Capítulo 5

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                               Joaquim

Enxáguo o cabelo e o corpo e depois deixo a água fria percorrer minha pele mais alguns segundos antes de desligar o chuveiro. Enxugo os cabelos secando-me rapidamente, pego um terno de azul e desço.

- Fechou um bom contrato ontem. - Disse Rafael enquanto me sento ao seu lado. - Papai está orgulhoso.

- Não sei. - enchi a xícara de café. - não tenho fala muito com ele, estamos tendo divergências de opiniões em relação ao novo escritório em Goiás.

- Certo. - concordou comendo os ovos mexidos que Melinda deve ter feito antes de sair. - E a Mel ?

- O que tem ela ? - indago parando a xícara no ar para encara-lo.

- Você acredita mesmo que ela está dando uma chance ao professor engomadinho?

- Por que eu saberia ? - pergunto já sem paciência, afinal o que eu tinha a ver com sua vida amorosa. - por que você quer tanto isso ?

- Passei os últimos anos vendo ela afastar as pessoas. E temo que , em algum momento ela se perca de si mesma.

- Ela está bem melhor agora!

- E você também está melhor agora. - disse Rafael sorrindo. - talvez vocês devessem...

- Não. - A resposta monossilábica escapa dos meus lábios acompanhada de um grunhido de irritação sai dos meus lábios. - ela me colocou na Friends zone nos últimos anos, não vou estragar isso por uma foda.

- Por que não ? - Rafael só poderias estar testando minha paciência hoje.

Que porra de pergunta é essa? Ele não sabia o porquê, mas nos tempo de faculdade fizemos exatamente isso, até que um dia ela decidiu se afastar ainda por cima me jogou nos braços da colega de quarto depois se enterrou nos livros para passar no exame da ordem.

Melinda não tinha noção do que aqueles meses fizeram comigo, aquelas noites no apartamento. Não era só desejo, eu precisava dela. Com um desespero que nunca senti por nada nem ninguém.

Nos últimos anos os dias que antes eram cinzentos foram ganhando um tom colorido à medida que nos aproximávamos fazendo meu desejo aumentar, Melinda desfilando as lindas curvas numa camisola pela casa me fazia oscilar entre o certo e o errado. Precisava de muito autocontrole para não levá-la para minha cama e cobri-la de beijos.

Céus estaria cavando minha própria cova. E seria bem profunda.

- Ei? - me trás de volta do pensamentos perturbadores. - Não pense nisso, a Pam ficaria feliz em ver vocês dois juntos e felizes.

Sinto um nó se formar no meu peito. Sabia que isso não era uma total mentira, mas tudo isso influencia muito na minha decisão de manter-me longe dela.

- Joaquim, a forma como você sempre olhou para ela ... irmão se pudesse ver como seus olhos brilham cada vez que olha pra ela... tão apaixonado. - suas palavras me deixaram boquiaberto- E se os sentimentos dela em relação a você também mudaram?  - acrescentou antes das portas do elevador se fecharem.

Uma vez acreditei que tinha encontrado o amor da minha vida, até que foi ceifado de mim. E agora à medida que percorro o caminho em direção a empresa percebo que ninguém preencheria o vazio deixado por ela.

(...)

Chego à sala de reuniões, o trânsito estava horrível o que fez com que chegasse atrasado. Olho para ela ali, super furiosa o que era raro de se ver.

- por que demorou tanto? - Gabriela Sloan questionou ainda mais brava que a morena que balançava os sapatos no ar com as pernas cruzadas. - Sua assistente não me serviu nem um café.

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