𝑇ℎ𝑟𝑒𝑒

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𝗘𝗦𝗧𝗘𝗙𝗔̂𝗡𝗜𝗔 𝗣𝗢𝗩
Uma semana se passa e faço duas amigas no novo colégio. Altagracia Guerrero e a já conhecida, Yolanda Montero.

Está tudo bem na medida do possível. Ainda tenho que ver a Bob Esponja todos os dias com aquela cara de metida nojenta filhinha de papai. A puta ainda é debochada comigo e pelo o que eu estou sabendo, ela fala de mim pela escola a fora. Mas eu prometi que ia controlar meu temperamento. Se fosse a dois meses atrás, a Fátima já estaria com os dois olhos roxos.

Estou tentando ser uma pessoa melhor. Só espero não ter uma recaída emocional e fazer merda.

Hoje eu cheguei no horário certo pela primeira vez.

- Agora é o que? - pergunto a Yolanda que se sentava na fila ao lado.

~ Sociologia,da professora Saray.

Seus saltos ecoam pelo corredor e logo ela entra na sala. Nossos olhares rapidamente se conectam, mas eu desvio para o meu caderno.

Seu perfume exala pela sala toda. Era um perfume que não era doce, mas era tão agradável. Hoje ela usava um blazer cinza e uma calça jeans da mesma tonalidade. Seu cabelo estava solto,com poucas ondas, era tão lindo...

Explicando a matéria, eu viajo em cada traço da mais velha. Ela é tão linda e elegante... Mas credo Estefânia, ela é mais velha.

Bom, era só uma admiração, nada demais.

A aula se encerra e todos saem da sala. Dessa vez, corro junto a multidão para não ter que bater de frente com ela. Dado que na terça-feira passada eu me senti diferente perto dela, me senti fora do meu controle.

~ E aí, já tem um crush em alguém daqui da escola? Você pode odiar a escola, mas não pode dizer que aqui não tem uns meninos que são que tirar o folego! - disse a Yolanda.

- Eu não me apaixono.

~ Por que? tem medo de ter o coração quebrado? - altagracia pergunta.

- Não, sou eu que quebro o coração das pessoas. Mas não é isso, só não tenho tempo para essas coisas, me apegar, me apaixonar e blá blá blá.

~ Uuuiiiii, ela é malvada! kkkkk - Alta debocha e logo fecho a cara para a garota.

~ E a senhora Vargas? - Yolanda já complementa o assunto com a mulher que não saía da minha cabeça.

- O que que tem ela?

~ Eu percebi os olhares, os sorrisos bobos... Todos esses flertes. - ela diz entre risadas. Eu olho para trás e para os lados checando se ninguém estava nos escutando.

~NÃO FODE, A PROFESSORA DE SOCIOLOGIA? ~ Altagracia grita, espantada com a situação.

- Fala baixo porra. Você está enganada, não troquei olhares com ela nem sorrisinhos. Olha para minha cara, eu tenho cara de quem faz isso? Romântica e essas coisas?

~ Não, mas tem cara de quem treparia com professora. - diz Monteiro.

- Ah vão se fuder então, pensem o que quiserem. - apresso meus passos, ficando a frente das meninas nos corredores e elas soltam gargalhadas.

~ Boca suja. - Yolanda ri.

As outras três aulas foram tudo bem, tirando o fato de eu pensar na senhora Vargas e na vergonha que senti por Yolanda perceber que eu secava a professora de Sociologia.

Que coisa estranha. Mas era apenas admiração, certo?

Em falar nela, a mulher que tem o olhar penetrante entra na sala novamente, no quinto horário.

~ A senhora Zahir, professora de árabe está doente e não poderá comparecer. Então irei substituir para ela. Zulema me passou a folha impressa e eu irei entrega - los. A atividade será corrigida semana que vem, quando ela ficar melhor.

Para que ter aula de árabe?

Altagracia e Yolanda começam a rir me cutucando, e eu morrendo de vergonha pois Saray notava ás vezes.

- Para, gente. Deixem de ser crianças. Eu já falei que não gosto dela.

~ Depois que você ficou in love com a senhorita Vargas, você ficou até mais boazinha, de bom humor, com um rostinho feliz. - Yoli solta risos fracos.

- Você vai ficar falando essas merdas enquanto a sala está em silêncio mesmo? - digo em tom ríspido a ela, fazendo a mesma dar continuidade a sua atividade.

O sinal bate, a professora vai de carteira a carteira recolher as folhas. Os alunos saem a medida que a Saray pega as atividades, então na minha vez já não tinha ninguém na sala, visto que sento na última carteira.

~ Vejo que não fez nada da atividade, o que aconteceu? - ela para em meu lado.

- N - nada, eu só estou com dificuldades na matéria e...- a mais velha logo me corta.

~ Dificuldades da matéria ou de concentração? - ela se aproxima do meu rosto, fazendo minhas mãos ficarem suadas de nervosismo. ~ talvez não tenha acabado o exercício por me fitar todo o horário.

- Eu não te fito, você é bem convencida. Agora licença que eu tenho que ir para casa. - me levanto e ela dá espaço para eu passar.

Eu tenho certeza que se eu fosse mais clara, já estaria com a tonalidade de uma pimenta de tanta vergonha.

~ Você me come com os olhos Estefânia. - ela diz baixo, enquanto eu já me retirava da sala.

Eu fiquei constrangida dela notar meu admiro a ela, mas eu nunca tive uma professora tão ousada e pretensiosa.

Eu acho não terei coragem de fita - la novamente.

𝐌𝐲 𝐅𝐚𝐯𝐨𝐫𝐢𝐭𝐞 𝐓𝐞𝐚𝐜𝐡𝐞𝐫Onde histórias criam vida. Descubra agora