Capítulo 68 - Amor

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Camila Cabello  |  Point of View




Estava na aula de filosofia e o professor era meio pirado, o que deixava as aulas dele bem legais.

— Uma palavra nos liberta de todo o peso e da dor da vida: essa palavra é “amor”. Que famoso filosofo cito o amor em forma tão intensa?

— Sócrates. – Taylor falou e nós a encaramos.

— Perfeito, senhorita Swift. Agora quem namora aqui? – Nós levantamos as mãos e ele me encarou. — Você... Cabello. – Ele colocou meu nome no quadro. — Quem está no time dos solteiros? – A maioria levantou a mão. — Uau... você... Steinfeld. Uma moça com ascendência latina e uma com filipina, que extremidades não? – Ele divagou. — Agora eu quero que as duas opinem sobre o amor.

— Acho que o amor nem deve ser comentado por alguém da nossa idade, nem sabemos o que é isso, é algo para pessoas maduras que já aproveitaram bastante e não se terá dúvidas de que é isso mesmo que querem para a vida.

— Nunca amou, Hailee?

— Não, só tenho paixonites. – Ele assentiu e ela me encarou, eu encarei o professor e ele fez sinal com as mãos para que eu falasse.

— Nossa... eu acredito muito no amor sim. Eu amo muito minha namorada e acho que nosso amor é mais que recíproco, estamos lutando diariamente para nos moldarmos e dar certo apesar das nossas diferenças gritantes. Me imagino com ela lá na frente e não vejo motivos para que pessoas novas não amem. Sei lá, meu relacionamento é amor, já passou por tantas provas e estamos juntas.

— Não devemos nos moldar a ninguém. – Hailee falou e eu a encarei. — As pessoas tem que se aceitar do jeito que são.

— Não estou falando em mudar, estou falando eu moldar, algumas coisas podem sim ser modeladas para que fique bom para as duas pessoas. Relacionamentos sem esforço não dura muito tempo.

— Que debate instigante! Eu faria dez redações desse dialogo, vocês duas estão liberadas e com dez, resto da turma,
escrevam uma pequena redação sobre qual das duas está certa e o motivo de concordar com ela. – Ele atirou um beijo para mim. Depois fez o mesmo com Hailee. — Ótimas, Camila, será oradora da turma este ano.

— Não!

— Vai sim, se seus colegas tiverem senso escolhem você.

— Não tenham senso.

Falei para turma que sorriu e voltei atenção para Ally, que parecia triste e desfocada da aula.

— Minha pequena, o que está te deixando para baixo? Sem piadinhas. – Falei abraçando ela como pude, já que nossas mesas estavam juntas.

— A Keana vai terminar comigo.

— O que?

— Sim, ela está se afastando.

— É a faculdade, elas estão muito ocupadas, são muitas coisas.

— A Lauren não se afastou de você, até te esperar na saída ela vem, quem quer mesmo arruma tempo. Vocês nem brigam.

— Ei... Lauren e eu brigamos sim, olha como somos diferentes, tem sempre uma pontinha para ajustar e ela é bem ciumenta, você sabe, eu também não gosto dos caras cercando ela, tem muitas coisas que nos levam a pequenas discussões, mas nunca fizemos isso na frente de vocês, né? Ninguém precisa saber disso, foi nosso trato. Isso não significa que não brigamos. Só precisa de paciência e se ela terminar com você... ela é uma idiota, um cristalzinho precioso desses e ela vai largar assim de bandeja?

— Nem sou nada.

— É sim, não sofra antecipadamente.

— Você é muito legal, Camila. – Ela retribuiu o abraço. — Sempre sabe o que dizer.

— Estou tentando.

— Está indo muito bem. Não precisa mesmo ficar com ciúmes, ela ama você e não liga para esses caras.

— Eu sei que não liga, mas esses caras têm essa mentalidade de que se uma mina namora outro o namoro não é legítimo. É tão escroto. Lauren mudou, né? Está mais segura, mais mulher... sei lá. Às vezes me questiono sobre isso. – Peguei meu caderno e escrevi as palavras que disse ao professor para não esquecer mais.

— Sabe que vai ter que me aturar se ela terminar comigo.

— Não teremos problemas, vai ter chocolate, sorvete e filmes engraçados para passarmos por essa fase, ficaremos bem.

— Ficaremos..

Ela se escorou no meu ombro e ficamos esperando o sinal soar, escreveu em um papel que não concordava com nenhuma das duas e que o amor era uma mentira tola para confortar idiotas solitários.

— Que pesado, Ally. Você ama.

— Eu sou a idiota solitária.

Foi o que ela disse, peguei minha mochila e saímos dali. Guardamos tudo no armário e peguei minhas chaves.

— É um saco ter ganhado ano passado, não? – Taylor falou se escorando no armário de Ally. — Agora temos que esperar toda a fase classificatória para competir nas olimpíadas de matemática.

— Sabe que eu estava torcendo para acabar ano passado e agora sinto falta da adrenalina.

— Falando em adrenalina... – Nem deu tempo de pensar e Hailee estava me prensando contra o meu armário.

— Cabello... parece que divergimos sobre o amor.

— Sim... – Falei olhando para os lados e a empurrei pelos ombros para o mais longe que meus braços conseguiram. — Distância de segurança.

— Ainda com medo da namorada?

— Camila não tem medo da Lauren, a segurança é sua. Ela te quebra se sabe que passou perto da Camila.

— Eu que não tenho medo dela, vocês duas nem sabem o que as duas estão aprontando lá na universidade, com vários caras gatos, moças lindas...

— Hailee, desiste. – Taylor se interpôs. — Camila não vai te comer, seu papinho de serpente, não vai colocar dúvida nenhuma em relacionamentos sólidos, mas se quiser sair comigo e jantar vai ser legal. – Ally e eu olhamos para Taylor e depois para Hailee que parecia sem reação, só saiu dali sem falar nada.

— Você não é hétero?

— Sei lá, só ando com sapatão, quero ver como é.

— Sim, quem sabe você é uma encantadora de serpentes.

— Sim. Gata ela é.

— Quem é gata? – Keana chegou e nos assustou, estava com Lauren e a mesma me abraçou.

— Gal Gadot, saca? – Falei para ajudar Ally que parecia ter um AVC. — A mulher maravilha e tals.

Lauren me abraçou e nos beijamos, apertei ela contra meu corpo, estava morrendo de saudade dela.

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