Vigésima segunda parte

1.9K 170 39
                                    

Um mês havia se passado desde o escândalo envolvendo a morte do Senador Olavo. A mídia ainda comentava sobre o caso, muitos podres vieram à tona. E quando a história parecia ter esfriado, Cátia, a viúva, decidiu abrir o bico e contar que sofria violência doméstica, era obrigada a assistir o que ele fazia com outras mulheres, que ou eram garotas de programa, ou vítimas do tráfico. Em outras ocasiões ele a obrigava a fazer sexo com outros homens enquanto ele apenas assistia. Para completar o escândalo ela tinha inúmeros vídeos que gravou na intenção de acusar o seu ex-marido.

Na televisão e Internet não se falava em outra coisa. Téo acabou sendo muito exposto dessa vez, seu rosto estava em todos os lugares, felizmente as pessoas o reconheciam como mais uma vítima. Fiquei sabendo que ele saiu do país e desejava do fundo do meu coração que encontrasse a paz e fosse feliz.

A minha mãe também estava sendo investigada e a sua prisão já havia sido decretada, só não estava atrás das grades por dar o seu jeitinho de fugir. As suas dívidas foram pagas e um valor astronômico depositado na sua conta.
Ela não aprendia nunca!
Em alguns dos vídeos que Cátia conseguiu gravar a minha mãe aparecia participando das orgias e não dá nem para dizer que ela estava lá obrigada. A satisfação na sua cara era escancarada.
O seu rosto também estava conhecido, já que não paravam de mostrar a sua foto na TV como fugitiva.

Eu desisti de tentar entender porque ela era assim, porque eu havia nascido filha dela, como conseguiu ser conivente com tudo que aconteceu comigo.

Todo o mundo já sabia que ela tinha uma filha de apenas dezoito anos que sofreu abuso nas mãos daquele monstro e que ela foi cúmplice. Graças a Deus só não sabiam ser eu. E rezava diariamente para que não descobrissem. Depois que aquela peste morreu tudo que eu mais queria era ficar em paz. E principalmente manter o Caio bem longe desse rolo todo. Eu desejava que ela fosse presa e pagasse pelos crimes.

Ela nunca foi uma boa mãe para mim, agora é que eu não seria uma boa filha, não depois de tudo.

Caio me contou que o caso estava nas mãos de um juiz muito honesto e respeitado e que se dependesse dele todos os envolvidos, que não foram mortos, pagariam na cadeia os seus crimes.

Gradualmente a vida foi voltando ao normal. Voltei para a terapia, treinar, trabalhar e estudar. De manhã eu caminhava com o Tony, depois arrumava a casa, preparava o almoço, estudava, ia para academia trabalhar e depois treinava.
Gostava de treinar no fim do meu expediente porque era a hora que o Caio estava chegando e eu amava lutar com ele. Depois voltávamos juntos para casa, eu, Caio e Tony Stark. Eu era oficialmente uma mãe de pet. Amava minha pequena família e os agregados.

P.A e Júlia continuavam se estranhando e se pegando, eu já não me metia mais, só ouvia, os dois lados, já que ambos me usavam de confessionário.

Stefan continua frequentando a academia, mas se manteve longe desde que descobrimos tudo. Sinceramente eu não tinha raiva dele, no início eu fiquei muito brava. Primeiro porque ele poderia ter me levado para algum hospital e não me deixado lá naquele beco. Segundo porque desde que me viu ele sabia quem eu era e ainda assim me beijou e ficou no meu pé com segundas intenções. Não sei se ele realmente quis algum envolvimento sentimental comigo ou se queria apenas descobrir algo com a nossa aproximação.

Hoje eu até consigo entender o argumento que ele usou de que se me levasse para qualquer lugar certamente eu seria descoberta e imediatamente morta por aquele desgraçado.

Com muita conversa Caio decidiu "esquecer" Stefan e era o melhor a se fazer. Do jeito dele, mesmo que eu quase tenha morrido por isso, ele me ajudou. Sem a sua interferência, eu não teria tido a chance de estar viva. Eles teriam me matado.

Marina (CONCLUÍDA)Onde histórias criam vida. Descubra agora