A noite estava tranquila, e eu estava relaxando no sofá depois de um longo dia de trabalho., principalmente com o clima estranho que está no escritório.
Joaquim estava na cozinha, ocupado com alguma receita nova que ele havia decidido experimentar. Estávamos desfrutando da leveza que nossa relação havia assumido ultimamente, e tudo parecia estar se encaixando de uma maneira que eu nunca havia imaginado.
Enquanto olhava para o teto, pensando em como as coisas tinham mudado, meu telefone tocou, exibindo o nome "Valentina Medeiros" na tela. Senti um frio na barriga, algo que sempre acontecia quando minha mãe, ligava. Não que eu não gostasse de falar com ela—longe disso—mas sempre havia uma mistura de amor e tensão em nossas conversas, especialmente quando o assunto era minha vida amorosa. Ou melhor a inexistência dela.
-Oi, mãe,-atendi, tentando manter a voz leve.
-Oi, minha Mel!-A voz animada dela atravessou o telefone, carregada com aquele sotaque que eu sempre associava ao Brasil. -Como você está? Faz tanto tempo que não conversamos!
-Estou bem, mãe. E você?-Eu sorri, imaginando o que ela estava fazendo na casa em que cresci, na cozinha, onde sempre parecia estar quando eu era criança.
-Aqui tudo tranquilo, mas você sabe, o calor está insuportável como sempre. E seu pai, bem... ele continua teimoso como uma mula, viemos ver o estado que está a casa como passamos muito fora fica praticamente abandonada. Seu pai fez um loft no antigo depósito encima da Loja.- ela riu.- Mas e você? Como estão as coisas aí? E o Joaquim?- Ah, o Joaquim. Eu sabia que ele surgiria na conversa cedo ou tarde.
-Estamos bem, mãe. Na verdade, as coisas estão indo muito bem entre nós.
Ah, eu sabia! Sempre soube que vocês dois acabariam juntos. -Eu podia praticamente ouvir o sorriso dela do outro lado da linha. -Sempre foram perfeitos um para o outro, desde crianças.
Mãe, você sempre disse isso.-Eu ri, balançando a cabeça.
-Porque é verdade, Melinda. Você pode não ter percebido na época, mas todos nós sabíamos. Eu lembro quando vocês tinham o quê... oito anos? Joaquim sempre ficava ao seu lado, protegendo você de qualquer coisa, e você sempre corria para ele quando algo dava errado.
-Sim, mãe,-eu respondi, sentindo o calor da lembrança. -Mas as coisas mudaram tanto desde então.
-Eu sei, minha filha, mas o que importa é que agora vocês estão juntos de novo. E isso me deixa tão feliz. Eu sempre achei que, no fundo, vocês estavam destinados a ficar juntos.
Eu suspirei, sentindo uma mistura de alívio e pressão. Minha mãe sempre teve essa capacidade de ver o que ela queria para mim, e às vezes era difícil corresponder a essas expectativas.
-Nós estamos bem, mãe. Estamos redescobrindo como é estar juntos, mas de uma maneira mais leve, mais natural.
-Isso é ótimo, querida. Mas me diga, e o futuro? Vocês já pensaram em algo mais sério? Casamento, quem sabe?-Eu engasguei levemente com a pergunta.
-Mãe, estamos tomando as coisas devagar. Não queremos apressar nada.
-Hmm, eu entendo,- ela disse, mas havia uma ponta de desapontamento em sua voz. -Só não deixe passar a oportunidade, Melinda. Homens como Joaquim não aparecem todos os dias. Ele sempre foi um bom rapaz, e eu sei que ele te ama de verdade.
-Eu sei, mãe. -Eu sorri, embora com uma leve sensação de desconforto. -Nós estamos bem, e estamos felizes. Isso é o mais importante agora.
-Você está certa, minha filha. Mas saiba que eu estarei aqui torcendo por vocês, como sempre estive.
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Você Nunca Saiu Verdadeiramente Daqui
ChickLitMelinda se tornou uma mulher implacável, não é nem a sobra da jovem insegura que foi. Depois de ter o coração esmagado pelo seu grande amor adolescente e levando em conta o noivo possessivo e ciumento resolver se fechar para o amor. Só que por trá...