Capítulo 03 - Chances

3.7K 346 58
                                    

Camila Cabello  |  Point of View




Dormi muito pouco a noite, primeiro pensando no porquê dessa mulher querer me ajudar e depois… ansiosa, pois ela vai achar minha mãe. Bom… pelo menos ela disse que vai.

— Camila! – Ela bateu na porta.

— Que foi? É muito cedo.

— Levanta logo, garota. Eu fiz café para nós e eu preciso dos seus documentos, estou fazendo uma autorização para responder por você na escola.

— Como você vai conseguir isso sem minha mãe?

— Tenho meus contatos. Agora vamos logo que quando for buscar, já podemos deixar na escola e eu converso com a diretora para anular sua suspensão.

— Hum… você faz mágica?

— Vamos logo.

— Tá bom. Já levantei. – Ela ficou em silêncio e eu segui deitada.

— Essa casa range de velha, Camila. Pisa logo os pés neste chão ou eu derrubo essa porta.

Ela soou tão convincente que levantei. Depois de um banho, coloquei uma roupa… a mesma de ontem e fui ver o café. A única coisa que me animou de todo o discurso dela.

— Deixe suas roupas na lavanderia que a tarde eu deixo lavando e você estende. Depois do colégio vamos ao shopping, vi que não tem um material na sua mochila. E seus cadernos estão vazios também.

— Você é bem chatinha sabia? E mexer na minha mochila sem minha permissão é muita mancada.

— Você tem celular? Nós precisamos nos comunicar quando eu estiver no trabalho. Você vai ficar aqui, né? Não vai fugir?

— Vou ficar, mas se for mentira que vai me ajudar com minha mãe eu caio fora.

— Me diz uma coisa. Porque caminha a noite pelas ruas?

— Ah… eu não sei. Eu acho que minha mãe está bem perto. Porque ela deixa o dinheiro sempre quando eu não estou, acho que me observa.

— Mas se ela observa… porque não voltou? Você nunca pensou nisso?

— Ela saiu um pouco depois do fim do ano letivo, acho que depois que o papa morreu, era tudo muito complicado… aí ela deve estar lutando por algo bom para nós. E vai voltar quando conseguir. – Ela ficou me olhando e depois saiu dali, sem falar nada.

Estranhei um pouco, depois ela voltou e estava com o rosto vermelho.

— Aconteceu alguma coisa?

— Só fui passar o número do documento para minha amiga. – Ela me devolveu. — Obrigada. – Ela ficou me olhando comer. — Bom… se sua mãe quer o melhor para vocês, acho que precisamos acelerar esse processo da escola. Ela vai ficar decepcionada… – A voz dela embargou, ela respirou fundo e suspirou. — Melhor nos organizarmos, mas enquanto eu for sua responsável, ande na linha. Eu não tenho tanta influência assim para te livrar de tudo.

— Eu vou ficar bem, tá? Não precisa surtar.

— Eu sei que vai. Agora come isso logo e vamos ver o que fazer com essa diretora. Ela é muito rígida?

— É. Mas eu acho que ela gosta de mim. Ela sempre faz o que eu peço… até hoje não me entregou para o conselho.

— Ela sabe da sua mãe?

— Era isso que eu ia te dizer. Ela pensa que minha mãe trabalha pra caramba. – Ela assentiu.

Depois nós fomos pegar a autorização, sei lá como ela conseguiu.



Madelaine Petsch  |  Point of View



Quando chegamos à escola, Camila me guiou a diretoria. Falei meu nome e o porquê de estar ali e a secretária entrou
na sala, nos mandando passar logo em seguida.

A diretora ela bem mais jovem do que eu pensava e me olhou estranho assim que entrei ali.

— Minha nossa… – Ela exclamou e se recriminou após isso.

— Diretora… a senhora é sapatão?

— Camila! – Nós reclamamos juntas.

— Ah… era segredo? Mas depois desse furo. A senhora está babando aí.

— Camila me espera lá fora.

— Mas…

— Agora, Camila. Depois te chamo. – Ela me encarou por um tempo.

— Huuuum… – Ela juntou os dedos indicadores e depois começou a batê-los. — Querem ficar sozinhas… você é sapatão também?

— Camila agora. – Não contive a risada e ela saiu.

— Não demorem brincando aí. – Neguei sentando e me virando para diretora.

— Meu nome é Vanessa Morgan e sei que não é mãe dessa abusada.

— Não sou, mas estou cuidando dela enquanto a mãe dela não aparece. Madelaine Petsch.

— Ela está… – Olhei para a porta, depois olhei para a morena em minha frente. Ela parecia confiável e se não denunciou Camila até agora, é compreensiva.

— Olha… vou ser sincera com você. – Peguei o papel que tirei da mochila de Camila e entreguei a ela. — Você que é mais instruída que eu… é uma despedida, não? – Ela leu. E fechou os olhos…

— É sim. Uma despedida velada.

— Tem que ver como ela tem esperança que essa vaca vai voltar. Corta o coração de ouvir ela empolgada com essa possibilidade da volta dela.

— Eu imagino. Sempre pensei que tinha algo a mais nessa história.

— Agora eu vou ajudar ela, estou a motivando, pois vou ajudar ela a achar essa mulher, mas sei que não vai ser fácil para ela. Eu vou abrigar, alimentar e cuidar da educação dela. Vou fazer tudo que está ao meu alcance.

— Como conseguiu isso?

— Uma amiga, mas não se preocupe que é válido.

— Perfeito… já aviso que a Camila não é fácil. Não mesmo… ela é um terror. – Eu gargalhei.

— Eu sei, mas vou dar um jeito nisso. Tem como me ajudar? Aliviar essa última suspensão? Ela já perdeu muito tempo.
Tem como ela passar ainda?

— É muito difícil, só se ela respire estudo.

— Vou contratar alguém para aulas de reforços.

— Só deixar o aviso no quadro. As notas dela, vou liberar para você na diretoria e se você retirar os livros para ela, vai ajudar, mas ela tem que devolver todos no fim do ano, ela não devolveu os do ano passado.

— Ela estuda aqui faz tempo?

— Sim. Por isso eu deixo muita coisa correr, mas ultimamente ela está incontrolável, tudo é chute e bate boca.

— Eu vou correr o risco, nem sei porque quero tanto ajudar essa garota, mas vou fazer o que o meu coração manda.

— Acho muito nobre da sua parte e ela te obedeceu, saiu da sala quando falou, isso é espantoso para mim.

Ficamos acertando uns detalhes e quando saímos, a diretora foi bem categórica… última chance.

NÃO ESQUEÇAM!

===================================
Não esqueçam de ACENDER a ESTRELINHA e COMENTAR, é importante para que mais pessoas consigam ler a história.
===================================

Lonely GirlOnde histórias criam vida. Descubra agora