Camila Cabello | Point of View
Estávamos fritando uns pasteis, minhas mães estão muito estranhas ultimamente, depois daquele jantar eu sinto as coisas diferentes.
— Está tudo bem? Vocês estão diferentes, aconteceu alguma coisa? Vocês se arrependeram?
— Arrependemos do que?
— De ter me adotado. Sei lá? Alguma coisa aconteceu!
— Mas que besteira é essa?
— Eu não sei, né! Agora é só segredinhos entre as duas, o que posso pensar?
— Nunca vamos nos arrepender disso, Camila. Não pense besteiras, só estamos pensando em uma coisa faz um tempo.
— Que coisa?
— Em ter mais um filho. – Parei de fechar o pastel.
— Ter um filho?
— Mais um. – Continuei o que eu estava fazendo e sentia o olhar delas me queimando a pele.
— O que você acha?
— Isso é com vocês.
— Não. É conosco, somos uma família.
— Não parecíamos quando estavam se esgueirando pelos cantos. – Fechei os olhos com força, me recriminando mentalmente pela frase. — Me desculpem, acho ótimo que queiram isso.
— Nós não queremos afetar você, isso é algo que estamos em início de conversas, não é algo certo.
— Bom... vou apoiar as duas em qualquer decisão. – Forcei um sorriso e continuamos a atividade, mas não tocamos mais no assunto.
Meus avós chegaram e fui jogar xadrez com o pai de Vanessa, enquanto meu outro avô me dava apoio moral.
— Ei... costuma ser mais difícil te vencer aqui. Aconteceu alguma coisa?
— Não. Só estou pensando em Lauren.
— Ela chega no domingo. Agora falta pouquinho.
— Sim, estou precisando dela agora.
— Eu lembro na minha época, explosão. – O pai de Mads disse e eu sorri.
— Explosão também, mas ela sempre sabe o que dizer quando estou precisando de ajuda.
— Bom... nisso podemos ajudar também. – Pensei um pouco e neguei.
— Estou bem. Fiquem frios, só coisas de namoro.
— Se precisar é só falar. – Sorri para eles e arrumei minhas peças novamente, começando outra partida.
Lauren Jauregui | Point of View
— Precisamos mesmo agradecer a receptividade de todos e quando precisarem de lugar em Miami para ficar, é só nos ligar. – Dinah falou e nossos colegas gritaram.
— Obrigada mesmo, por tudo.
Eles vieram nos abraçar, os professores estavam na pequena reunião e finalmente iriamos para casa.
— Vamos sentir sua falta, “tenho namorada”. – Sorri, eles aprenderam a falar tenho namorada de tanto que me ouviram dizer isso.
— Eu também vou, mas não vou mentir que estava desesperada para voltar.
— Porque você tem namorada, já sabemos. – Ele abriu os braços e nos abraçamos. Depois ficamos assim para a foto de despedida, o professor ajustou e correu para nosso lado.
— Sorriam!
— Finalmente! – Eu exclamei e fiz eles rirem mais que o necessário, mas eu estava em pleno alívio de retornar a minha casa.
No avião, minha mãe segurou minha mão e me pediu atenção.
— Aconteceu alguma coisa?
— Não. Só que, você sabe, semana que vem é aniversário do seu pai, e ele nos convidou para ir passar com ele. Eu não vou, mas não seria justo não contar a você.
— Eu queria perdoa-lo, mãe. É meu pai, né? Mas são muitas atrocidades para uma pessoa só, não me sentiria bem perto de uma pessoa tão egoísta como ele.
— Pode pensar sobre isso, qualquer que seja sua decisão, vou apoiar.
— Obrigada, mãe. E seu italiano?
— Foi ótimo para me mostrar que a vida é bem mais do que eu pensava. Existe felicidade após uma separação turbulenta.
— Claro que existe, mãe.
— Mas a gente não consegue ver isso, filha. Só pensamos que nunca encontraremos ninguém e ficaremos sozinhos para sempre. Precisamos de algo que nos faça abrir os olhos para as maravilhas da vida de novo.
— Isso foi lindo.
— Ele que me falou isso.
— Ele é bem legal, e um ótimo professor.
— Vamos vir visitar ele um dia desses.
— Acho que mais você do que eu.
— Provavelmente. – Sorrimos e apertei a mão dela. — Mas estou morrendo de saudade da minha casa, das minhas coisas, dos meus amigos... até da minha irmã.
— Nossa, mãe. A tia nem é tão ruim assim.
— Eu sei que não, essa viagem me fará a suportar por mais tempo. – Neguei e ela sorriu. — As meninas estão mais ansiosas que nós.
— Elas estão empolgadas com o baile.
— Terceiro ano, não? É para surtar com os bailes.
— Só estou surtando com uma latina por enquanto.
— Ah bom. – Ela sorriu. — Essa é outra história. A Vero deve estar surtando por outra coisa então.
— Não sei. Essas histórias são complicadas.
— Sobre isso que eu quero falar com você. As histórias complicadas costumam ser todas as que começam na sua idade. Sinceramente? Eu fico confusa com a calmaria que é esse namoro de vocês.
— Eu não acho ele calmo, acho tudo muito intenso e acho ótimo não termos brigado ainda, porque do jeito que levamos as coisas, a briga vai ser uma guerra.
— É isso que me dá medo.
— Espero não precisar brigar, mas sei que um dia vai acontecer.
— Ou não. Já se passou tanto tempo e não aconteceu.
— Mas levando em conta que só estamos no primeiro ano e estamos todo esse ano separadas praticamente, é fácil não brigar. Agora que quero ver.
— Parece que está esperando por isso. Eu conheço minha nora, ela é muito paciente quando o assunto é você. – Ela pincelou meu nariz com seu dedo. — O importante é lembrar do amor.
— Amor tem muito.
— Eu sei.
Depois de horas no avião, chegamos e Camila me esperava no aeroporto, com um urso de pelúcia enorme ao seu lado. Quase do seu tamanho.
— Camz! – Pulei no colo dela e ela beijou meu pescoço várias vezes, sorri e me afastei para poder buscar seus lábios e iniciar um beijo, por Deus! Como eu senti falta dela, do cheiro dela, desse beijo maravilhoso que me faz louca me questão de segundos.
— Ei... deixe um pouco de Cabello para abraçarmos, Lauren. Vai sugar a menina.
Normani disse e eu sai de seu colo, Camila sorriu para mim. Que sorriso lindo, acho que me apaixonei de novo.
NÃO ESQUEÇAM!
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Lonely Girl
FanfictionCamila precisava de um pouco de atenção, mas sua mãe decidiu dar algo diferente. Agora, ela vai contar com a ajuda de novas pessoas em sua vida, afinal, mãe é quem cuida, quem se importa, e verá que as coisas funcionam melhor assim. Como nada é fáci...