Capítulo 19 - Estranho Namoro.
- Ah... - Coloquei uma mecha de cabelo atrás da orelha - Namoros como manda o figurino são semelhantes aqueles romances clichês da banca, sabe? Aposto que você já deve ter lido um livro assim. Ou parecido com aqueles dos nossos bisavós em que mal podia pegar na mão, beijar etc.
- Você sabe que não gosto muito de toques. - Christian lembrou tirando os óculos de leitura e os guardando sob o criado-mudo - Mas gosto de beijar você, sinto várias coisas boas quando nos beijamos, Ana.
- Eu sei, também sinto. - Segurei a mão dele - Mas se quisermos mesmo ficar juntos teremos que nos comportar, ao menos por um tempo.
- Um tempo?
- Sim, senhor Grey. - Me aproximei mais dele, deslizando minha mão por sua coxa - Você sabe que lá no fundo ainda tenho uma alma rebelde. - Expliquei mordendo os lábios.
O moreno engoliu em seco e suas bochechas esquentaram.
- O que mais um casal de namorados faz?
A inocência de Christian é quase genuína.
- Passeiam juntos, viajam pra conhecer o mundo. - Comentei ficando de pé - Vão no cinema, no shopping, na lanchonete. Ah, também fazem atividades diferentes juntos, planos para o futuro e também fazem... Sexo. Uns menos, outros mais. No nosso caso espero que seja a segunda opção.
- Então teremos que fazer sexo? Pensei que só fossemos fazer depois do casamento, Ana.
- Não, iremos fazer quando acharmos que é a hora certa apenas.
- E como vamos saber que é a hora certa? Quando eu estiver excitado?
- Christian! - Olhei rapidamente para a porta - Melhor conversarmos sobre isso em outro momento, vai que alguém aparece e escuta nosso papo?
- Tudo bem. - Ele concordou se calando - Que tal jogarmos xadrez? Namoramos fazem atividades que gostam juntos e eu adoro jogar xadrez.
- Não sei jogar, Chris.
- Não tem problema, eu te ensino.
[...]
Da estante do quarto do moreno, peguei o tabuleiro, as peças e as organizamos na nossa mesinha de estudos. Aos poucos, Christian começou a me ensinar a jogar e aproveitei para trocar uns beijinhos com ele nesse meio tempo para matar as saudades.
- Xeque-mate. - Grey disse ganhando mais uma vez de mim.
- Sou péssima nesse jogo! - Exclamei fazendo uma careta - Chris, eu sei que foi você quem venceu a partida, mas posso te fazer um pedido?
- Sim. - Concordou me olhando atentamente.
- Promete que nunca mais vai tentar tirar sua vida? - Prometi sentindo meus olhos ficarem marejados - A vida é um dom e não podemos, nem temos o direito de tira-la.
- Só se você prometer que nunca mais vai me abandonar, Ana. Pois pra mim, a vida só é boa se você estiver comigo. - Disse colando sua testa na minha e fechando os olhos.
- Você é lindo, Chris. - Falei fechando os olhos e grudando nossos lábios novamente.
Pedi passagem com a língua e ele permitiu, deixando que eu sentisse cada canto de sua boca. As mãos do moreno logo foram de encontro a minha cintura e a minha, as costas e cabelos dele. Infelizmente, fomos interrompidos por Grace que pigarreou para nos chamar á atenção.
- Ana, está na hora de ir embora. - A morena avisou parada na porta e no mesmo momento, Christian e eu nos afastamos.
- Certo. - Me levantei - Até logo, namorado.
- Até logo, namorada. - Christian se despediu acenando docemente para mim.
[...]
Quando cheguei em casa, tomei um banho demorado e mais tarde durante o jantar, vivi uma situação inusitada ao ter pai e mãe sentados a mesa comigo pois fazia muitos anos que esta cena não ocorria na minha vida. Pelo menos desta vez, ambos não estavam brigando. Pelo contrário, conversaram civilizamente durante todo o jantar.
