Capítulo 31

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Chapter 31

-Vovô!!||Akira exclamou em repreensão, enquanto Kira caía na gargalhada.

-Eu jamais aceitarei outro Uchiha em nossa família, fim de caso||Tobirama proclamou, aparentando ser o juiz do caso.

-Mas ele é bom...||Esquivou-se Akira.

Nós duas trocamos um olhar cúmplice e começamos a rir. 

-Preciso de sua benção||Ela continuou.

-Ele sequer se lembra de você, pare de correr atrás desse rapaz||Contrapôs o velhote.

-Ai||Ela fingiu uma cara de dor||Uma kunai em meu peito doeria menos.

O segundo hokage caiu em gargalhadas também.

-Há tantos outros por aqui por quem você possa se apaixonar, por quê ele?

Akira ruborizou, era sempre assim, ela não conseguia falar de Obito sem ficar envergonhada. 

-Ah...Ele quem me acolheu em momentos meio...complicados para mim...

-Me poupe||Bufou Tobirama

-Tobirama!||Repreendeu Kira, o encarando com a pior das expressões possíveis. Vi, pela primeira vez, meu bisavô se desarmar e encolher os ombros||Não seja tão duro, você se lembra como foi na nossa época...a aprovação e o apoio foram os nossos piores inimigos...

-Apenas tome cuidado||Pediu Tobirama, olhando para Akira com um olhar preocupado|| Uchihas sofrem de uma maldição...quando amam normalmente amam de todo coração e alma, se o Uchiha em questão já é apaixonado por outra...então, querida, o esqueça, ele ficará cego até o último minuto de sua vida por essa pessoa. 

Eu senti o coração de Akira se partir de onde eu estava na cama, observei seu rosto murchar e seus olhos perderem o brilho. Ela já deveria saber que não tinha chances, ela já deveria saber que Obito estava condenado a amar Rin pelo resto de sua vida, mas algo em seu coração ainda faíscava em esperanças e era completamente admirável sua insistência, mas eu me perguntava até onde isso seria admirável e honroso, ela iria perder tanto tempo de sua vida apenas correndo atrás dele? Será que seu coração não encontraria ninguém até lá? será que seu destino seria esse?

Eu poderia me arrepender muito do que iria dizer logo em seguida, mas eu não conseguia ver minha prima daquele jeito:

-Eu já acho que o amor pode mudar completamente a visão das pessoas, vencer qualquer tipo de maldição tempo ou...distância...

Me vi dentro da situação, me exemplificando sem querer, foram tantos anos de treinamento para neutralizar meus sentimentos e emoções e ainda assim, eu me lembrava e acabava envolvendo-me mais, de novo...

Eu sabia que não doía tanto quanto antes, aliás, não doía, eu apenas lembrava, imaginava e depois tudo se dissolvia como algodão doce na água. Héstia e os Deuses planejavam acabar de vez com qualquer fragilidade e ponto fraco meu daqui para o retorno, mas será que eu queria mesmo ficar tão...fria? E se de alguma forma...eu provasse para eles que conseguia lidar com aqueles sentimentos sem prejudicar ou pôr a vida de qualquer pessoa em risco?

Senti a mão fria e macia de Akira encostar nas minhas, tensas e unidas em cima do meu colo. Seu olhar era de compreensão e solidariedade, eu simpatizava facilmente com Akira nesses momentos e a respeitava por tamanha fidelidade e companheirismo. Se eu ao menos pudesse retribui-la, por todo o tempo que se dedicou a proteger e buscar Obito, por tamanha preocupação e cuidado com todos que ama, ela não poderia passar o resto da vida daquela forma, Akira mais do que qualquer pessoa que eu conhecia merecia a felicidade eterna e se eu, de alguma forma, conseguisse contribuir para que isso aconteça, então assim o farei. Mas a grande questão era, como? Obito não sabia que Akira havia morrido...ela até então estava desaparecida para os mortais...como eu poderia ajudar no encontro desses dois? 

-Olhe! Como a lua está belíssima hoje!||Comentou Kira, apontando admirada para o satélite em questão.

-É noite de lua cheia...||Sibilei, aproveitando para olhar também.

