Capítulo 50 - Volta

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Camila Cabello  |  Point of View




Estávamos fritando uns pasteis, minhas mães estão muito estranhas ultimamente, depois daquele jantar eu sinto as coisas diferentes.

— Está tudo bem? Vocês estão diferentes, aconteceu alguma coisa? Vocês se arrependeram?

— Arrependemos do que?

— De ter me adotado. Sei lá? Alguma coisa aconteceu!

— Mas que besteira é essa?

— Eu não sei, né! Agora é só segredinhos entre as duas, o que posso pensar?

— Nunca vamos nos arrepender disso, Camila. Não pense besteiras, só estamos pensando em uma coisa faz um tempo.

— Que coisa?

— Em ter mais um filho. – Parei de fechar o pastel.

— Ter um filho?

— Mais um. – Continuei o que eu estava fazendo e sentia o olhar delas me queimando a pele.

— O que você acha?

— Isso é com vocês.

— Não. É conosco, somos uma família.

— Não parecíamos quando estavam se esgueirando pelos cantos. – Fechei os olhos com força, me recriminando mentalmente pela frase. — Me desculpem, acho ótimo que queiram isso.

— Nós não queremos afetar você, isso é algo que estamos em início de conversas, não é algo certo.

— Bom... vou apoiar as duas em qualquer decisão. – Forcei um sorriso e continuamos a atividade, mas não tocamos mais no assunto.

Meus avós chegaram e fui jogar xadrez com o pai de Vanessa, enquanto meu outro avô me dava apoio moral.

— Ei... costuma ser mais difícil te vencer aqui. Aconteceu alguma coisa?

— Não. Só estou pensando em Lauren.

— Ela chega no domingo. Agora falta pouquinho.

— Sim, estou precisando dela agora.

— Eu lembro na minha época, explosão. – O pai de Mads disse e eu sorri.

— Explosão também, mas ela sempre sabe o que dizer quando estou precisando de ajuda.

— Bom... nisso podemos ajudar também. – Pensei um pouco e neguei.

— Estou bem. Fiquem frios, só coisas de namoro.

— Se precisar é só falar. – Sorri para eles e arrumei minhas peças novamente, começando outra partida.



Lauren Jauregui  |  Point of View



— Precisamos mesmo agradecer a receptividade de todos e quando precisarem de lugar em Miami para ficar, é só nos ligar. – Dinah falou e nossos colegas gritaram.

— Obrigada mesmo, por tudo.

Eles vieram nos abraçar, os professores estavam na pequena reunião e finalmente iriamos para casa.

— Vamos sentir sua falta, “tenho namorada”. – Sorri, eles aprenderam a falar tenho namorada de tanto que me ouviram dizer isso.

— Eu também vou, mas não vou mentir que estava desesperada para voltar.

— Porque você tem namorada, já sabemos. – Ele abriu os braços e nos abraçamos. Depois ficamos assim para a foto de despedida, o professor ajustou e correu para nosso lado.

— Sorriam!

— Finalmente! – Eu exclamei e fiz eles rirem mais que o necessário, mas eu estava em pleno alívio de retornar a minha casa.

No avião, minha mãe segurou minha mão e me pediu atenção.

— Aconteceu alguma coisa?

— Não. Só que, você sabe, semana que vem é aniversário do seu pai, e ele nos convidou para ir passar com ele. Eu não vou, mas não seria justo não contar a você.

— Eu queria perdoa-lo, mãe. É meu pai, né? Mas são muitas atrocidades para uma pessoa só, não me sentiria bem perto de uma pessoa tão egoísta como ele.

— Pode pensar sobre isso, qualquer que seja sua decisão, vou apoiar.

— Obrigada, mãe. E seu italiano?

— Foi ótimo para me mostrar que a vida é bem mais do que eu pensava. Existe felicidade após uma separação turbulenta.

— Claro que existe, mãe.

— Mas a gente não consegue ver isso, filha. Só pensamos que nunca encontraremos ninguém e ficaremos sozinhos para sempre. Precisamos de algo que nos faça abrir os olhos para as maravilhas da vida de novo.

— Isso foi lindo.

— Ele que me falou isso.

— Ele é bem legal, e um ótimo professor.

— Vamos vir visitar ele um dia desses.

— Acho que mais você do que eu.

— Provavelmente. – Sorrimos e apertei a mão dela. — Mas estou morrendo de saudade da minha casa, das minhas coisas, dos meus amigos... até da minha irmã.

— Nossa, mãe. A tia nem é tão ruim assim.

— Eu sei que não, essa viagem me fará a suportar por mais tempo. – Neguei e ela sorriu. — As meninas estão mais ansiosas que nós.

— Elas estão empolgadas com o baile.

— Terceiro ano, não? É para surtar com os bailes.

— Só estou surtando com uma latina por enquanto.

— Ah bom. – Ela sorriu. — Essa é outra história. A Vero deve estar surtando por outra coisa então.

— Não sei. Essas histórias são complicadas.

— Sobre isso que eu quero falar com você. As histórias complicadas costumam ser todas as que começam na sua idade. Sinceramente? Eu fico confusa com a calmaria que é esse namoro de vocês.

— Eu não acho ele calmo, acho tudo muito intenso e acho ótimo não termos brigado ainda, porque do jeito que levamos as coisas, a briga vai ser uma guerra.

— É isso que me dá medo.

— Espero não precisar brigar, mas sei que um dia vai acontecer.

— Ou não. Já se passou tanto tempo e não aconteceu.

— Mas levando em conta que só estamos no primeiro ano e estamos todo esse ano separadas praticamente, é fácil não brigar. Agora que quero ver.

— Parece que está esperando por isso. Eu conheço minha nora, ela é muito paciente quando o assunto é você. – Ela pincelou meu nariz com seu dedo. — O importante é lembrar do amor.

— Amor tem muito.

— Eu sei.

Depois de horas no avião, chegamos e Camila me esperava no aeroporto, com um urso de pelúcia enorme ao seu lado. Quase do seu tamanho.

— Camz! – Pulei no colo dela e ela beijou meu pescoço várias vezes, sorri e me afastei para poder buscar seus lábios e iniciar um beijo, por Deus! Como eu senti falta dela, do cheiro dela, desse beijo maravilhoso que me faz louca me questão de segundos.

— Ei... deixe um pouco de Cabello para abraçarmos, Lauren. Vai sugar a menina.

Normani disse e eu sai de seu colo, Camila sorriu para mim. Que sorriso lindo, acho que me apaixonei de novo.

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