Capítulo 04 - Conhecendo

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Camila Cabello  |  Point of View





No shopping eu me senti muito estranha, Madelaine só tinha um foco ali… eu. E isso é bem novo para mim.

— Eu não entendo porque toda essa preocupação.

— Você pensa demais, Camila. Precisa focar. Em ir bem na escola. Eu vi seu caso, ele é complicado, mas não é impossível.

— Cê não entende... eu não consigo aprender, eu viajo e nem entendo o que ele fala.

— Dois fatores, vai ter que deixar suas preocupações do lado de fora da escola. Depois que sair pode pensar o que quiser, mas lá… é só estudar. E outra coisa… a fome não deixa ninguém se concentrar, vou te alimentar bem e você vai ver que vai melhorar.

— Eu sô burra.

— Não é. Vou contratar alguém para te dar aulas de reforço, está no mural e eu não dei nomes, só o meu antes que você se revolte.

— Não vou me revoltar… se você achar minha mãe.

— Eu vou. Prometo a você, mas vai ter que se alinhar para isso.

— Eu vou.

Ela assentiu e comprou umas roupas, depois uns tênis e me deu um celular.

— Você tem dinheiro para tudo isso? Seu carro é bem ruim. – Ela riu.

— Meu falecido marido deixou alguma coisa, e eu trabalho na lanchonete faz um tempão, o salário é bom.

— Vocês não tiveram filhos? – Ela torceu o lábio… ficou vermelha. Ela tinha a pele muito clara, isso evidenciava suas reações.

— Não tivemos tempo. – Ela disse dando os ombros. — Eu estava fazendo um tratamento porque meu útero, é o que os médicos chamam de hostil. É difícil de engravidar, mas era nosso sonho.

— Eu sinto muito.

— Tudo bem. Eu estou bem e ele deve estar bem também no plano dele. Agora… chega desse assunto, vamos comer alguma coisa e eu preciso trabalhar.

Assenti e fomos para casa. Depois ela pegou minha roupa e lavou, tomou um banho e saiu. Estendi ela na cerca e olhei para o lado. Uma garota me encarava.

— Eu cobro aluguel pela olhada quando é de cobiça.

— Não se ache. O que faz aqui? É a Cabello confusão, né? Vai tão pouco a aula que não sei o rosto direito.

— Confusão? Pensei que eu tinha um apelido mais legal.

— O que faz aqui?

— A senhora Petsch está me dando uma força.

— São parentes?

— É detetive? Não me enche.

— Nossa… seja civilizada.

— Eu sou, só não gosto de interrogatórios.

Terminei e entrei em casa, comecei a organizar meus livros no escritório e coloquei meus horários na parede e copiei no caderno. Petsch queria uma aluna exemplar e pra ela me ajudar eu vou ser.

Eu li meus livros, várias coisas aleatórias, fiquei com dor de cabeça de ler e alguém tocou a campainha. Era comida italiana, a Petsch tinha mandado lá do trabalho dela… confesso que meu apreço por ela só aumenta. Ela é legal pra caralho e se importa comigo… e eu não tenho nada para oferecer em troca.



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