós namoramos na cama do quarto dele, mas não passamos de beijos quentes, mãos bobas etc.
E no nosso último encontro, eu pedi e ele se masturbou para mim.
Disse também que se sentia pronto para ter sua primeira vez comigo, mas resolvi esperar mais um pouco.
É uma situação muito nova para mim isso de me relacionar com alguém que ainda é virgem.
O único garoto com quem transei foi Jack - que não era virgem - e agora, Christian.
Então não sou lá tão experiente assim.
Tenho medo de fazer alguma coisa idiota e tudo acabar dando errado.
Ao mesmo tempo, cada dia mais sinto que já passou da hora de me entregar para ele, agora em uma relação cheia de amor, de paixão, de carinho.
Só de pensar nisso meu coração já fica disparado.
— E então? Pegou tudo que precisa? - Christian perguntou fazendo sinal para o táxi parar.
Estávamos na porta da minha casa, com as mochilas nas costas e de mãos dadas.
— Sim. E você?
— Eu também. Minha mãe exagerou um pouco, me obrigou a levar dois frascos de filtro solar, mas só vamos acampar por alguns dias. Não vejo necessidade de tanto - Deu de ombros - Mas o que importa é que ela autorizou nosso passeio e estou muito feliz por isso.
— Sério? - O táxi parou e entramos nele.
— Sim. Essa vai ser a primeira vez que irei dormir fora de casa. As únicas vezes foram quando eu fiquei internado por conta do acidente, por exemplo. - Revelou - Mas acho que não conta. E você?
— Não, já acampei outras vezes, dormi na casa de amigos em Vegas, na casa do Jack também. - Respondi colocando o cinto de segurança.
— Você já dormiu na casa do Jack quando vocês eram namorados?
— Sim. É comum o namorado dormir na casa da namorada e vice-versa. - Expliquei dando um beijo na bochecha dele.
— Mas só depois que eles começam a fazer sexo? Quer dizer que depois que você fizer sexo comigo, vou poder dormir na sua casa e vice-versa? Acho que meus pais não aprovariam.
— Christian! - Dei uma cotovelada nele, sem graça pelo motorista estar escutando nossa conversa.
— O que foi?
— Depois conversamos sobre isso.
— Por quê? Aliás, por que me deu essa cotovelada?
— Christian, faz uma coisa para mim? Me beija! - Pedi. Afinal, é melhor mantê-lo com os lábios ocupados para não continuar me fazendo passar vergonha.
[...]
Chegamos na entrada da floresta onde toda a turma nos aguardava, só faltava mesmo Elliot e Ângela, que chegaram minutos depois. Em seguida, entramos na floresta e andamos um pouco pela mata, até que encontramos um lugar mais amplo para podermos acampar.
Como alguns alunos já eram maiores de idade, não vimos necessidade de adultos nos acompanharem nesse momento de lazer.
Enquanto os meninos montavam as barracas, as meninas foram procurar lenha para fazer fogueira para nos aquecer a noite caso a temperatura caísse um pouco.
— É hoje? - Angel questionou baixinho, enquanto pegávamos lenha para levar para o acampamento.
— É hoje o quê? - Perguntei com a sobrancelha arqueada.
— Que vocês vão transar, oras!
— Christian e eu?
— Não, você e o Tom Holland. É claro que é você e o Christian, mulher. - A morena revirou os olhos.
— Não sei, Angel. Não quero pressiona-lo.
— Fala sério, Ana. Já passou da hora de vocês fazerem isso. Estão juntos faz tanto tempo.
— É, mas eu quero ir com calma.
— Devagar, quase parando né? - Gargalhou.
— Vai cuidar da sua vida, Angel. - Mostrei o dedo do meio para ela, que continuou rindo.
— Você apaixonada é extremamente cafona, Ana. Sério!
— Cafona sim, mas pelo menos estou feliz. - Pisquei para ela, que apenas sorriu de volta e parou de me encher, me acompanhando de volta ao acampamento, ao lado das outras meninas.
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Estranho Amor
FanfictionAnastasia Steele é uma verdadeira garota problema que a contra-gosto é obrigada a se mudar para uma cidade pequena a fim de morar com seu pai, Raymond, o chefe de polícia de Spokane. É quando se depara com o filho de sua vizinha, um estranho garoto...