Décima nona página

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Estava repassando mentalmente todas as informações que tínhamos até agora. Olavo Menezes era um homem muito influente no cenário político, fiz uma pesquisa sobre ele e, como Caio já havia me contado, haviam várias denúncias, processos e investigações sobre ele, mas em nenhum desses casos conseguiram provar qualquer coisa.

Ele era visto como um político exemplar e o principal nome do seu partido, sua pré candidatura seria lançada em breve e os rumores era de que seria eleito no primeiro turno em consequência da sua popularidade, principalmente com as classes mais humildes.

O homem era visto com esperança, e as tentativas de incriminá-lo, sem sucesso, deram-lhe mais credibilidade e fortaleceu a ideia de que seria um homem injustiçado.

Téo continuava uma incógnita pra mim, nós não nos falamos mais desde o nosso encontro. Contudo, se ele for realmente inocente, poderíamos unir as nossas forças para destruir a carreira do seu pai. O mais importante nós temos, o tal caderno, a principal questão agora é descobrirmos o que significam todas aquelas informações, e com certeza Téo sabe.

Caio passa o tempo, que está em casa, todo revirando as páginas amareladas do tal caderno. Fazendo pesquisas ele tenta descobrir algo, relação entre os números, nomes. Está tudo codificado. Olavo abreviou as informações por isso nada está claro.

Caio e P.A resolveram não envolver a polícia por enquanto, eles acreditam que pode haver pessoas que trabalham para Olavo infiltradas. Por isso ele sempre está um passo a frente das investigações e se por acaso ele descobrir onde está o caderno, podemos perder a única coisa que temos contra ele.

Essa questão me faz pensar em Stefan. São tantas perguntas que não temos respostas. Não há mais espaço para dúvidas, chegou a hora de eliminar todas as pontas soltas.

🚔

O movimento na academia estava intenso. Após o campeonato ganhamos muitos alunos novos, Léo estava pensando em contratar novos professores para suprir a demanda dos seus clientes. As horas passaram sem que eu percebesse, o dia já estava chegando ao fim e logo eu poderia fazer o que planejei.

Júlia chegou e foi impossível não notar o seu desânimo, ela que é tão animada, exala sempre bom humor e hoje estava cabisbaixa, triste. Enquanto conversávamos P.A apareceu e pela maneira que se cumprimentaram percebi que algo entre eles havia acontecido. Ele esteve em casa mais cedo, mas não percebi nada de estranho. P.A é um amigo incrível, e só de ver a amizade que ele e Caio tem percebemos o quanto ele é parceiro. Acredito que a questão entre eles, seja o fato do meu amigo ser desprendido de compromisso. P.A não esconde que adora ser solteiro e principalmente que aproveita qualquer oportunidade de ficar com alguém. Ele é bem cafajeste, mas não esconde o seu estilo de vida e a própria Júlia já me contou que ele deixou bem claro para ela que não queria relacionamento sério.
Desde o início eu disse que ela precisava manter o coração seguro, e como ela demonstra também ser um espírito livre, pensei que não haveria problema. Acredito que a minha amiga esteja apaixonada e pelo clima que rolou, as coisas entre eles não vão nada bem.

Vejo quando Stefan passa pela porta e pela expressão que me encara com certeza já sabe que eu sei da amizade dele com Téo. Sustento seu olhar e tenho certeza que ele consegue ver o quanto estou chateada. Eu acreditei que ele fosse meu amigo, assim como todos aqui da Asgard, agora vejo que toda aquela vontade de ficar próximo a mim era puro interesse.

— Marina! — Agindo diferente de todos os dias ele me cumprimenta de forma contida, seca.

— Avisa ao Téo que eu quero falar com ele. Hoje, aqui na academia. — Sou clara e objetiva. Não temos que fingir.

— Marina, eu gostaria de falar com você. — Ele me parece sem jeito enquanto fala.

— Falar o que Stefan? Que você sempre soube de tudo? Que se aproximou de mim a mando do Téo?

Marina (CONCLUÍDA)Onde histórias criam vida. Descubra agora