-Ainda bem que notamos logo, ela só acontece de mês em mês...||Observou Akira

De mês em mês...e se...

Meu coração palpitou, eu dei um pulo da cama e encarei Akira.

-O que foi?||Ela perguntou, ainda confusa pelo pulo repentino.

-Venha, acho que tive uma brilhante ideia!||Falei, pegando sua mão e a puxando pelo corredor à fora.

-Ideia? para quê, Kyara?||Perguntou ela, tropeçando nos próprios pés enquanto tentava miseravelmente acompanhar meu ritmo apressado dos pés.

-Você, para você, prima.

Subimos as escadas para o andar superior onde se encontrava a biblioteca. Abri as duas portas e soltei a mão de Akira. Deixei meu poder fluir pelas minhas mãos e busquei, sem precisar me movimentar muito, o livro de legislações do mundo dos celestiais juntamente com outro livro de transfiguração e metamorfose. Observei meu chakra sair de minhas mãos e dançarem para as várias estantes e prateleiras de livros por toda a biblioteca, Akira me esperava, sem entender, sentada em uma das poltronas perto da lareira. Quando finalmente encontrei, sentei-me em sua frente e comecei a procurar mais.

-Há um artigo especifico na legislação dos Deuses em que, o Deus responsável pelo celestial que habita em seu planeta, pode controlar qualquer punição, maldição ou feitiço que o mesmo desejar aplicar no indivíduo. No artigo também afirma que, independente de qual Deus pôs a punição no celestial em seu antigo planeta, o Deus que rege no planeta em que o celestial reside atualmente pode adaptar, alterar ou até exterminar a punição do antigo Deus controlador||Meu sorriso cresceu em meu rosto e eu olhei com os olhos cheios de brilho para a minha prima.

-Ou seja...

-Eu posso alterar a sua punição que Héstia pôs! Melhor ainda, posso desativá-la!

O queixo de Akira caiu 7 segundos depois e eu fui completamente dominada pela sua explosão de alegria pouco tempo depois. Ela me abraçou, chorou, depois me abraçou novamente, beijou minha bochecha, me apertou até que eu ficasse sem ar, para enfim parar e me encarar.

-M...mas...Eu estou morta, não tenho corpo no mundo dos mortais, a punição de Héstia, por incrível que pareça, me permitiu ver Obito sempre que eu retornasse à terra.

Eu não levei muito tempo para achar uma solução.

-Eu posso adaptar a punição...Lhe deixarei em sua forma humana em 2 fases de lua diferentes, mas apenas durante a primeira aparição de cada uma. Na Lua cheia e na lua nova, em outras palavras, de 2 em 2 semanas. 

-Então terei 2 dias em forma humana para vê-lo?

-2 noites||Corrigi||E adicionarei mais uma observação à essa adaptação...

Ela se encostou na poltrona e continuou a me fitar.

-Se Obito, começar a nutrir um sentimento puro e recíproco por você, você poderá passar a semana inteira das duas luas em forma humana. Mas eu enfatizo que, isso só acontecerá se Obito também sentir o mesmo que você sente por ele||Orientei||Também quero deixar outra condição aqui, se Obito a matar, independente de sua forma, humana ou animalesca, depois de tê-la reconhecido em forma humana, você não reencarnará em qualquer outro animal, permanecerá no mundo dos celestiais, necessitando de autorização minha para voltar ao mundo dos mortais.

-Até que 2 noites não são tão ruins assim...||Ela brincou.

-Akira!||A repreendi, tentando não rir pela sua brincadeira de baixa confiança.

-Tudo bem...tudo bem...

-Então, trato feito?

Ela se levantou e estendeu a mão

-Trato feito!

Eu apertei de volta.

Realizei o ritual para alterar a punição de Akira e naquela noite, eu senti que estava fazendo algo certo. Ao final do ritual enviei Akira para o mundo dos mortais através do nosso teleporte místico, desejei poder assistir o reencontro dos dois, mas fui puxada pela minha família para jantarmos.

Boa sorte, Akira...

Continua...

O Quinto Elemento || Kakashi HatakeOnde histórias criam vida. Descubra agora