O campeonato era surreal de tão incrível! Eu amei assistir as lutas, o problema foi na hora do Caio, pensei que ia ter um ataque cardíaco, mas ele era tão bom e graças a Deus foi rápido, ganhou por nocaute, fiquei tão feliz, quase explodindo de orgulho. Morri de vontade de subir no octógono e dar um beijo nele.
Precisava colocar minha cabeça no lugar, a nossa relação era boa demais pra gente se perder por conta de atração e ele era a pessoa mais importante da minha vida.
A maior questão é que eu não sabia se era só atração ou se eu estava realmente apaixonada por ele.
E a outra questão, muito importante por sinal, é que eu não sei o que ele sente por mim.Às vezes eu acho que percebo alguns olhares diferentes, uma energia entre nós. Como se ele se segurasse tanto quanto eu.
Mas não tenho certeza, pode ser só minha cabeça imaginando coisas que eu gostaria que acontecesse.Tenho tanto medo de perdermos o que temos que nem com a Sandroca eu falei sobre ele. Eu sei que ele gosta de mim, e saber que também sou importante, mesmo que como amiga, já é o suficiente.
A semana estava super movimentada, a Asgard bombando cheia de gente nova, e os lutadores classificados se preparando para o fim de semana de competição.
Eu continuava focada nos estudos, nos treinos e tava corrido pra caramba.
Caio também estava trabalhando muito e hoje mais uma vez eu estava indo pra casa só com o Tony, porque ele não tinha chegado ainda.O apartamento era perto da academia, por isso ia e voltava a pé todos os dias, ouvi alguém me chamando e quando virei Stefan estava correndo na minha direção. A gente tava mais próximo, mas eu tinha um pé atrás com ele, sei lá se é por causa do Caio, só sei que sentia algo. Ele era gente boa e me tratava com respeito, apesar de sempre fazer gracinhas e jogar indiretas que tá afim de mim.
Mas eu não via ele dessa forma, não via nenhum dos rapazes da Asgard com esses olhos.
— Tá indo embora sozinha?
— Não, tô com o Tony.
Ele riu e passou a me acompanhar.
— Cadê o Caio?
— Trabalhando.
— Por que você mora com ele?
Acho que todo mundo na academia tinha essa dúvida, pelo menos os mais curiosos. Eles não entendiam como a gente morava junto, sem ter um compromisso. Alguns achavam que éramos parentes, outros que tínhamos um relacionamento aberto. Já ouvi várias fofocas, principalmente da boca daquelas piriguetes.
— Porque somos amigos e ele me ajudou em um momento que eu estava precisando.
— E como vocês se conheceram?
Eu não queria e não podia contar a verdade pra ele, pelo menos não por enquanto. Ainda estava tentando achar uma forma de descobrir quem era Olavo e Téo. Nem com o Caio eu falei ainda, não seria para o Stefan que eu contaria tudo que tinha acontecido comigo nas mãos daquele monstro. Parei de andar e ele fez o mesmo.
— Você quer que eu minta pra você?
— Não, claro que não.
— Então eu não vou te responder isso agora, quem sabe um dia...
Continuei andando e ele me acompanhou, estávamos quase chegando no prédio que eu morava.
— Se você precisar pode contar comigo, Marina.
— Obrigada, Stefan! — Sorri e preparei pra me despedir. Ele parou e ficou me olhando, Tony se sentou ao meu lado.
— Não consigo mais.
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Marina (CONCLUÍDA)
Historical FictionUma jovem de origens simples, desconhecendo o rosto do próprio pai, e negligenciada por uma mãe egoísta e altiva. Forçada a suplicar por alimento nas ruas para subsistir, descobriu na fé um abrigo contra a solidão e o sofrimento que a envolviam. Apó...