Capítulo 40

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 Gulf

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 Gulf

Meu pai que sempre foi um pouco mais bronco já logo soltou.

- Ué, mas já não estamos conversando.

Minha mãe apertou o ombro dele como repreensão.

- Pode falar querido. Tem algo sério que queira falar?

Eu estava com as mãos tremendo. Sinto a mão de Mew sobre a minha. Me segurando e me dando apoio.

- Antes de contar o que tenho para contar, gostaria de pedir que não me odeiem e nem me expulsem. Não quero não ver mais você.

- Que horror meu filho! Nunca te odiaríamos. E porque não nos veria mais? Você matou alguém no seu trabalho?

- Não, claro que não. Não que isso não possa acontecer, mas acredito que eu não seria preso por isso.

Minha mãe me olha com um olhar confuso, mas de acolhimento.

- Então diga logo meu amor.

- Mãe, pai, vocês sabem que não sou bom em fazer amigos e deixar as pessoas se aproximarem de mim.

- Sim meu filho, por isso estamos tão felizes de você trazer o Mew aqui. Ficamos felizes em saber que se deu oportunidade de conhecer pessoas novas.

Eu não conseguia achar as palavras corretas.

- Então, é que Mew não é apenas meu amigo. Ele é meu namorado. Me desculpe.

Falo isso com lagrimas descendo dos meus olhos.

Minha mãe me abraça me tranquilizando.

-Meu amor não tem porque pedir desculpas.

- Por favor não me odeiem e não tenham nojo de mim. Eu amo ele e ele me mostrou que posso ser tocado e amado. Estou com tanto medo de perder vocês para ter ele.

Minha mãe me solta e olho para meu pai. Ele está sério, como uma cara de decepção. Olha para mim e para Mew. Então ele se dirige a Mew.

- Mew você compactua com isso? Sente o mesmo que ele? Ou isso é unilateral?

Meu pai nunca é sério, sempre é piadista e brincalhão. Mas dessa vez ele estava com uma carranca enorme.

- Sim senhor, eu amo o Gulf. Estou disposto a enfrentar o mundo por ele.

Meu pai me olha e eu não me aguento e começo a falar entre lágrimas.

- Desculpe pai, mas não posso ser diferente. Você está decepcionado, está na sua cara que está decepcionado.

Meu pai me olha sério.

- Claro que estou, como não estaria? Sinto eu falhei na sua criação.

Minha mãe me surpreende dando um tapa nas costas do meu pai que ele se inclina para frente e olha para ela sério.

- Não se intrometa. Agora minha conversa é com Gulf. Quero entender onde que errei sendo pai todos esses anos?

Ele leva mais um tapa. Eu estou chorando.

- Pai você não errou em nada. Eu nasci assim, sempre fui assim. Só demorei para perceber pois não deixava ninguém se aproximar.

Meu pai me olha mais furioso ainda.

- Você realmente acha que estou decepcionado por você estar namorando o Mew? Você acha que me importo se você namora um homem ou uma mulher?

Fico espantado e não consigo falar nada. Até Mew está olhando sem entender. Ele segura minha mão me acalmando. Meu pai continua falando irritado em um tom alto. Não chega a ser gritos, mas é um tom muito acima do que ele fala de costume.

- Em que momento da sua criação que eu como pai te deixei por algum segundo achar que você não seria aceito ou amado por sua sexualidade?

Então as lagrimas começam a descer em seus olhos também.

- Em que momento em todos esses anos eu agi de alguma forma que pudesse passar pela sua cabeça de rejeitaríamos você? Como você pôde pensar isso de nós? Claro que estou decepcionado.

Nesse momento eu desabo. Choro tanto e meu pai me puxa, me envolvendo em seu abraço.

- Desculpe pai, eu estava com tanto medo. Já causei tanta dor a vocês.

- Meu filho você nunca nos causou dor, você só nos traz alegria. É um filho maravilhoso, que passou por tanta coisa e ainda continuou com o coração bondoso.

Minha mãe chorava e Mew sorria. Meu pai me soltou do seu abraço limpando minhas lagrimas olhou nos meus olhos.

- Nunca duvide do nosso amor por você. Estou chocado de você achar que poderíamos te rejeitar. Você é nosso maior amor. Filho o mundo não é um lugar bom, Mew sendo famoso as coisas vão ser difíceis para vocês. Mas você tem que saber que você pode encontrar ódio e preconceito em qualquer lugar do mundo, mas aqui dentro você tem que saber que encontrará amor. Você sempre terá um porto seguro na nossa casa.

Ele olhou para Mew.

- Olha garoto, eu realmente gosto de você e agradeço por abrir o coração do meu filho. Mas saiba que se você fizer esse carinha sofrer, não vai ter legião de fãs que me segurem. Eu arranco seu pescoço.

Mew abre um sorriso.

- Nunca faria ele sofrer, na verdade ele me tem nas mãos. Sei que é perigoso abrir o coração assim, mas demorei muito para conquista-lo, então ele sabe que pode me fazer de gato e sapato.

- Não seja bobo garoto. Pode amar meu filho, mas não dá muita corda não, pois você já viu que ele é um mimado.

Arregalo os olhos.

- Pai, fica quieto. Deixa ele me mimar, eu gosto.

Meu pai sorri e puxa nós dois para um abraço. Sinto as mãos da minha mãe envolvendo nós três.

Depois que nos soltamos meu pai olha para minha mãe.

- Mulher, que mão pesada. Deve estar marcada nas minhas costas.

- Você mereceu, quase me matou do coração.

- Eu não estava errado. Realmente fiquei triste, como esse moleque pode pensar isso de nós.

Abracei Mew e fiquei assistindo a discussão dos meus pais regada de amor e carinho.

Depois o clima melhorou, conversamos outras coisas até que meus pais decidiram entrar para dormir.

Mew puxou minha mão me levantando.

- Vamos para o quarto, pois agora quero te agarrar com a autorização dos meus sogros.

- Não lembro deles te autorizando a me agarrar.

- Também não lembre deles proibindo.

Ele fala isso rindo e me puxando em direção ao chalé. Estou muito feliz. Finalmente eu tirei o piano das minhas costas.

Passamos uma noite agitada e graças a Buda o chalé era afastado, pois foi uma noite bem barulhenta.

Os dias que passamos com meus pais foram maravilhosos. Nos despedimos como muito amor, muitas comidas e vários doces de presentes para os pais do Mew, Mild e Win.

Quebrando amarras.Onde histórias criam vida. Descubra agora