Capítulo 26 - Dores

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Camila Cabello  |  Point of View





Quando finalmente saí do hospital, tomei um banho decente e fiquei repousando no meu quarto. Olhei revistas, li os livros que ganhei de Lauren e só pensava que não merecia essa atenção toda delas.

— Camz! Você nem está ouvindo.

— Tô sim. O amor deles é lindo, ela tem muito orgulho, ele tem muito preconceito.

— Nossa… como sou interessante. – Ela disse frustrada, jogando o livro na pilha de cobertores ao lado da cama.

— Desculpe, Lo. Só tô muito cansada para me concentrar, amanhã assistimos filmes, tudo bem? Hoje só vamos deixar essas músicas abacaxis tomarem nosso tempo. – A puxei para um abraço e senti minha costela latejar.

— Porra! Aqueles babacas me deixaram toda ferrada e eu não fiz nada. Agora eu tô morrendo de dor aqui e eles bem de boas por aí. – Ela ficou em silêncio, acariciou minha perna e suspirou. Depois sim…

— Eu sei que é horrível. Não acho que sua indignação seja tão errada assim. E… isso foi desumano, mas não adianta você ficar com raiva, descontar em quem não merece…

— Não tô descontando em ninguém. Tô me controlando.

— Não está, tá tratando a Mads mal.

— É muita coisa pra minha cabeça. Tô processando devagar. – Fui um pouco rude e ela levantou.

— Tudo bem, eu vou pra casa. – Ela levantou e eu a segurei.

— Não precisa ir.

— É melhor eu ir. – Ela disse sem me olhar e achei melhor não insistir.

— Tudo bem.

Ela saiu e eu peguei a chaves da minha caminhonete, fiquei pensando e resolvi sair. Aproveitei que Mads estava na escola com Vanessa e dirigi até o limite da cidade. Com um pé lá e outro cá… pensando no que fazer de fato.




Madeleine Petsch  |  Point of View




Não conseguia me sentar na sala de Vanessa, ela estava tão revoltada quanto eu.

— Isso não faz sentido, eles sabem das câmeras, eles sabiam que isso teria consequências… mesmo que no banheiro, veríamos eles entrando e saindo.

— Camila estava indo tão bem, é muito cruel fazer isso com ela por nada. É inaceitável.

— Chame seu advogado, vou chamar o da escola e vamos dar um jeito nesse delegado. A decisão dele de não correr com a investigação é revoltante.

— Mas e a Lauren? Camila não ia gostar disso.

— Lauren é madura o suficiente para entender que o pai é um inescrupuloso. Ela deve estar tão irritada quanto nós.

— Bom… vou conversar com ela primeiro, depois com Lauren, tudo bem? Primeiro vamos processar os garotos. Eu quero… argh. Espero não ver nenhum na minha frente. – Coloquei a mão na cabeça. — Droga! Preciso descansar.

— Claro. Faça isso, descanse um pouco, suas olheiras estão assustadoras.

— Obrigada pelo elogio. Era tudo que eu precisava.

— Vou elogiar você, pois mesmo com olheiras enormes está tão linda quanto qualquer mulher que já vi em toda minha vida. – Neguei e a abracei.

— Obrigada por acreditar nela.

— Não me agradeça, só fiz meu trabalho, mas tem algo errado, Mads. Algo que não fecha, foi uma brincadeirinha muito
arriscada para eles. Precisamos nos munir de provas.

— Estou acabada, Vanessa. Prometi que cuidaria dela e não consegui. Cada gemido que ela dá de dor, me deixa em pedaços.

— Não foi sua culpa, fez muito por ela, Mads. Fez coisas que nem a própria mãe se importou em fazer. Você não pode se martirizar, tem que se orgulhar e continuar ajudando. Não pode controlar as ações das pessoas.

Beijei seu rosto, peguei minha bolsa e rumei até minha casa, o trambolhão que Camila chama de possante não estava na garagem. Estranhei…

Olhei pela casa, no quarto e liguei para o celular dela, chamou e caiu na caixa. Liguei para Lauren.

— Oi, Mads…

— Oi, Laur. Camila está por aí?

— Não. Faz pouco que sai daí. Nós divergimos um pouco… acho que ela não vai me procurar.

— Bom… se ela não chegar aí em vinte minutos, pode me avisar?

— Claro. Vou ligar para ela.

Encerrei a ligação, sentindo que algo estava extremamente errado. Camila não sai sem avisar, ainda mais na hora do jantar.



Lauren Jauregui  |  Point of View




Após a demora de Camila, sem atender as ligações ou responder as mensagens, comecei a ficar preocupada. Mandei mensagem para Mads e peguei meu casaco.

— Mãe… me leva na Camila. – Ela levantou do sofá e meu pai bufou.

— Está tarde. Será que não pode ficar um dia com sua família?

— Ela sumiu. – Ele se virou rapidamente.

— Como assim? Sumiu?

— Não sei, mas ela não está em casa e não responde às ligações.

— Ah. Ela é assim mesmo, uma perdida que não está nem aí pra nada. Não faça drama, cansei de pegar essa marginal pelas noites, perambulando como uma sem teto.

— Mike! Já chega, não precisamos do seu discurso de ódio, já faz meses que elas namoram e Camila já mostrou que mudou muito. Pare com essa coisa chata…

— Se sumiu não mudou nada.

— Não ligue para ele, filha. Vamos lá.

Fomos até a casa e a diretora estava lá também, Mads me abraçou e conversou um pouco com minha mãe.

— Ei, diretora. A senhora aqui. Vocês estão juntas?

— Não. Eu nem converso com ela sem ser sobre Camila. Estou apoiando a Mads, essa semana foi muito cheia para ela.

— Eu entendo, está sendo muito complicado. Tudo. Mas você quer?

— Claro que quero, mas ela não aceita sair comigo.

— Ela é bem focada em Camila mesmo, ela sempre teve medo disso… agora ela vai surtar. Não vou poder ajudar, pois vou surtar junto… eu já tô pirando.

— Não é só um namorinho, né? Você está tão acabada quanto Mads.

— Eu gosto dela. Mesmo, queria ter um pouco de paz com ela, é só pancada e pancada… sei lá. Agora ela some depois de discutirmos…

— Vamos ficar aguardando, ela precisa de espaço também, todos precisamos, não? Se ela não voltar até a manhã… nós mesmas teremos que procurar, pois seu pai não vai designar policiais para ajudá-la.

— Vai sim. É o trabalho dele.

Ela nada disse, só me abraçou de lado e acariciou meu ombro. Ficamos ali, minha mãe pediu para descansar um pouco e Mads preparou o quarto de hóspedes. Fui até o quarto de Camila, comecei a andar por ali, tinha os quadrinhos dela e a aliança dela estava no criado mudo. Coloquei em meu outro dedo, mas entendi o recado, ela tinha ido embora mesmo e não se preocupou em levar o que não importava.

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