Lonely Girl

Capítulo 16 - Surto

Madelaine Petsch  |  Point of View

Após aquele desastre do encontro com a mãe, achei que Camila me renegaria e se fecharia novamente, mas eu estava errada, ela é muito mais forte do que pensei. Agora ela está com Lauren na casa de Dinah, ela está muito colada nela, as duas estão bem apaixonadas, só não perceberam ainda.

Ela chegou, estava sorrindo e quase não me vê sentada ali.

— Nossa… o amor está no ar.

— Não é amor.

— E o que é?

— Uma afeição. – Pensei um pouco.

— A afeição está no ar. – Ela sorriu.

— Bom... a afeição está cedendo lugar a… apreensão.

— Por que?

— Lauren me intimou a jantar na casa dela, está cansada de ficar se escondendo e tals. Disse que o pai já está desconfiado e que o avisou que eu… quer dizer, que a pessoa irá jantar lá hoje.

— Ele sabe que é uma garota?

— Ela disse que ele ficou bem feliz com esse detalhe, mas eu sei que você vai ter que me esperar na porta da frente porque a coisa vai ser muito feia.

— Tem certeza que é uma boa ideia?

— Tô afim de agradar a morena, se ela precisa ver o quanto sou corajosa, eu vou mostrar.

— Se esse imundo te ofender eu vou me meter.

— Não vai, só vou me retirar e vida que segue. Espero que ele não mande a Lauren para suíça ou para um convento.

— Tem que parar de assistir séries lésbicas.

— Eu sei, são tão dramáticas, uma sempre morre.

— Um horror.

— Falando em série lésbica, como está a Vanessa?

— Muito engraçadinha.

— Dá uma chance pra sua morena, aí podemos sair com nossas morenas pelo mundo e tals.

— Sem morenas, acho que a sua morena vai nos dar um trabalho dobrado por conta do papai dela.

— Vai mesmo. Bom… agora precisa me ajudar a escolher uma roupa e vamos logo acabar com isso. Eu já fui rejeitada por minha própria mãe, qualquer coisa que vier é lucro.

— É sobre isso que quero falar com você.

— Eu tô total tentando evitar esse assunto.

— Eu sei, mas… não fique irritada comigo.

— Eu não vou surtar nunca com você, Mads. Fique tranquila.

— Eu pesquisei sobre uns psicólogos… sei que isso é muito pesado, acho que seria uma boa ideia você ter um acompanhamento profissional. E você não chora, não fala sobre… eu sei que é muito difícil, na verdade, não faço ideia do quanto deve ser pesado para você, mas eu quero te ajudar. E sei que isso vai te ajudar, se você puder pensar sobre isso. – Ela torceu a boca algumas vezes, depois assentiu.

— Eu vou pensar sim. – Ela me abraçou, ato que está ficando frequente entre nós. Beijei sua testa e logo ela me arrastou para o quarto, escolhemos uma roupa legal e logo estávamos em frente a casa dos Jauregui’s. Essa noite vai render.

Lauren Jauregui  |  Point of View

Meu pai estava assistindo TV, ele nunca chega cedo, mas está louco para conhecer minha pretendente.

— Eu acho que é a Dinah. Você fica direto na casa dela… isso explicaria muita coisa, ela é uma moça direita. Não teria problema nenhum.

— Pare de tentar adivinhar, querido. Está deixando Lauren nervosa.

— Estou bem, Mama. E não é a Dinah.

Escutamos batidas na porta e eu fui correr, mas lembrei o que minha mãe falou e acalmei minha ansiedade, contando mentalmente até chegar na porta. Camila estava um bolinho como sempre, toda vez que a vejo eu quero apertar ela até sufocá-la, mas me contenho, só faz dois meses que estamos juntas e não quero assustá-la.

— Se eu tiver que sair correndo quero agradecer pelo convite e dizer que cê tá mais gata que o normal hoje.

— Obrigada, Camz. Você não vai sair correndo e está linda. – Dei um selinho nela e ela não fechou os olhos e ficou olhando para todos os lados, como se alguém estivesse a perseguindo.

— Ande, Lauren. Eu quero vê-la. Chega de mistério. – Segurei a mão dela e fomos para a sala. Minha mãe abraçou Camila e meu pai estava estático no sofá, olhando para Camila. — Cabello... isso é uma brincadeira de muito mal gosto.

— Querido…

— Não. Você sabe quem é essa marginal? Sabe como é que eu conheço ela?

— Eu não fiz nada, tu me prendeu à toa.

— Senhor. Eu não acredito que não aprendeu sobre hierarquia ainda.

— Papa…

— Não vou aceitar isso, não quero uma marginal sob o mesmo teto que eu, muito menos namorando minha filha.

— Mike acho que Camila não é má pessoa.

— Até com drogas isso aí está metida, sinto pena da mãe dela.

— Eu nunca cheguei perto de drogas, você que é obcecado. Eu nunca fiz nada de errado.

— Deve ser por isso que foi fichada quatro vezes. – Disse em deboche.

— Ela é menor, papa. Nem Podia ser fichada.

— Eu sou a lei, Lauren.

— Você não pode falar com ela assim, eu a pediria em namoro hoje e você estragou tudo. – Camila me encarou como se eu tivesse três olhos no rosto.

— Só namora com ela se eu estiver morto.

— Não seja dramático. – Minha mãe falou, me parecendo rude.

— Acho melhor eu ir. – Camila falou.

— Melhor você nem passar perto da minha filha de novo.

— Não vai, Camz...

— Tá tudo tranquilo, Lo. Fica bem e depois nos falamos. Desculpe, senhora Jauregui… espero que tenha um pouco de consideração e me conheça de verdade. Eu não estava daquele jeito por nada. Eu tinha meus motivos.

— Pouco me importa… – Meu pai falou.

Ela socou a mão em sinal de puro nervosismo, eu sei que a Camila tem mil respostas e trejeitos para desmontar meu pai, mas ela se segurou, não foi rude e só tentou se defender. Sei que devia ter avisado antes, mas eu estava com medo de fazer isso sozinha.

Camila beijou minha testa, se desculpou e foi até o carro, acho que ela sabia o que aconteceria, pois Mads a estava esperando na frente do gramado. Nem fiquei na sala, entrei no meu quarto e fiquei esperando o falatório do Jauregui lei me enchendo o saco.

Camz 🧁: Ei, Lo. Vai ficar tudo bem, não vou desistir de você, mas não brigue com ele. Vai ser pior para nós isso. Vamos encontrar um jeito. Fique bem.

Eu: Desculpe, Camz. Tudo bem.

Deixei o celular sobre a cama e fiquei esperando as mensagens dela, peguei a caixinha com a aliança que comprei para pedir ela em namoro e fiquei me condenando por não ter feito o pedido mesmo com o surto.

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