11. Em família.

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Notas iniciais: Vampirinhes, preparades com esse capítulo? Confesso que me diverti bastante ao lê-lo.

Capítulo 11.

— Em família.

SE EXISTIA ALGO que me definia, naquele instante, era a mais pura e crua sensação de frustração. Era um sentimento amargo, irritante e extremamente desagradável que yo não estava sabendo lidar muito bem. Puta mierda! A minha vontade era de gritar e colocar fogo no maldito livro na minha frente para tentar amenizar um pouco o ranço odioso que me percorria e me deixar mais calma. Por outro, era algo que deixaria Minerva Morgado pronta para puxar a minha orelha e rezar uma bíblia para mim pela próxima década.

E sem sombras de dúvidas, mi madrina faria.

— Por que não posso colocar fogo em você, hm? — Resmunguei, com uma careta de puro desagrado, para o velho livro aberto na minha frente. Me encontrava sentada na cadeira da minha madrinha e tentava compreender as palavras latim, só que estava sendo algo impossível. — Ah, foda-se! Vou te jogar pela janela mesmo. — Peguei-o e me movi na direção da janela aberta da biblioteca.

O meu sorriso morreu quando tive que me conter ao notar uma segunda presença no cômodo.

— Se eu fosse você, não faria. — Avisou em um tom sério. — Ah, eu não faria mesmo, Yelena. Por acaso, perdeu o amor a sua existência?

Se passara quase quatro dias, desde o nosso encontro com os Volturis e o surto que tive quando vi a Alice em perigo pelas mãos de Félix. Após apagar fora do salão pomposo, fui despertar mais de 48 horas depois, já de volta em Forks e no conforto da minha cama, completamente desorientada e ainda cansada. Kendra jogou-se sobre mim quando ouviu a minha voz, enquanto Minerva, em um misto de alívio e irritação, me encheu de tapas que eram como cócegas para mim.

Que mierda havia acontecido comigo?

Era um ótimo questionamento sem uma resposta plausível a primeiro instante. Na realidade, pouco me recordava do que fiz naquele salão pomposo. Apenas ficou marcado em mim a sensação abrasadora do poder que me envolveu, a sede de vingança que dançou pelas minhas veias como veneno e o prazer que tive em arrancar tanto os braços quanto a cabeça de Félix. O mais próximo que já experimentei, no entanto não chegou em 1% de dias antes, fora quando descobri quem havia matado a Ellie e o que fizeram com Kendra ainda na sua infância.

Já matei diversos seres sobrenaturais ao percorrer de quase 60 anos, assim como também possuía sangue humano as minhas mãos. Yo não era nenhuma heroína dos quadrinhos ou me arrependia das minhas escolhas, apenas fiz justiça por contra própria. O meu único orgulho era nunca ter bebido de um mortal para saciar a minha sede na fase adulta, apenas utilizei de bolsas na minha infância antes de aprender a caçar animais.

Puta mierda, Kendra! — Exclamei, em um gritinho assustado, e coloquei uma mão sobre o lado esquerdo, onde o meu coração pareceu bater mais rápido do que o normal. — Achei que fosse a madrina. — Me afastei da janela e deixei o livro sobre a mesa, jogando-me na cadeira. — Aliás, cadê a mamãe?

Ela riu, divertida, e cruzou os braços, ficando com o braço encostado no batente da porta.

— Mamãe saiu mais cedo para a escola. Ela me disse o que tinha que fazer, mas não prestei atenção. — Deu de ombros e soltou um bocejo. — O padrinho foi para La Push atrás do tio Jake e não deve ir aparecer tão cedo. Aliás, do que se trata esse livro? — Apontou com o queixo na direção da tralha jogada sobre a mesa.

𝐅𝐢𝐥𝐡𝐚 𝐝𝐚 𝐍𝐨𝐢𝐭𝐞 - 𝐴𝑙𝑖𝑐𝑒 𝐶𝑢𝑙𝑙𝑒𝑛 / 𝐿𝑒́𝑠𝑏𝑖𝑐𝑜Onde histórias criam vida. Descubra agora