- Irei ficar aqui por mais uma semana, filha. - Carla comentou tomando um gole de seu refrigerante de laranja - Para visitar alguns parentes e matar as saudades de algumas amigas que ainda moram aqui.
- Uhum... - Murmurei pondo uma garfada de comida na boca.
- O que acha de sairmos juntas filha? Como antigamente!
- Antigamente tipo como se eu ainda tivesse uns doze anos? Porque de lá para cá, você nunca mais me chamou pra passear. - Respondi de boca cheia.
- Porque você se tornou uma menina rebelde, não dava pra sair com você. - Carla justificou e revirei os olhos - Melhor ainda, e se nos três saissémos juntos?
- Os três? - Raymond arregalou os olhos, quase engasgando com a comida.
- Ta aí um acontecimento quase inédito. Papai e mamãe saindo com a filhinha. - Ironizei.
- Seu mau humor noturno é ainda pior que o diurno, Ana. - Raymond comentou dando um sorrisinho - Se quiserem, podemos sair sim, os três.
- Não sei se é boa ideia. Quando saiamos na minha infância sempre acabava em briga. - Lembrei.
- Ainda tem mágoa de nós, filha? - Carla reparou, mas não queria entrar neste assunto agora e me sentir mal.
- Já terminei, posso subir? - Perguntei me levantando.
- Sim filha. - Ray concordou.
Carla e Raymond podem até ter me deixado namorar Christian, mas não vão deixar de ser tão cedo a mãe relapsa que largou a filha com o pai porque não aguentava mais, nem o pai que passou anos sem contato algum com a própria filha.
Coloquei meu prato na pia pois hoje enfim, não é meu dia de lavar louça e subi para o quarto. Escovei os dentes e troquei de roupa, colocando meu pijama. Sentei na cama e mais uma vez, tomei alguns goles da vodka que tenho guardada para relaxar um pouco e dormir mais facilmente.
[...]
Estava quase dormindo quando ouvi um barulho.
Abri os olhos e ouvi o barulho mais uma vez, vindo da janela.
Levantei da cama, dei uma olhada no relógio e constatei que era madrugada. Abri a janela e vi Christian lá embaixo de pijama sorrindo torto para mim. Em suas mãos, havia algumas pedrinhas que tinham sido usadas para jogar na janela e provavelmente, chamar minha atenção.
Que tentação...
Fiz sinal para Christian subir no meu quarto e enquanto ele se preparava, calcei meus chinelos e fiz um coque nos cabelos. Christian conseguiu subir tranquilamente apesar de ter posto rapidamente a mão no abdomên, possivelmente com dor.
- Você está bem? - Perguntei fechando a janela rapidamente.
- Sim, só senti um pouco de dor por conta do acidente mas estou bem.
- Está maluco? O que veio fazer aqui?
- Kate comentou comigo mais cedo que certa vez, Elliot veio visita-la de madrugada para matar as saudades e como isso é uma coisa que namorados fazem, resolvi fazer com você afinal, também somos namorados. - Explicou me fazendo abrir um sorriso.
- Você é muito fofo, Chris. - Fiquei na ponta dos pés para beija-lo com carinho quando ele se afastou com as sobrancelhas devidamente franzidas - Que foi?
- Você está cheirando alcool, Ana. Por acaso você bebeu?****************
Capítulo dedicado a minha querida leitora e amiga AriadnaOliveira que fez aniversário semana passada e é uma das maiores fãs desta história.
Quem aí estava com saudade?
Eu estava com muita saudade de escrever sobre esses bebês, essa fic é meu xodó e sempre será ❤
Votem, comentem muito❤
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Estranho Amor
FanfictionAnastasia Steele é uma verdadeira garota problema que a contra-gosto é obrigada a se mudar para uma cidade pequena a fim de morar com seu pai, Raymond, o chefe de polícia de Spokane. É quando se depara com o filho de sua vizinha, um estranho garoto...