Capítulo 7

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Chapter 7

Quando Akira voltou para o quarto com uma bandeja, uma jarra de água e copos, eu já estava bem mais calma, apesar de aflita. Eu já tinha tinha medo da batalha com Hera, que é uma Deusa muito mais forte e poderosa do que eu, então não sabia nem o que sentir direito em relação ao Destino.

-O Destino...então...é ele?||Perguntei, bebendo um pouco de água. 

Desde que Héstia começou a me contar sobre tudo o que poderia acontecer comigo e Kakashi, depois que eu o contasse sobre Obito, percebi que ela falava do Destino como se fosse um ser físico, real e tátil, e não como algo natural, fantasioso, invisível.

-Eles||Ela me corrigiu||Mas como eles exercem o mesmíssimo papel, nós, Deuses e alguns humanos, nos referimos a eles como um só.

-E como são?

-São irmãos, possuem aparência jovem, mas acredite são mais velhos do que o próprio universo.

-E eles são os donos de tudo?

Ela assentiu firmemente.

-Num estalar de dedos podem destruir todos nós?

Novamente assentiu, como se aquilo fosse natural e algo nada preocupante.

-E você acha isso normal? Tranquilo?|| Quis saber, abismada.

-O que podemos fazer? Qualquer indício de rebelião e eles nos fazem virar pó galáctico.

Senti meu corpo estremecer, depois incendiar de revolta, eu fico indignada por saber que eles nem tentaram e já desistiram de lutar pela própria liberdade, até porque...se não fossem esses irmãos, Euro, Héstia e Hera estariam vivendo com o amor de suas vidas, Hera não ficaria com raiva nem inveja de mim por saber que eu posso viver com o meu em paz e, então não precisaríamos lutar. Então...talvez a solução seja lutar com eles, e não com Hera.

Balancei a cabeça e repreendi o pensamento. Eu nem ao menos teria a chance de lutar com eles, iria ser destruída assim que pisasse no mesmo solo que seus pés. De repente eu não queria mais lutar com Hera, não era culpa dela se o Destino não pôs o mortal por quem era perdidamente apaixonada, em sua vida, eu não a culpava por sentir inveja, raiva, por quê eu tinha esse privilégio de poder viver com quem eu sou apaixonada e ela não? Por que ela precisava ser esposa de Euro, se seu coração batia por outro? Por quê carambolas o Destino permitiu que ela sofresse desta maneira?

Concluí que o Destino deveria ser mal, irmãos malignos e selvagens que gostavam de arruinar a vida de seus subordinados que mantinham o equilíbrio das galáxias. 

-Você está em conflito||Observou a Deusa, enquanto tomava um gole de água.

-Não deveria?

Ela sorriu fraco.

-Tente esquecer esses dois por um tempo, você não está na vista deles por enquanto e deseje nunca estar, porque qualquer deslize e...

Balancei a mão suavemente, dispensando a continuação da frase.

-Eu entendi|| E o silêncio automaticamente se abrigou no quarto, um silêncio pesado, mas não desconfortável, pelo menos não porque nós nos sentíamos na obrigação de puxarmos assunto, era mais algo para...um longo suspiro invisível e pessoal, onde refletíamos sobre nossas vidas que não poderiam estar piores. Eu tinha uma luta contra a Deusa das Deusas da nossa galáxia, tinha que batalhar para conquistar minha liberdade e viver em paz novamente. Akira morria todas as vezes quando se aproximava da pessoa por quem era apaixonada, sentia a dor, a solidão e o abraço letal da morte sempre que se aproximava de Obito, não conseguia falar com ele, nem tampouco se transformar em humana. Héstia havia perdido o filho e talvez o amor de sua vida, porque ele não fazia parte de seu destino e, agora teria que lidar com isso pelo resto da sua imortalidade. Nós não tínhamos muitos motivos para ficar feliz naquele momento|| Você sabia que seus pais morrem de saudades de você, todos os dias, Akira?||Perguntei, melancólica, já que estávamos em um assunto tão delicado, por quê não falar sobre os pais dela?

Ela assentiu, olhando para as unhas.

-Vou vê-los sempre antes de encontrar Obito, eu também sinto falta deles||Ela suspirou, contorcendo os lábios e contorcendo o rosto em reação a seus pensamentos reflexivos||Também ia visitá-la, Kyara.

A encarei, ela não parecia brincar.

-Ia?

-Claro, eu sinto falta de todos de Konoha, fui uma tonta por ter aceitado a oferta daquele vendedor, dei minha vida por impulso, porque estava triste demais por ter perdido alguém que eu amava, não pensei em mim direito, na verdade, eu não pensei em ninguém além dele, fui tão egoísta||Ela respirou fundo, a voz começando a falhar e afinar||Tão tonta, tonta, tonta...Eu tinha uma vida inteira pela frente, com vocês, meus amigos, minha família...Eu queria ter contado para a minha mãe como foi o meu primeiro beijo, queria ter visto a cara do meu pai e sua atuação de ciúmes quando eu levasse o meu primeiro namorado para conhecê-los, queria realizar missões importantes, queria me tornar da ANBU, queria me casar, ter uma festa de casamento digna de qualquer coisa nesse universo, também queria ter filhos.

Suas lágrimas começaram a escorrer continuamente pelo seu rosto, as bochechas não demoraram para ruborescer e nem os olhos a inchar, ela logo se rendeu ao arrependimento e às mágoas. Era deprimente vê-la daquele jeito, por isso fui abraçá-la e tentar confortá-la o máximo que podia.

-Agora estou morrendo por uma pessoa que sequer se lembra de mim, um idiota por quem resolvi me apaixonar||Fungou, depois enxugou as lágrimas||Meu destino é ele, mas infelizmente eu não sou o seu.

-Eu sinto muito...prima.

-Eu também||Ela respondeu, lutando para se recompor.

Continua...

O Quinto Elemento || Kakashi HatakeOnde histórias criam vida. Descubra agora