Décima página

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O meu dia tinha sido uma delícia, aliás ultimamente eu venho tendo experiências que eu nunca vivi. E a responsabilidade era total do Caio. Ele é incrível, eu já disse isso. Lindo, carinhoso, me trata com um cuidado tão intenso. Ao lado dele eu me sinto protegida e isso faz tanta diferença, pois eu sempre me senti em risco. Em casa, com os namorados esquisitos da minha mãe, na rua quando eu pedia dinheiro, naquela casa sinistra.
Hoje eu tenho ele, e isso me faz sentir uma segurança enorme.

Estava ansiosa demais e pra variar não consegui dormir bem. Saí cedo para passear com o Tony, mas antes tomei café com o Caio. Vestido todo de preto, com aquele corpo maravilhoso, aquele tipo que mais parecia um anjo, meio do mal, com aquela cara de bravo que ele sempre fazia.
Ah, senhor!

Eu não deveria ter dado aquele abraço nele, não que seja errado abraçar, amigos se abraçam, errado foi como eu me senti, como eu gostei de ter aquele corpo grande e forte me segurando. O calor, o toque dele em mim. Não posso ultrapassar esse limite. Ele confia em mim e não posso, de jeito nenhum, estragar a nossa relação. Somos amigos, ele me vê como uma amiga, cuida de mim e é só isso. Caio é um homem, bem sucedido, experiente, nunca iria se interessar por uma menina sem graça como eu.

Arrumei a casa, fiz um omelete pra almoçar e fui pesquisar no celular. Primeiro pesquisei sobre o Téo, precisava saber quem era aquela família, mas eu não tinha um sobrenome. Não achei nada. Droga!

Quando Caio me contou sobre sua profissão, fiquei impressionada pela coincidência. Ontem ele me falou sobre seus pais, um juiz e uma promotora, com certeza eram pessoas influentes. Não sei se é loucura, mas passou pela minha cabeça tentar seguir a mesma carreira que ele. Será que eu sou capaz?
Ele ter dito que sempre quis prender os bandidos, fazer valer a lei me despertou uma vontade de fazer o mesmo.

Até então eu não sabia o que queria fazer. Só pensava em conseguir um emprego, condições de sair de perto da minha mãe. Mas agora essa possibilidade estava rondando minha cabeça. Fiquei pensando nisso a noite toda e fiz várias pesquisas na Internet. Será que eu conseguiria? Poderia pedir ajuda ao Caio. Estava pensativa no sofá ao lado do Tony, deitado comigo quando recebi uma mensagem.
Meu coração disparou, mesmo já sabendo que era ele. Só ele tinha o meu número. Ele e o P.A.

"Me encontra na Asgard daqui uns 40 minutos?"

"Ok"

Eu tinha gostado muito da academia, a energia lá era contagiante. Escolhi um short e uma camiseta larguinha, coloquei um tênis, consegui fazer uma trança, estilo boxeadora, no cabelo com a ponta dos meus dedos do braço que ainda estava engessado e fiquei esperando dar o horário. Tony Stark percebeu que iríamos sair e já ficou todo animado.

Assim que cheguei na academia, imediatamente procurei o Caio, o encontrei no ringue lutando com um rapaz que eu ainda não conhecia. Estaquei no lugar, parecia que meus pés estavam presos no chão e meus olhos com vontade própria. Eu não consegui desviá-los. Nunca vi algo tão, tão interessante. Não sei se essa era a palavra certa.

Caio estava usando apenas um short, era tão bonito vê-lo realizando aqueles movimentos, atacando e se defendendo. Girando pelo espaço, era leve e forte. Ele tinha um corpo definido, não era extremamente musculoso. Perfeito!
Tony latiu e sai da minha análise sobre o único homem que eu não deveria desejar.

— Limpa a baba — Debochou P.A.

— Que? — Passei a mão na boca e ele gargalhou. Me dei conta que ele estava tirando uma com a minha cara e lhe dei um soco no braço com a minha mão que não estava engessada.

— Palhaço!

Pedro Augusto agachou pra brincar com Tony, e vi Caio derrubar o seu adversário e ganhar a luta. Admirei ele descendo do ringue e caminhando até mim, suado, com aquele abdômen definido.
Preciso rezar mais!

Marina (CONCLUÍDA)Onde histórias criam vida. Descubra agora