Capítulo 61 - Amante

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Lauren Jauregui  |  Point of View





Tyga não sabia quem era, mas pegou Camila pelo braço e a arrastou para o colégio novamente. A vaca quis ir atrás dela, mas eu a impedi.

— Pensa que vai aonde?

— Ver minha filha.

— Opa... sua filha? Acho que estamos desatualizadas aqui. – Vanessa chegou correndo e ficou ao meu lado.

— Em que podemos ajudar?

— Só preciso conversar com a Camila.

— Ela não deseja conversar com você.

— Isso eu tenho que ouvir dela.

— Sou a mãe dela, estou falando e acabou. Saia daqui e não apareça novamente, Camila não precisou de você antes e agora não vai mais precisar.

— Opa... senhora Morgan, não lembro de tanta veemência com Camila antigamente.

— Ela é minha filha agora. – A mulher em nossa frente ficou perplexa.

— Mas e a ruiva?

— Também, ela é nossa filha agora.

— Ela é do meu sangue, nunca se negaria a falar comigo, eu conheço, Camila.

— Conhece? Onde estava quando a menina estava perdida e confusa, passando natal e ano novo sozinha esperando uma mãe que nunca voltaria? Onde você estava quando a menina visitava a escola para poder comer, pois não tinha dinheiro sobrando para uma refeição em casa? – Segurei o braço de Vanessa, pois ela estava indo para cima da bruaca e não que eu não quisesse socar a mesma até que seus dentes caíssem, mas Vanessa tem muito a perder caso o faça. — Camila chorou, sofreu e sucumbiu a esperança estúpida que você voltaria e vocês seriam felizes. Ela não vai ouvir mais nada de você, ela ainda não esqueceu que você nunca a amou. Agora, entre da droga do carro e suma, antes que eu arrebente essa sua cara.

Ela não disse nada, apenas encarou Vanessa por mais um tempo, entrou no carro e saiu dali cantando pneus.

Procuramos Camila e ela estava cercada por nossos amigos, bebendo água e eu sentei em seu colo, a abraçando forte e ela retribuiu.

— O que ela queria? – Ela disse olhando para Vanessa.

— Ela quer conversar com você, mas já conversamos com ela.

— Tudo bem.

Camila falou, mas foi algo para ela mesma, ela não queria que nós acreditássemos nisso, só ela.

— Obrigada, meninos. Agora Lauren e eu vamos leva-la para casa. Vocês são incríveis.

— Obrigada, “galero”.

— O povo começou a se despedir de nós e logo nós estávamos no carro de Vanessa, Camila não falava, apenas ficou segurando forte a minha mão e olhando pelo vidro.

— Mama não pode saber. – Nós a olhamos antes de entrar na casa dela. — Ela não pode de irritar, estressar... ela não pode saber.

— Ela precisa saber, filha. Vou contar com jeitinho, fique tranquila, agora vai para seu banho e não fique preocupada com isso.

Ela abraçou Camila com força que retribuiu, depois entramos e ela se aninhou a Mads, ficou um tempo ali e fui para o banho primeiro que ela.


Camila Cabello  |  Point of View



Eu estava saindo do carro e fui puxada pelo braço, me virei e Sinu estava ali.

— Que Porra! – Ela me jogou dentro do carro e eu nem tentei fugir, queria ver o que ela vai falar.

— É difícil ver você sozinha, nossa... estou seguindo você há dois dias e não consigo isso.

— O que você quer?

— Conversar, saber como está.

— Saber como eu estou? Que porra de brincadeira é essa?

— Suas mães não são boas influências, já falaste dois palavrões e nem ficamos cinco minutos juntas.

— Você não vai falar nada sobre minhas mães. Elas são incríveis, são perfeitas e foram em um ano muito mais do quevocê foi em quinze. Não me venha com essas balelas. Só me fala o que quer e nos poupe do estresse desnecessário.

— Você está diferente.

— Só estou bem, muito bem... radiante.

— Me conta como vai seu namoro.

— Por favor, né? – Abri a porta do carro.

— Seu sogro não deve aprovar essa relação. – Parei e voltei a encarar. — Ela é filha do delegado, não?

— Ele não é mais delegado. Como sabe?

— Tenho meus contatos, mas eu sei o motivo dele não aprovar.

— Qual é?

— Se me contar um pouco da sua vida.

— Não. Nem quero saber também.

— Tudo bem. Só me conte como ele te tratava.

— Ele não me suporta. Só isso.

— Ele me procurou quando seu namoro começou, eu disse que não tinha ligação nenhuma com você.

— Vocês se conhecem?

— Tivemos um caso e ele estava com medo de você contar a esposa dele. Eu garanti que você não sabia, mas ele não acreditou.

— Você com um homem casado...

— Eu precisava viver, Camila. E para livrar sua cara da cadeia tive que ir para cama com ele, mas acabei gostando.

— Nossa... isso nem me choca, só explica muita coisa.

— Bom, me deitei com ele por você, agora pode me retribuir já que achou os velhos.

— Nem pense em falar deles, você é uma criatura horrenda, eu tenho tanto nojo de você. Foi por isso que voltou? Viu a revista?

— Meu marido assina todas essas revistas de economia, fiquei surpresa com você na capa, mas é direito meu. Você é minha filha.

— Eu? Você me disse coisas diferentes antes. – O sinal da escola soou e a encarei novamente. – Quer dinheiro? Seu marido não é rico?

— É, mas para ele eu preciso explicar onde vou gastar.

— Eu vou pensar a respeito.

— Não tem muito a pensar, pode me dar uma mesadinha e estamos quites.

Eu sorri, incrédula e sai do carro, óbvio que estavam todos me procurando e uma torrente de perguntas foi disparada quando eu apareci. Perguntas que estavam me deixando tonta e enjoada.

— MAS QUE PORRA! SERÁ QUE PODEM ME DAR A DROGA DE CINCO MINUTOS PRA RESPIRAR?

Vanessa e Lauren se entre olharam, se afastando de mim. Os outros estavam confusos, e eu ajeitei minha jaqueta antes de entrar no carro e sair dali.

NÃO ESQUEÇAM!

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