MEW
Estou no banho ainda quando escuto que Gulf entrou no meu quarto. Escutei que ele ia averiguar o apartamento, mas sério que ele estava dentro do meu quarto enquanto eu estou no banho? Ele vai dar esse mole mesmo?
Desligo o chuveiro, coloco uma toalha na cintura e saio secando o cabelo tentando fazer minha cara mais sexy que consigo. Para minha surpresa Gulf está deitado na minha cama com cara de assustado. Lógico que percebi que tinha sido um acidente, mas aquela cena é maravilhosa de mais para eu deixar batido.
-Bom falei para você ficar à vontade, mas não achei que iria levar tão a sério. Já vi que trabalhar com você vai ser uma aventura diária!
Ele gagueja qualquer coisa e sai correndo para sala. Como ele pode ser tão fofo? Ele age como um adolescente. Nem parece um homem feito. Qual o mistério desse homem que faz ele sempre agir como um garoto assustando quando me aproximo? Acho que essa é uma bela oportunidade para provocá-lo, quero ver até onde posso ir.
Coloco uma roupa confortável. Gosto de trabalhar na agência sempre da maneira mais confortável possível, já basta nos shows que tenho que ir com roupas mais rebuscadas.
Saio do quarto já com um sorriso no rosto pronto para continuar provocando Gulf, mas ao ver o seu estado de desespero meu sorriso vai se dissipando. Ele está com falta de ar, com as mãos nos joelhos. Como uma pessoa pode mudar meu humor tão rapidamente? Já vi que esse homem pode me levar do céu ao inferno em milésimos de segundos.
Na hora meu coração se apetou e não pude me conter. Peguei-o pelos braços ajudando-o a se levantar e coloquei as mãos em suas bochechas.
- Calma Gulf, respira. Eu entendi que foi um acidente. Mesmo que não fosse, você pode ficar onde você quiser aqui em casa. Fiquei calmo.
Gulf me olhou nos olhos e foi se acalmando, quando sua respiração se regularizou e ele percebeu que minhas mãos estavam no seu rosto, deu um passo para trás se afastando e tirando minhas mãos dele.
Respirei fundo, buscando meu Buda interior e segurei suas mãos. Ficamos um de frente do outro com as duas mãos dadas nos olhando nos olhos.
- Segurar as mãos está permitido certo? Pelo menos foi o que você me disse.
- Não era bem segurar as mãos e sim um aperto de mão.
Ele dizia isso para mim, mas ainda não se soltava. Estava ali, atado a mim pelas mãos e pelo olhar.
- Ainda assim as mãos são uma parte do corpo dentro do limite certo?
-Certo.
Puxei ele e o sentei ao meu lado no sofá.
- Está mais calmo agora?
-Sim, desculpe. Realmente foi um acidente.
- Eu entendi, estava te provocando. Não sabia que você ficaria tão nervoso. Eu que te peço desculpas.
- Estava verificando se tinha escutas na sua luminária, pisei nos seus chinelos e cai na sua cama.
Gulf mais uma vez foi ficando com o rosto vermelho e sua respiração foi ficando mais agitada de novo.
- Posso colocar a mão no seu cabelo?
-Oi?
- Sim, eu estou pedindo permissão para colocar as mãos no seu cabelo. Como eu te disse antes não vou te tocar sem a sua permissão. A última coisa que quero é que se sinta desconfortável ao meu lado.
Gulf acena com a cabeça de forma positiva. Então começo a passar a mão em seus cabelos, afagando sua cabeça e entrelaçando meus dedos em seus cabelos. Olho para sua boca bem-feita de cor avermelhada. Como eu queria puxá-lo em um beijo agora. Me seguro, sei que ainda não é a hora para isso.
-Gulf não quero que você se sinta desconfortável aqui. Agora você vai trabalhar diretamente comigo e automaticamente vai frequentar minha casa o tempo todo. Você pode fazer o que quiser aqui e circular por onde quiser.
-Mew não precisa me dar uma liberdade de que não tenho direito. Apesar de eu brincar com você, eu sei qual é o meu lugar. Sou um funcionário e minha função é protegê-lo e não ficar zanzando pela sua casa como se fosse minha.
- Ok, como eu disse antes, faça da maneira que te deixa mais confortável. Saiba que não te vejo apena como um funcionário. Gostaria que pelo menos por hora que você me visse como um amigo além de empregador.
-Não sei se isso é possível. Temos que saber dividir bem as coisas.
- Eu não sou uma criança mimada Gulf (as vezes sim). Sei muito bem dividir o Gulf segurança do Gulf amigo e qualquer outra coisa que venha ser.
Vi seus olhos arregalarem para essa minha observação. Mas vendo ele mais calmo agora. Fui passando as mãos em seu cabelo até o seu pescoço, ainda encostando nos seus cabelos (não queria passar de onde eu tinha sido permitido) passei o dedo mindinho bem vagarosamente em seu pescoço. Vi todos seus pelinhos se arrepiarem. Abri um sorriso e o peguei pela mão.
- Vamos tomar café, se demorarmos mais, chegarei atrasado.
Saímos do apartamento, entramos no elevador ainda de mãos dadas. Como sempre em elevadores surge aquela tensão sexual que não sei o que acontece. Ele me olhou e se soltou rapidamente.
Percebi que tem algo acontecendo muito além dele não corresponder minhas investidas. Ele esconde algo que não consegui descobri o que é ainda. Mas já percebi que ele reage aos meus toques, não sou indiferente a ele.
Mesmo com toda essa tensão, hoje no primeiro dia já consegui tocar seu rosto e seus cabelos. Será que algum dia ele vai se abrir para mim? O que será que aconteceu que ele não deixa ninguém entrar nessa muralha que ele construiu ao seu redor?
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Quebrando amarras.
FanficGulf um jovem guarda-costas que tem muitos traumas devido a um sequestro na infância. Sua mente é cheia de amarras que não o deixa se relacionar com ninguém. O que realmente aconteceu com Gulf que ele não permite a aproximação do amor? Mew um cantor...