Camila Cabello | Point of View
Dormi muito pouco a noite, primeiro pensando no porquê dessa mulher querer me ajudar e depois… ansiosa, pois ela vai achar minha mãe. Bom… pelo menos ela disse que vai.
— Camila! – Ela bateu na porta.
— Que foi? É muito cedo.
— Levanta logo, garota. Eu fiz café para nós e eu preciso dos seus documentos, estou fazendo uma autorização para responder por você na escola.
— Como você vai conseguir isso sem minha mãe?
— Tenho meus contatos. Agora vamos logo que quando for buscar, já podemos deixar na escola e eu converso com a diretora para anular sua suspensão.
— Hum… você faz mágica?
— Vamos logo.
— Tá bom. Já levantei. – Ela ficou em silêncio e eu segui deitada.
— Essa casa range de velha, Camila. Pisa logo os pés neste chão ou eu derrubo essa porta.
Ela soou tão convincente que levantei. Depois de um banho, coloquei uma roupa… a mesma de ontem e fui ver o café. A única coisa que me animou de todo o discurso dela.
— Deixe suas roupas na lavanderia que a tarde eu deixo lavando e você estende. Depois do colégio vamos ao shopping, vi que não tem um material na sua mochila. E seus cadernos estão vazios também.
— Você é bem chatinha sabia? E mexer na minha mochila sem minha permissão é muita mancada.
— Você tem celular? Nós precisamos nos comunicar quando eu estiver no trabalho. Você vai ficar aqui, né? Não vai fugir?
— Vou ficar, mas se for mentira que vai me ajudar com minha mãe eu caio fora.
— Me diz uma coisa. Porque caminha a noite pelas ruas?
— Ah… eu não sei. Eu acho que minha mãe está bem perto. Porque ela deixa o dinheiro sempre quando eu não estou, acho que me observa.
— Mas se ela observa… porque não voltou? Você nunca pensou nisso?
— Ela saiu um pouco depois do fim do ano letivo, acho que depois que o papa morreu, era tudo muito complicado… aí ela deve estar lutando por algo bom para nós. E vai voltar quando conseguir. – Ela ficou me olhando e depois saiu dali, sem falar nada.
Estranhei um pouco, depois ela voltou e estava com o rosto vermelho.
— Aconteceu alguma coisa?
— Só fui passar o número do documento para minha amiga. – Ela me devolveu. — Obrigada. – Ela ficou me olhando comer. — Bom… se sua mãe quer o melhor para vocês, acho que precisamos acelerar esse processo da escola. Ela vai ficar decepcionada… – A voz dela embargou, ela respirou fundo e suspirou. — Melhor nos organizarmos, mas enquanto eu for sua responsável, ande na linha. Eu não tenho tanta influência assim para te livrar de tudo.
— Eu vou ficar bem, tá? Não precisa surtar.
— Eu sei que vai. Agora come isso logo e vamos ver o que fazer com essa diretora. Ela é muito rígida?
— É. Mas eu acho que ela gosta de mim. Ela sempre faz o que eu peço… até hoje não me entregou para o conselho.
— Ela sabe da sua mãe?
— Era isso que eu ia te dizer. Ela pensa que minha mãe trabalha pra caramba. – Ela assentiu.
Depois nós fomos pegar a autorização, sei lá como ela conseguiu.
Madelaine Petsch | Point of View
Quando chegamos à escola, Camila me guiou a diretoria. Falei meu nome e o porquê de estar ali e a secretária entrou
na sala, nos mandando passar logo em seguida.A diretora ela bem mais jovem do que eu pensava e me olhou estranho assim que entrei ali.
— Minha nossa… – Ela exclamou e se recriminou após isso.
— Diretora… a senhora é sapatão?
— Camila! – Nós reclamamos juntas.
— Ah… era segredo? Mas depois desse furo. A senhora está babando aí.
— Camila me espera lá fora.
— Mas…
— Agora, Camila. Depois te chamo. – Ela me encarou por um tempo.
— Huuuum… – Ela juntou os dedos indicadores e depois começou a batê-los. — Querem ficar sozinhas… você é sapatão também?
— Camila agora. – Não contive a risada e ela saiu.
— Não demorem brincando aí. – Neguei sentando e me virando para diretora.
— Meu nome é Vanessa Morgan e sei que não é mãe dessa abusada.
— Não sou, mas estou cuidando dela enquanto a mãe dela não aparece. Madelaine Petsch.
— Ela está… – Olhei para a porta, depois olhei para a morena em minha frente. Ela parecia confiável e se não denunciou Camila até agora, é compreensiva.
— Olha… vou ser sincera com você. – Peguei o papel que tirei da mochila de Camila e entreguei a ela. — Você que é mais instruída que eu… é uma despedida, não? – Ela leu. E fechou os olhos…
— É sim. Uma despedida velada.
— Tem que ver como ela tem esperança que essa vaca vai voltar. Corta o coração de ouvir ela empolgada com essa possibilidade da volta dela.
— Eu imagino. Sempre pensei que tinha algo a mais nessa história.
— Agora eu vou ajudar ela, estou a motivando, pois vou ajudar ela a achar essa mulher, mas sei que não vai ser fácil para ela. Eu vou abrigar, alimentar e cuidar da educação dela. Vou fazer tudo que está ao meu alcance.
— Como conseguiu isso?
— Uma amiga, mas não se preocupe que é válido.
— Perfeito… já aviso que a Camila não é fácil. Não mesmo… ela é um terror. – Eu gargalhei.
— Eu sei, mas vou dar um jeito nisso. Tem como me ajudar? Aliviar essa última suspensão? Ela já perdeu muito tempo.
Tem como ela passar ainda?— É muito difícil, só se ela respire estudo.
— Vou contratar alguém para aulas de reforços.
— Só deixar o aviso no quadro. As notas dela, vou liberar para você na diretoria e se você retirar os livros para ela, vai ajudar, mas ela tem que devolver todos no fim do ano, ela não devolveu os do ano passado.
— Ela estuda aqui faz tempo?
— Sim. Por isso eu deixo muita coisa correr, mas ultimamente ela está incontrolável, tudo é chute e bate boca.
— Eu vou correr o risco, nem sei porque quero tanto ajudar essa garota, mas vou fazer o que o meu coração manda.
— Acho muito nobre da sua parte e ela te obedeceu, saiu da sala quando falou, isso é espantoso para mim.
Ficamos acertando uns detalhes e quando saímos, a diretora foi bem categórica… última chance.
NÃO ESQUEÇAM!
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Lonely Girl
FanfictionCamila precisava de um pouco de atenção, mas sua mãe decidiu dar algo diferente. Agora, ela vai contar com a ajuda de novas pessoas em sua vida, afinal, mãe é quem cuida, quem se importa, e verá que as coisas funcionam melhor assim. Como nada é fáci...