𝑇ℎ𝑖𝑟𝑡𝑦-𝑒𝑖𝑔ℎ𝑡

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𝗘𝗦𝗧𝗘𝗙𝗔̂𝗡𝗜𝗔 𝗣𝗢𝗩

Nerea estava realmente tentando se aproximar de mim, e até me chamou para passar o recreio com ela hoje. Eu não recusei, tentando ser gentil e menos mal humorada. Eu não poderia reclamar, ela foi simpática comigo desde o primeiro dia que eu mudei de sala, tentou fazer com que eu me encaixasse, coisas que mais nenhum aluno fez. E o mínimo que eu poderia fazer, era não ser estupidamente grossa com ela, como já havia sido uma outra vez. Nerea é uma garota legal, simpática e bem bonita. Seu sorriso era meigo e ela parecia ver a vida com tanta leveza...

Nos dirigimos para uma pequena mesa no pátio, onde os raios de sol batiam em uma temperatura perfeita para não me incomodar. Estico um braço na mesa, e deito minha cabeça nele.

Seus olhos miravam aos meus, repleto de sentimento. Não sabia o que a garota tanto pensava ao me fitar, mas sem demora meu olhar foi ao horizonte, observando o movimento do colégio.

~ As bordas de seus olhinhos estão vermelhinhos e inchados... Estava chorando? - Nerea passa a ponta de seus dedos na área com carinho.

~ É a maconha. - diz Guerrero.

Ergo a minha cabeça, olhando para o lado. Nego com a cabeça ao ver que se tratava de Altagracia. Não só ela havia me encontrado, como Silene e Yolanda.

- Quem me dera. - resmungo.

~ Esqueceu da gente? Mudou de sala acabou a amizade? - disse me Yolanda.

- Gente, a Fátima vai fazer uma festa, vocês topam ir comigo? Eu não vou aguentar ficar sozinha com as amigas dela do primeiro ano... Eu mando tudo direitinho por whatsApp.

~ É claro!! - disse Altagracia empolgada e pulando.

Eu gostaria de ter a energia e felicidade que ela tem ás nove e meia da manhã...

~ Tua irmã convidou a maioria das pessoas da minha sala. Ela não me convidou mas convidou Fábio e Hierro. - exclama Silene.

~ Meia. Meia irmã. - Yoli corrige.

- Mas eu te convido. Nerea, se você quiser também. - Nerea abre um sorriso simpático assentindo com a cabeça.

O sinal toca, anunciando o final do intervalo. Assim, Altagracia me puxa de canto para conversarmos a sós. Ela segura em meus braços e fala para baixo.

~ Qual é sua próxima aula?

- Espanhol, eu acho. - dou de ombros.

~ A minha é filosofia. O que acha de descansar um pouco, hm?

- Alta, eu não posso... Você sabe.

A minha liberdade está bem severa, desde as merdas que eu ando fazendo depois daquele dia com Saray. Eu não posso sair, já que quando eu saía, eu furtava por diversão ou algo assim. Confesso que não é certo e o meu desrespeito e rebeldia estavam passando dos limites. E ver Carmen me dizer que não quer ver sua única filha atrás das grades, doeu meu coração. Andei dez passos para trás na minha impulsão descontrolada.

E tudo por causa daquela mulher que conheci a menos de um ano? Isso é burrice.

~ Tudo bem, você já está cheia de advertências por matar aulas. Só não quero te ver assim heim, parece que está dentro de um álbum da Lana Del Rey. - ela bagunça meu cabelo, chacoalhando o topo da cabeça.

- Realmente, sofrendo por alguém que é o dobro da minha idade...

Minha mãe sempre me disse que sempre que eu quisesse fazer uma merda, eu contasse até dez, mas eu nunca passei do três. Porque quando eu preciso fazer uma coisa, EU PRECISO FAZER, aqui e agora, não importa como.

𝐌𝐲 𝐅𝐚𝐯𝐨𝐫𝐢𝐭𝐞 𝐓𝐞𝐚𝐜𝐡𝐞𝐫Onde histórias criam vida. Descubra agora