Capítulo XLVIII.

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Shivani Urrea:

Dias depois:

     Minha cabeça latejava e tudo que eu queria era que Bailey apagasse a maldita luz para que eu pudesse voltar para a escuridão do que parecia que era a única coisa que aliviava as minhas dores de cabeça. Eu sabia que ele estava acordando mais cedo que o normal, pois, era dia do feira e ele saia cedo para conseguir as melhores verduras para o restaurante. Senti um beijo ser plantado na minha boca e sussurrei que o amava e ouvi ele sair do quarto apagando a luz e eu suspirei voltando para a escuridão.

      Tentei voltar a dormir, mas, a dor parecia cada vez mais forte e tudo que eu queria era poder me livrar dela, abri os meus olhos, mas, parecia que a minha visão estava tão escura quanto o meu quarto e suspirei, aquilo estava realmente se tornado mais frequente e a cada dia demorava mais para que eu começasse a
enxergar, tateei o meu criado mudo até conseguir me levantar e fui me apoiando
na parede até o banheiro, meus remédios estavam dentro da minha necessaire que estava na primeira gaveta da pia, eu precisava apenas chegar até lá e tomar
aquelas pílulas e tentar pelo menos descansar um pouco, já que tinha sido uma noite infernal por conta daquela dor de cabeça que não passava por nada.

      Deixei a luz apagada, já que elas incomodavam ainda mais a minha visão, tateei a pia até conseguir encontrar o puxador e peguei a minha necessaire, por sorte tinha apenas ela naquela gaveta ou precisaria pedir ajuda para Martha e eu não queria que ela descobrisse sobre o meu segredo, pois, eu tinha certeza que ela iria contar para Bailey e eu não queria o deixar ainda mais preocupado.

_ Inferno! – Exclamei ao abrir o vidro e ver se não tinha nenhum maldito comprimido. Como diabos eu fui esquecer daquilo? Eu precisaria ir até o hospital para conseguir uma nova receita para comprar os medicamentos e até lá a minha dor de cabeça não iria passar.

     Joguei o pote dentro da pia e suspirei encontrando a torneira e a ligando enquanto eu jogava água no meu rosto, quem sabe aquilo não faria com que eu me sentisse um pouco melhor, suspirei sentindo uma vontade imensa de me colocar em posição fetal e chorar até que eu não tivesse mais forças para fazer absolutamente nada.

    Virei-me apoiando-me na pia e tateei a parede até encontrar o vaso, precisava fazer xixi e depois voltar para a minha cama, eu iria passar o dia inteiro trancada naquele quarto, assim eu não precisava ouvir qualquer barulho que faria com que a minha dor de cabeça piorasse. Levantei-me rapidamente sentindo a tontura tomar conta do meu corpo e tentei me apoiar em algo, mas, o chão estava molhado e eu acabei escorregando e gritei quando bati com a cabeça na quina da pia e comecei a sentir algo escorrer da minha testa.

_ Senhora Urrea. – Chamou Martha e eu quis gritar para que ela fosse embora, mas, eu não conseguia fazer aquilo, parecia que nenhum dos meus sentidos estavam me obedecendo e eu estava paralisada._ Oh meu deus! Senhora Urrea!

_ Eu estou bem. – Balbuciei vendo o seu vulto parar na minha frente, parecia que pelo menos a minha visão estava retornando e eu não precisaria responder a perguntas indesejadas._ Está tudo bem.

_ Você está sangrando senhora. – Falou ela pressionando a minha testa e eu gemi de dor, aquilo parecia doer mais do que a minha dor de cabeça, parece que estávamos apenas mudando o local da dor._ O que aconteceu? A senhora não acostuma acordar tão cedo. Irei ligar para a ambulância a senhora está sangrando demais e bateu com a sua cabeça.

_ Estou bem. – Falei levantando-me e a senhora não pareceu feliz com a minha resposta, apoiei-me na pia para que ela não percebesse que eu estava tonta e que poderia cair a qualquer momento._ É apenas um corte superficial, não preciso ir a um hospital por conta de um cortezinho.

Um amor para nós - livro Três - Mulheres Da Máfia - ShivleyOnde histórias criam vida. Descubra agora