Capítulo 8

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GULF

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GULF

Estava tudo escuro, voltei a ter 13 anos e estava preso naquele porão escuro. Sentia muita fome, a dor que eu sentia era muito grande. Não sabia se era dos hematomas que eu tinha no meu corpo ou se era no meu estomago. Não sabia o que era pior se era a fome que causava dor ou o frio que também estava me consumindo. Até quando aquele inferno iria continuar eu só queria sair dali e ir para casa. Estava chorando muito e tremendo em um canto daquele cômodo sujo e fedorento.

Acordei em um solavanco transpirando muito e com meu rosto cheio de lágrimas. Minha respiração estava ofegante e eu demorei alguns segundos para perceber que minha mente tinha me levado novamente aquele lugar. Não aguentava mais aqueles pesadelos. Minha cabeça zunia, parecia que tinha uma bigorna em cima dela.

Tomei uma ducha fria, hoje demorei mais que o normal no banho, precisava me acalmar. Decidi não sair para correr, sabia que em noites que eu tinha esses pesadelos a corrida sempre foi minha válvula de escape, mas hoje tinha um compromisso e acabei demorando mais que o planejado no chuveiro.

Mesmo combinado de comer com Mew, decidi comer algo leve antes de sair para ver se a dor de estomago dava uma dissipada. Odiava essa sensação de estomago vazio. Enquanto estava fazendo o desjejum peguei o celular parar ler novamente as mensagens trocadas. Um sorriso surgiu em meu rosto. Poque eu estava rindo igual a um bobo? Logico que eu sabia que Mew disse que tomaria café da manhã com outra pessoa para me provocar. Ele realmente achou que eu seria idiota a cair nessa artimanha malfeita? Acho que aquela celebridade realmente subestima minha inteligência. Mas resolvi fingir cair nesse golpe de araque. Achei que seria interessante conversarmos durante o café da manhã. Certo, a quem eu estava tentando enganar? Estava bem empolgado em poder comer com ele, somente nós dois. Não sei por que, mas estou sentindo que estou dando corda, uma corda onde eu mesmo posso me enforcar.

 Não sei por que, mas estou sentindo que estou dando corda, uma corda onde eu mesmo posso me enforcar

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(Gulf relendo as mensagens enquando come)

Peguei o carro e fui direto para o prédio do Mew. Chegando lá mandei uma mensagem.

9:55 {Bom dia, estou aqui embaixo.}

9:56 {Bom dia, você pode subir um pouco? Me enrolei e estou entrando no banho agora. Vou deixar a porta destrancada.}

Por Buda, esse cara só deve estar de brincadeira. Mal começamos a trabalhar juntos e no primeiro dia já estava atrasado. Subir? Já temos essa intimidade? Sei que sou segurança e frequentar a casa dele vai ser inevitável, mas precisa ser assim, já logo nos primeiros minutos? Bom vou juntar o útil ao agradável, já que vou subir, vou dar uma varredura no apartamento dele. Ver se não tem pontos vulneráveis, averiguar as trancas das portas e janelas.

Entro no apartamento com cautela, não sou acostumado a entrar na casa dos outros sem a pessoa me receber. Escuto um barulho de chuveiro vindo do quarto que está com a porta entreaberta. Logo grito:

- MEW ESTOU ENTRANDO VIU!!

-ENTRA E SENTA NO SOFÁ OU EM QUALQUER LUGAR, JÁ ESTOU TERMINANDO.

- VOU APROVEITAR PARA ESPECIONAR O APARTAMENTO.

Não recebo resposta, mesmo assim começo a olhar o lugar. A ansiedade estava muito grande para ficar parado. Primeiro já olhei a tranca da porta, não era ruim, mas vou instalar mais uma fechadura. O seguro morreu de velho. Olhei as janelas, estávamos no sexto andar, o que tornava mais difícil uma invasão por elas.

O apartamento era modesto para alguém com o nível financeiro do Mew. Tinha uma cozinha razoavelmente espaçosa e uma sala confortável. A cozinha era dividida com a sala por uma bancada, então quem estivesse no sofá conseguia ver quem estava cozinhando. Achei bem acolhedor. Havia um banheiro social bem grande e um quarto além do quarto principal que pelo que vi era o do Mew.

Averiguei o banheiro e o quarto extra. Olhei tudo com muita cautela, até escutas eu procurei. Já que essa pessoa poderia ser uma pessoa próxima a ele, poderia muito bem ter acesso ao seu apartamento. Pensar isso me causou um certo desconforto, mas logo dissipei esses pensamentos.

Agora só faltava o quarto principal. O chuveiro ainda estava ligado então entrei no quarto bem devagar e comecei a olhar tudo. Uma cama espaçosa e um closet. Olhei a janela e quando ia olhar a luminária ao lado da cama procurando alguma escuta ou câmera, escutei o chuveiro ser desligado. Do nada me deu um nevoso e sei lá por que queria sair daquele quarto fugido como se estivesse fazendo algo errado. No que fui sair do quarto pisei em um chinelo que estava no chão e escorreguei caindo na cama de barriga para cima. Nessa hora Mew sai do banheiro apenas com uma toalha na cintura. Gotas de água ainda escorriam do seu pescoço até seu tórax. Ele secava os cabelos com outra toalha com o rosto mais sexy que alguém pode fazer. Ele olhou para mim deitado ali e levantou as sobrancelhas. E eu de boca aberta olhando aquele monumento na minha frente não conseguia dizer nada. Com um sorriso aberto ele solta:

- Bom falei para você ficar à vontade, mas não achei que iria levar tão a sério. Já vi que trabalhar com você vai ser uma aventura diária!

- De-de-desculpe Mew. Eu Eu Eu escorreguei e....

Não consegui falar mais nada, sai dali correndo e fui para sala. Coloquei minhas mãos nos joelhos e fiquei ofegante. O que tinha acabado de acontecer? O que foi o que senti quando vi aquele Deus grego só de toalha? E logo eu que disse que manteria uma distância segura dele, sou pego no primeiro dia deitado na sua cama. Você é idiota Gulf? Como pôde dar um mole desse? Estava praticamente com falta de ar quando vejo Mew sair do quarto. Fico sem reação.

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