Capítulo 13

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MEW

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MEW

Quando olhei aquela foto não consegui pensar em mais nada. Meu corpo travou, minha mente literalmente bugou. Só consegui chamar Gulf com a pouca força que me restava.

Senti ele colocando as mãos nas minhas bochechas. Sabia que ele estava na minha frente, ele falava algo, mas eu não escutava. Via a imagem um pouco borrada, o ar não chegava em meus pulmões. Era como se eu estivesse me afogando e não tivesse onde me escorar. Tudo foi ficando borrado até que eu senti meus lábios se umedecerem. A visão foi voltando e vi Gulf com os lábios colados aos meus. Era realmente real? Eu morri e já estou tendo uma visão do paraíso? Foi quando percebi que realmente Gulf estava me beijando, ou pelo menos o mais perto que já tive disso. Puxei o ar pelo nariz e fui me reestabelecendo. Eu estava muito confuso, sem entender direito o que estava acontecendo. Quando finalmente ele começa a falar.

- Desculpe Mew. Vi uma vez na Tv que se uma pessoa tiver uma crise de ansiedade e estiver com hiperventilação, ao tapar a entrada de ar ela sai da crise. Eu estava desesperado, você não acordava por nada. Resolvi arriscar.

Ele estava om o rosto vermelho feito um pimentão. Eu ainda estava sem acreditar naquilo tudo. Nunca imaginei que o primeiro a avançar seria ele. A única coisa que posso fazer é transmitir minha calma e deixar claro que estava bem satisfeito com a atitude dele. Para minha surpresa ele me vem com um papo torto.

- Mais uma vez, me desculpe. Foi basicamente um trabalho de primeiros socorros.

É sério que ele está falando isso? Primeiros socorros? Então quer dizer que ser o mendigo da esquina hiperventilar ele vai beijá-lo? Não posso acreditar nisso. Gulf Kanawut o cara que não deixa ninguém o tocar beijaria o mendigo da esquina para terminar a hiperventilação?! Tem que ser muito artista igual a mim, para fazer uma cara de paisagem e dizer que estava tudo ok e que eu acreditava naquela história para boi dormir.

Enquanto eu estava nos meus devaneios tentando acreditar na cara de pau dele, Gulf me trouxe a realidade me perguntando o motivo do meu ataque de pânico. Foi aí que cai em mim e me lembrei do que realmente importava. Como eu poderia ser tão superficial e egoísta?

Mostrei a foto para Gulf e como sempre ele se mostrou profissional e ao mesmo tempo atencioso e protetor. Mas ele precisava entender que eu não estava preocupado comigo. Não tenho medo de nada com ele ao meu lado. Minha maior preocupação é Sarawat. Afinal ele pode ser afetado por minha culpa. Não posso deixar ninguém se machucar apenas por atrair loucos.

Gulf então liga para Win e pede para ele ir imediatamente fazer a segurança de Sarawat. Enquanto ele faz isso a ficha vai caindo, minhas pernas mais uma vez vão perdendo as forças. Sento-me em uma cadeira e começo a chorar. Chorar por me sentir impotente, culpado e não entender o que eu fiz para tudo isso estar acontecendo.

Quando de repente sinto algo na minha cabeça. Uma batida desajeitada, meio pesada. E escuto Gulf tentando me consolar.

- Calma Mew, vai ficar tudo bem. Não vou deixar nada acontecer com você e depois de mim, Win é o melhor da empresa. Sarawat vai estar seguro.

Olho para ele meio assustado. Não esperava aquele "carinho". Sei que é um carinho um tanto desajeitado, mas me faz um bem danado. Ele não sabe como aquelas batidas descoordenadas na minha cabeça estavam me fazendo bem.

- Gulf a última coisa que eu quero é que alguém se machuque por minha culpa.

- Ninguém vai se machucar. Você não confia em mim?

- Claro que confio. Mas por melhor que você seja, você não poder ser várias pessoas, também não quero você machucado no fim disso tudo.

- Primeiro, como eu disse antes, Win é um ótimo segurança. Pode ter certeza de que seu amigo está em ótimas mãos. Segundo, é que minha função é te proteger e para você ficar seguro pode acreditar que farei qualquer coisa. Não é sua função se preocupar comigo e sim me escutar para que nada te aconteça.

- Não quero ver você correndo perigo. Por favor se proteja também.

- Ok, vou tentar. O mais importante, hoje no show preste sempre atenção nos meus comandos. Estarei de olho em tudo por você.

- Sim, farei qualquer coisa que pedir, mas como saberei se estou correndo algum perigo?

- Se concentre no Show e em mim caso eu chame. O resto pode deixar comigo. De agora em diante serei seu escudo.

Gulf não percebia como cada palavra dele me afetava. Fomos para o local do Show, tomaria banho e me trocaria lá.

Chegamos e já fomos direto para uma porta lateral onde Win e Sarawat estava nos esperando. Conseguimos desviar dos fãs que estavam concentrados nas portas da frente e fundos do local.

Gulf pede para eu esperar do carro, desce e olha tudo em volta abre minha porta me puxa colocando seu braço nos meus ombros e me conduz até a porta. Não sei se era necessário tudo isso, mas não seria eu que negaria esse toque voluntário dele né.

Assim que chegamos Sarawat pega minha mão e me olha nos olhos com preocupação.

- Tudo bem com você Mew, eu estava tão preocupado. Win chegou aqui dizendo que iria fazer minha segurança e que não podia explicar mais nada.

- Na verdade estou mais preocupado com você do que comigo.

- Por que preocupado comigo? Sou um zé ninguém. Quem vai querer algo comigo?

- Sarawat você não está entendendo, recebi uma carta ameaçando você e não a mim. Como posso ficar tranquilo com você correndo perigo?

Sarawat me puxa para bem perto, coloca o braço no meu ombro e fala baixinho no meu ouvido.

- Se for para esse gostoso ficar na minha cola, pode conseguir mais algumas ameaças. Desde que que ele chegou já tive uns três ataques cardíacos. Cada vez que esse menino sorri eu acho que vou ter uma sincope.

Percebo Gulf olhando com uma cara feia para Sarawat que está agarrado no meu pescoço. (Sarawat é uma das poucas pessoas que me tocam, justamente porque ele sabe exatamente onde eu não me importo de ser tocado.) Minha vontade é rir dele, mas só tiro o braço do meu amigo e rio das suas prioridades deturpadas.

Subimos para o camarim, entro no banho enquanto os três me esperam.

No banho fico pensando em tudo que aconteceu, penso na ameaça, na forma protetora que Gulf se dirige a mim e seu consolo ogro. Não tem como não rir balançando a cabeça. Passo uma mão nos meus lábios lembrando do seu gosto. Sei que aquilo foi um projeto de beijo, mas como eu queria sentir aquele gosto. Como foi bom sentir aqueles lábios vermelhos colados nos meus. Finalmente consegui experimentar os lábios da minha branca de neve.

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