Capítulo 29 - Desculpa

2.7K 253 20
                                    

Camila Cabello  |  Point of View




Meu coração estava acelerado demais, eu não sabia direito como me explicar ou como Lauren entenderia tudo isso. Bati levemente na porta.

— Por favor, me deixem em paz. – Abri a porta mesmo assim, tudo escuro e a mãe dela não exagerou quando falou que as janelas precisavam ser abertas.

Eu o fiz e Lauren levantou rápido, se assustando e me olhando como se eu fosse um fantasma.

— Isso é um sonho?

— Não. Sei que já deve estar cansada, mas me desculpe, Lauren, de novo.

— Por que tem que fazer essas coisas? Você não entende? Não gosta da gente?

— Me senti humilhada, Lauren. Cansada, parece que tudo é… eu só estou tentando me ajustar, mas nada da certo. Realmente pensei em ir embora e não por não gostar e sim por gostar demais, não quero decepcionar vocês e sei que vou fazer isso em algum momento. Estava tentando poupar vocês, mas eu não consegui, só cruzei a ponte e já senti falta de vocês. Porra! Senti falta até da Dinah. – Ela sorriu e negou, mas estava emocionada como eu.

— Não precisa ter medo, todos temos essas inseguranças, Camz. É muita pressão, eu entendo, mas não precisa fugir.

— É complicado, Lauren. Tudo é complicado. – Ela me abraçou e eu desabei chorando. Ela beijou meu pescoço e acariciou meus cabelos, enquanto eu apertava a cintura dela.

Ouvimos um barulho, era a porta quase sendo quebrada, minha visão estava embaçada por conta do choro, mas logo
meu corpo foi erguido e senti a dor do choque das minhas costas contra a parede.

— Eu sabia que você só a faria sofrer. Quem te deu esse direito? Acha que pode ir e vir quando te der na cabeça?

— LARGA ELA AGORA! – Ouvi um grito em tom mais grave entre os gritos de Lauren, ela parou de bater do braço do pai, então ele me largou. — Mike… precisamos conversar. No escritório e agora.

— Meu amor… – Ele relutou com Clara que nada disse, apenas virou as costas e saiu dali.

— Uau... seu pai é intenso.

— Ele é um babaca. Se machucou? Suas costas não devem ter melhorado, deixou seus remédios.

— Estou bem. – Ela foi e trancou a porta do quarto.

— Eu vou tomar um banho, pode me esperar?

— Claro. – Falei sentando na cama. — Acho que devemos ir ao baile.

— Não sei, Camila. – Ela disse e não fechou a porta do banheiro, estava escovando os dentes. — Estou tão cansada.

— Será bom para todas nós.

Ela nada disse, só começou a tirar a roupa e eu olhei para janela, por mais que fôssemos namoradas, estava morrendo de vergonha. Será que somos namoradas?

— Estamos namorando?

— Ótima pergunta. – Ela gritou. — Vou te entregar essa porra de aliança pela última vez e se tirar ela de novo, nunca mais precisa usar ela.

Assenti, ela estava certa, tento ajudar, mas acabo fazendo merda.

— Não vou mais fazer isso. Desculpe.

— Pare de se desculpar também.

— Tudo bem.

— Ela saiu do banheiro e sentou ao meu lado. Ficou me encarando por um bom tempo, depois tocou meu rosto.

— Estou confusa, Camz. Extremamente feliz por ter voltado bem, mas muito puta por ter me deixado. Eu sofri pra caralho.

— Não vou mais fazer isso. Eu já disse que estava confusa.

— Não está mais?

— Estou, mas entendi que a confusão é sobre mim. Não sobre vocês. – A abracei. — Senti muita saudade, Lo.

— Nem me fale sobre isso. – Ela beijou meu rosto. — Agora você deve ir pra casa e me pegar aqui a noite para o baile.

— Sério? Quer ir mesmo?

— Quero, mas não pelos motivos bobos de antes, quero aproveitar a noite com você.

— Perfeito, Lo. Quando estiver pronta me mande mensagem. Qual é a cor do seu vestido?

— Surpresa.

— É para o seu corsage. Se quiser da mesma cor…

— É azul claro.

— Tô zoando, já tinha comprado um branco que combina com qualquer cor. Só queria saber mesmo. – Ela bateu no meu ombro e eu gargalhei.

— Idiota.

— Só vou deixar a limusine para seu terceiro ano.

— Eu não ligo para isso. Pode ficar tranquila.

Abracei ela e selei nossos lábios. Fui para casa e fiquei pensando nas coisas, olhando para todos os cantos e percebendo o quanto estou feliz por ter voltado.


×××


Minha roupa ficou em total responsabilidade da Mads, ela me deu uma saia de couro, que ia até meu joelho e tinha uma abertura do lado, uma camisa social vermelha e um colete também de couro, eu nunca tinha usado saia, mas ficou ótimo. E é bem mais confortável.

Logo Mads saiu do quarto dela, com um vestido vermelho, cabelos soltos e um batom vermelho forte.

— Nossa… está um monumento, Mama. A Vanessa vai pirar hoje.

— Não exagere.

— Use vermelho sempre. Combina muito com você. É sério.

— Obrigada.

— Bom… vamos. Eu vou levar as duas garotas mais lindas ao baile. Será que ganho um prêmio por isso?

— Você está diferente, Camila.

— Eu nunca tinha usado saia, mas é interessante, fica meio… solto. – Ela gargalhou.

— Não nesse sentido. Você não é de elogiar tanto. De qualquer forma, é uma mudança muito boa.

Não falei nada, só alcancei meu braço e ela segurou, quando chegamos a picape, abri a porta para ela. Fomos até a casa de Lauren, onde eu toquei a campainha e Mads ficou no carro.

A senhora Jauregui abriu a porta e me abraçou, me elogiou e eu corei, logo Lauren apareceu e meu Deus!

— Puta merda! – Exclamei e tapei a boca, e a Clara tocou meu ombro após soltar uma risada.

— Ela está magnífica mesmo.

— Ela é magnífica sempre. – Ela parou na minha frente e me analisou.

— Uou…

— Uou mesmo… – Segurei a mão dela e coloquei seu corsage. — Vamos marcar território logo. – Falei com as mãos tremendo.

— Essa aqui vai me dar um trabalho hoje, mãe. – Corei mais ainda e selei meus lábios aos dela.

Ela segurou meu braço após abraçar a mãe e fomos para a picape. Elas se abraçaram e começaram a chorar, o motivo deve ser minha volta, elas sussurravam coisas que eu não conseguia compreender, mas me emocionei só de ver elas daquele jeito.

NÃO ESQUEÇAM!

===================================
Não esqueçam de ACENDER a ESTRELINHA e COMENTAR, é importante para que mais pessoas consigam ler a história.
===================================

Lonely GirlOnde histórias criam vida. Descubra agora