Capítulo 65 - Normal

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Camila Cabello  |  Point of View





Eu sabia o como toda essa história é ferrada, era complicado contar várias vezes e magoar mais pessoas. Estou encarando minhas mães, sentada na mesinha de centro em frente ao sofá.

— Talvez devêssemos passar mais confiança a você, nunca nos conta nada sem um ano de pensamentos.

— Só não quero deixar você nervosa, não pense bobagens, estou pensando no Morgan Júnior aí.

— E quando vai pensar em você um pouco?

— Nossa... isso foi intenso. Eu penso muito em mim.

— Me fale quem fez isso com você.

— Sinuhe. – Mads levantou e soltou um grito, me assustei e Vanessa foi falar com ela.

— Mads... acabamos de pedir confiança.

— Eu vou matar essa mulher, ela não sabe com quem ela está tratando, ninguém vai encostar na nossa filha.

— Estou com você nessa, amor, mas vamos ouvir Camila, assim ela não vai nos contar mais nada.

— Me desculpe, filha. – Ela sentou na mesinha de centro ao meu lado e me abraçou de lado, Vanessa segurou minhas mãos.

— Ela matou o meu pai, se aproveitou que ele tinha uma doença no coração e ficou deixando ele nervoso, torturando ele com uma doença que eu não tinha, só para pegar a herança, mas quando não conseguiu, mentiu sobre minha morte para punir meus avós.

Lembro de ter contato essa história algumas vezes, mas foi ali, cercada por elas, sentindo o amor em cada gesto, que me permiti chorar, como não havia feito nem em frente a Sinuhe.

— Estamos aqui, filha. Ela vai pagar por tudo, não vamos descansar até vingar isso.

— Precisa entender que tem a nós, que não pode resolver tudo sozinha, você é muito jovem ainda, conversa com a gente, nós vamos arrumar saída para tudo. Não seja tão impulsiva, se ela consegue, se nós perdemos você... eu não sei o que seria de nós.

— Eu sei que errei, só queria me livrar dela e seguir minha vida, mas foram tantas revelações e achei que o laço sanguíneo nunca me deixaria a mercê da morte com ela, sei que fui novamente inocente, mas eu queria acreditar que tudo sairia como planejado.

— Somos suas guias, Camila. Eu estou com muito ódio dessa mulher, mas não nos tire mais o direito como mães de orientar e proteger você. Não está mais sozinha e tem que colocar isso aqui nessa cabecinha teimosa.

— Tudo bem, já prometi isso, mas agora é sério, vou ser mais aberta com vocês.

— Vamos acreditar. Já contou tudo para seu avô?

— Sim.

— Vou ligar para ele e ver como ele vai proceder com isso. – Vanessa beijou minha testa e depois selou os lábios com o de Mads, indo até o telefone.

— Minha teimosa. – Mads me apertou mais contra seu peito e eu sorri. — Eu te amo, viu. Não se esconda de mim.

— Eu não vou mais, Mama. Prometo. Eu também amo você.

Depois Vanessa voltou e eu deixei as duas conversando um pouco, elas precisam falar sobre isso sem mim. Elas precisam raciocinar sozinhas e tomarem a decisão que acharem melhor.

Fui para um banho, coloquei um vestido e tentei disfarçar o desastre que estava com maquiagem.

— Uau... – Ouvi quando terminei de descer as escadas.

— Está exagerado? Eu vou levar Lauren para jantar.

— Não. Está maravilhosa, céus.

— Que isso, só uma maquiagem para disfarçar os hematomas.

— Ficou ótimo. – Elas vieram me abraçar. — Se cuidem, qualquer coisa me ligue, sabe? Caso beba.

— Não vou, os remédios para dor...

— Verdade. Bem pensado.

Vanessa beijou minha testa e me entregou as chaves do carro dela, ele era mais indicado mesmo, minha picape está muito barulhenta ultimamente e Lauren detesta isso.

Na frente da casa de Lauren, mandei mensagem e logo ela estava maravilhosa a meu lado, selou nossos lábios demoradamente.

— Não acredito que está ouvindo “Jacuzzi” novamente.

— Eu gosto dessa música.

— Imagino que é da música sim que você gosta.

— É sim.

Falei sorrindo e ela desferiu um tapa meu braço, mas eu já apanhei tanto nessa vida, que um tapinha de Lauren me soa um agrado.

— Vai me falar o que aconteceu?

— Foi Sinuhe, Lauren. Ela me ferrou e quis me matar. – Lauren colocou a mão sobre meu ombro.

— Sinto tanto, amor.

— Está tudo bem agora, as coisas vão melhorar. Só fui fazer um teatro e acabei sendo protagonista de um drama mexicano. Ela matou o coitado do meu pai, “me matou” para punir os meus avós e tudo por dinheiro. Ela fez tudo por dinheiro, ela vem com essa desculpa de infância sofrida, olha o que eu passei e não precisei pisar em ninguém quando estava lá. Sei lá... me corta o coração saber que meu pai largou tudo por amor e ela não cedeu nenhum passo por conta de dinheiro. Um pedaço de papel fedorento. – Lauren acariciava meu ombro e tinha os olhos marejados, assim como eu. — Só que eu não quero mais saber disso tudo, deixei nas mãos dos meus avós e das minhas mães. Gravação com confissão e meus problemas não vão mais me assombrar. Só quero ser uma adolescente normal que leva a namorada para jantar e volta para casa, assiste séries ou qualquer coisa como desculpa para amassos quentes.

— Eu quero muito ser essa adolescente também.

— Kate disse que você quer.

— Eu tenho ranço dessa mulher, mas ela está fazendo um ótimo trabalho com você. Até minha mãe está envergonhada de ter indicado o outro antes.

— Ele foi ótimo, Lauren. Se eu estivesse no primeiro não seria a pessoa que sou agora e a Kate também vai virar ele, pessoas como eu, fodidas da cabeça, tem que fazer um rodízio de psicólogos para não os enlouquecer. – Estacionei em frente ao restaurante e entreguei a chave ao manobrista, segurando o braço de Lauren para entrarmos.

— Você não é fodida, amor.

— Não assim... sabe... é de um jeito complicado.

— Mesmo assim, você é um doce, não se culpe por ter um monte de gente ruim te sugando. Continua a mesma doce garota que me fez apaixonar.

— Obrigado, Lo.

— Pelo que?

— Por ser assim. Você.

Selamos nossos lábios e a noite foi maravilhosa, comida boa, um filme ruim e um sexo magnífico.

NÃO ESQUEÇAM!

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