Camila Cabello | Point of View
Madeleine chegou a casa, por volta da uma. Ouvi a movimentação e fui ver o que acontecia.
— Me desculpe te acordar. Tentei não fazer barulho.
— Tudo bem, dormi a tarde e não estou com sono.
— É bom regular o seu sono, oito horas de sono são importantíssimas para concentração e bom funcionamento do
corpo.— Você entende disso?
— Eu pesquisei hoje nos meus intervalos. E amanhã o serviço de limpeza vai na sua casa e vão procurar os livros que você está devendo na escola.
— Está bem. Você manda.
— Isso mesmo.
— O jantar estava muito bom.
— Eu amo comida italiana.
— Compreensível. – Cocei minha nuca e abracei ela. — Boa noite.
— Boa noite, Camila. Bons sonhos. – Me afastei sem olhar para trás. Liguei a TV e fiquei trocando de canais, mas nada de interessante para me prender.
×××
Na escola, eu estava arrumando meus livros na ordem que iria usar e senti minha bunda ser tocada. Eu nem vi de onde saiu, mas eu dei um murro sem nem mirar, o cara cambaleou e caiu no chão.
— Sai daqui, Camila. – Uma garota me falou e eu olhei pra ela confusa. — Vai logo, garota. – Ela fechou meu armário e eu sai dali. Vi a coordenadora conversar com ela e logo o babaca levou uma notificação, ele alisava o maxilar e apontou pra mim, mas a garota ficou na frente dele e falou mais com a coordenadora.
Esperei a movimentação diminuir e segui a garota, ela foi até o banheiro e eu entrei ali.
— Olá… – Ela disse enquanto lavava o rosto.
— Por que… o que você fez?
— Eu odeio a turminha do Liam, em especial o Paul, então… eu tenho meio que algumas vantagens aqui e é sua última chance.
— As notícias voam por aqui. – Dei de ombros. — Bom… eu tô tentando melhorar, muito obrigada por isso. Me salvou.
— Tudo bem, Confusão. Eu vou cobrar quando precisar. – Dei de ombros e sai dali. — Meu nome é Lauren, caso não saiba. – Ela gritou e não parei de caminhar.
Foquei na aula e o último período era educação física. Droga! Fui até a diretoria e entrei na sala de Vanessa sem ser anunciada.
— Camila… Camila…
— A senhora pode me dispensar da educação física.
— Não. Você tem que ir a todas as aulas.
— Mas.. você não entende. Eu não posso… droga. Me libera dessa… por favor. – Falei começando a me desesperar. Ela pegou o telefone e procurou algo na mesa, depois discou. Esperou.
— Senhora Petsch… já estamos com problemas.
— Não é um problema… caralho. Só pedi um favor. – Ela desligou. — Você só fez isso porque quer ver ela.
— Me respeita, Cabello. – Ela entrou na sala depois de uns minutos.
— O que aconteceu, Camila? Você está bem?
— Sim. Eu só pedi um favor para ela.
— Ela não pode mais ter faltas em educação física. Essa disciplina é só por presença. – Madeleine a encarou e me encarou depois.
— Não consegue fazer? Tem algum problema?
— Eu falo, mas só com você. – Peguei a mão dela e caminhei até um lugar sem movimento.
— Qual é o problema?
— Eu sou interssexual. – Ela me analisou por um tempo, depois olhou para o portão. — Eu não uso roupas coladas e nem posso usar aqueles shorts sem que todos saibam. Minha mãe conseguia me deixar de fora da educação física.
— É que você tem muitas faltas. – Ela pensou um pouco. — Já usou cueca de compressão?
— O que é isso?
— Uma cueca, mas ela aperta muito e é desconfortável, mas vai esconder tudo que você tem.
— Me consegue uma?
— Sim. Já volto. – Fiquei ali esperando e logo a diretora ficou ao meu lado.
— Resolveu, Camila?
— Sim. Ela já volta.
— Essa mulher só pode ser um anjo. Acalmar você não é para qualquer um.
— Ela é legal. – Falei dando os ombros.
— Baixa essa guarda, Cabello. Você precisa de um responsável e ela de um filho. O instinto materno das mulheres tem um período que grita. O dela chegou.
— Ela não é minha mãe. – Falei após bufar.
— Mãe se importa, cuida, alimenta, educa… tem certeza que ela não merece uma guarda baixa.
Fiquei em silêncio, ela saiu e logo Madeleine estacionou dentro da escola.
— Nossa… essa foi difícil. – Ela me entregou uma sacola. Caminhei e ela começou a me seguir.
— Bom…
— Eu ia vir aqui te buscar mesmo, vou assistir sua aula. Posso? – Fiquei sem saber o que falar, gaguejei um pouco… — Opa… não precisa ficar assim. Se tem vergonha eu espero no carro.
— NÃO! – Ela se assustou. — Eu só… nunca… bom… só é novo.
Ela assentiu, me esperou no vestiário e me vesti. Logo estava na quadra e ela na arquibancada. Era muito estranho ter alguém tão focado em mim. Ela tinha um sorriso no rosto, logo a moça que era vizinha dela sentou ao seu lado com um bando de meninas, mas mesmo assim ela aplaudia quando eu acertava algum passo no basquete, o que fazia muito tempo que eu não jogava.
Madelaine Petsch | Point of View
Dinah e suas amigas me fizeram companhia. Elas eram bem engraçadas.
— Eu ia falar com a senhora, tia. Lauren e eu podemos ajudar com o reforço.
— Ai… graças a Deus. Pensei que ia ter que procurar um professor e isso me sairia mais caro que meu bolso.
— Eu preciso de grana, tia. Não me assuste. – Rimos disso.
— Não se preocupe. Vai ser bem recompensada.
— A Laur salvou a Camila hoje. Ela acertou um soco na boca do idiota do Paul.
— Céus… essa menina…
— Ele que começou, passou a mão na bunda dela e ela revidou. Não achei justo ela pagar.
— Muito obrigada, Laur… Laur de…
— Lauren.
— Lauren. Ela parece um problema, mas vocês nem sabem o que ela passa. Eu vou batalhar muito para que ela se sinta bem antes de… – Suspirei. — Eu vou. – Dinah me abraçou.
— A Laur tem uma quedinha pela Camila.
— Dinah! Não ligue para ela. Só disse que ela é gatinha e elas estão cheias de assunto.
Sorri e neguei, era uma moça bonita. Mas Camila tem que focar em coisas realmente importantes agora, então desviei o assunto e perguntei as coisas que ela costumava fazer e até presa ela já foi. Foi tenso de escutar, mas em nenhum minuto pensei em desistir. Eu vou até o fim por essa garota agora, mesmo sem entender o motivo.
NÃO ESQUEÇAM!
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Lonely Girl
FanficCamila precisava de um pouco de atenção, mas sua mãe decidiu dar algo diferente. Agora, ela vai contar com a ajuda de novas pessoas em sua vida, afinal, mãe é quem cuida, quem se importa, e verá que as coisas funcionam melhor assim. Como nada é fáci...