Camila Cabello | Point of View
No shopping eu me senti muito estranha, Madelaine só tinha um foco ali… eu. E isso é bem novo para mim.
— Eu não entendo porque toda essa preocupação.
— Você pensa demais, Camila. Precisa focar. Em ir bem na escola. Eu vi seu caso, ele é complicado, mas não é impossível.
— Cê não entende... eu não consigo aprender, eu viajo e nem entendo o que ele fala.
— Dois fatores, vai ter que deixar suas preocupações do lado de fora da escola. Depois que sair pode pensar o que quiser, mas lá… é só estudar. E outra coisa… a fome não deixa ninguém se concentrar, vou te alimentar bem e você vai ver que vai melhorar.
— Eu sô burra.
— Não é. Vou contratar alguém para te dar aulas de reforço, está no mural e eu não dei nomes, só o meu antes que você se revolte.
— Não vou me revoltar… se você achar minha mãe.
— Eu vou. Prometo a você, mas vai ter que se alinhar para isso.
— Eu vou.
Ela assentiu e comprou umas roupas, depois uns tênis e me deu um celular.
— Você tem dinheiro para tudo isso? Seu carro é bem ruim. – Ela riu.
— Meu falecido marido deixou alguma coisa, e eu trabalho na lanchonete faz um tempão, o salário é bom.
— Vocês não tiveram filhos? – Ela torceu o lábio… ficou vermelha. Ela tinha a pele muito clara, isso evidenciava suas reações.
— Não tivemos tempo. – Ela disse dando os ombros. — Eu estava fazendo um tratamento porque meu útero, é o que os médicos chamam de hostil. É difícil de engravidar, mas era nosso sonho.
— Eu sinto muito.
— Tudo bem. Eu estou bem e ele deve estar bem também no plano dele. Agora… chega desse assunto, vamos comer alguma coisa e eu preciso trabalhar.
Assenti e fomos para casa. Depois ela pegou minha roupa e lavou, tomou um banho e saiu. Estendi ela na cerca e olhei para o lado. Uma garota me encarava.
— Eu cobro aluguel pela olhada quando é de cobiça.
— Não se ache. O que faz aqui? É a Cabello confusão, né? Vai tão pouco a aula que não sei o rosto direito.
— Confusão? Pensei que eu tinha um apelido mais legal.
— O que faz aqui?
— A senhora Petsch está me dando uma força.
— São parentes?
— É detetive? Não me enche.
— Nossa… seja civilizada.
— Eu sou, só não gosto de interrogatórios.
Terminei e entrei em casa, comecei a organizar meus livros no escritório e coloquei meus horários na parede e copiei no caderno. Petsch queria uma aluna exemplar e pra ela me ajudar eu vou ser.
Eu li meus livros, várias coisas aleatórias, fiquei com dor de cabeça de ler e alguém tocou a campainha. Era comida italiana, a Petsch tinha mandado lá do trabalho dela… confesso que meu apreço por ela só aumenta. Ela é legal pra caralho e se importa comigo… e eu não tenho nada para oferecer em troca.
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Lonely Girl
Hayran KurguCamila precisava de um pouco de atenção, mas sua mãe decidiu dar algo diferente. Agora, ela vai contar com a ajuda de novas pessoas em sua vida, afinal, mãe é quem cuida, quem se importa, e verá que as coisas funcionam melhor assim. Como nada é fáci...