𝗘𝗦𝗧𝗘𝗙𝗔̂𝗡𝗜𝗔 𝗣𝗢𝗩
Não demorou muito para escutar duas buzinas e ver o carro de Saray estacionado em minha porta.
- Oi! - nos cumprimentamos selando nossos lábios.
A senhora Vargas estava linda hoje, com seu cabelo solto e esvoaçante. Trajando uma regata larga, shorts jeans, um óculos de sol que logo foi tirado de seu rosto e um boné que foi virado para trás. Ela parecia melhor depois da noite passada.
Durante o trajeto, Saray usava apenas uma mão para dirigir. A mulher lasca um tapa em minha coxa, que fez com que um alto estalo se alastrasse por todo o carro. Ao final do tapa ela aperta com força e uma arfada alta é soltada por mim. A mais velha não conteve os risos, que mais pareceram ar por minha reação ao seu toque.
Rapidamente chegamos no restaurante e fizemos nosso pedido.
~ Você está linda, Fanni - ela elogia.
- Obrigada... Você está melhor?
~ Estou... - ela diz olhando para a área do meu pescoço e clavícula. Passo a mão na área e me recordo do que seus olhos tanto admiravam. ~ Lindo o colar.
- Valeu, Fábio que me deu. - eu havia gostado do colar, ele era delicado, mas não o usaria com o significado da letra F ser de Fábio.
~ Uhm... O Fábio da sua classe? - seu sorriso se desmancha e ela arqueia as sobrancelhas.
- Sim.
~ E vocês são amigos? - ela pergunta com insegurança.
- Não... Mas a Yolanda disse que ele gosta de mim, então sei lá. - cuspo as palavras, mas logo depois percebo que Saray estava claramente enciumada.
~ Uhm, tem até um pingente de coração e outro uma letra F...
𝗦𝗔𝗥𝗔𝗬 𝗣𝗢𝗩
Estefânia pode ter quem ela quiser, garotas e garotos da sua idade. Por que ela iria desejar uma bem mais velha?
Foram esses os pensamentos que surgiram em minha mente ao ver aquele colar que Fábio havia dado, um colar de casal, com sua inicial de pingente.
E Fábio era um bom pretendente. Ele tira notas boas, é bonito... É um garoto que Estefânia poderia apresentar para sua mãe, que seu pai ficaria orgulhoso, poderia demostrar seu amor na escola, em público sem medo de perder algo que está em risco ou do pensamento alheio.
Dou de ombros e continua a comer, logo a garota começa a rir.
~ Depois eu que sou a ciumenta... Fica fria, não suporto Fábio, e como já havia dito a você, eu prefiro as mais velhas. - ela sorri de forma maliciosa, me fazendo abrir um sorriso de canto também. Ela me rouba vários selinhos e não exito em retribuir.
Depois de comer, saímos do restaurante e eu pretendia a levar para outro lugar.
~ Para onde vamos? - a garota pergunta.
- Você verá. - Estefânia se acomoda no banco do passageiro e eu fecho sua porta.
𝗘𝗦𝗧𝗘𝗙𝗔̂𝗡𝗜𝗔 𝗣𝗢𝗩
Saímos do carro e posso ver uma extensa área verde, com a grama tão bonita e perfeita que parece sintética. Havia um coreto com detalhes em azul e branco, e em frente um pequeno lago, que deixava o ambiente ainda mais leve. O dia estava fechado, se estivesse ensolarado, deixaria ainda mais formoso aquele lugar.
- Um jardim?
~ Aqui não tem Santiago, nem Macarena... - nos sentamos ao chão. O pôr do sol deixava aquele momento ainda mais bonito. ~ Nem sua mãe, nem Fátima sua irmã...
- Saray, você gosta de mim? - pergunto o que já queria perguntar a muito tempo.
~ Que? - ela tosse, me fazendo ficar tensa ao perguntar novamente.
- Você gosta de mim ou é só sexo?
~ Estefânia, eu te amo. - ela olhava no fundo de meus olhos, enquanto a ponta de seus dedos acariciavam minha bochecha.
Sem pensar duas vezes, nos junto em um beijo apaixonante, por tamanha euforia ao escutar aquelas palavras saindo da boca de Saray.
Não demorou muito para uma chuva repentina e forte começar a cair. Gotas de água molhavam nosso beijo.
Nossos cabelos e blusas já estavam encharcados quando tiramos as roupas.
[...]
Seu corpo se movimentava em cima do meu com precisão. As gotas de água das pontas de seu cabelo, pingavam em meu corpo, e o suor e a chuva se difundiam em um só líquido. Não demorou para a onda de prazer chegar para nós e ela despencar em cima de meu corpo, relaxada.
Pela primeira vez eu havia sentido que o que tínhamos feito não era apenas sexo casual, e sim que tinha muito amor envolvido, existia carinho e companheirismo.
- Eu acho que a gente vai pegar um resfriado, gripe ou leptospirose. - comento depois de ainda estarmos no chão, deitadas. A mulher solta risadas do meu comentário.
Logo nos dispomos nossas roupas para voltar para a casa.
~ Uma foto antes... - ela corre e busca meu celular em seu carro.
Ao céu agora só caiam chuviscos finos e fracos, mas como nós nossas roupas ainda estavam molhadas, estávamos sentindo frio.
Ela volta com meu celular e me entrega. Ela se acomoda próxima ao meu corpo e começo a bater dezenas de fotos.
Voltamos para o carro, Saray coloca em volta de meu corpo uma coberta que pegou no porta - malas.
~ Não quero a mocinha doente não heim!
Abro um sorriso fraco a ela. Olhando as fotos que tiramos, havia uma em especial que eu havia gostada. Uma em que Saray me olhava de maneira tão apaixonada, e eu sorria olhando para a câmera. Não consumava sorrir e Saray me olhava com tanto carinho que me deu vontade de morar naquela fotografia.
Perdi a noção do tempo admirando aquelas fotos e quando percebi, já havíamos chegado em minha casa.
- Por que não fica na minha casa hoje? - digo assim que ela estaciona o carro. Nossas roupas ainda estavam molhadas pelo banho de chuva que havíamos tomado.
~ E seus pais e sua irmã?
- Minha mãe está viajando e meu pai e Fátima moram na casa da frente. É seguro, ela só volta segunda, e meu pai nem lembra que eu existo.
~ Hum... Tudo bem vai. - ela abre um sorriso fofo com os lábios unidos.
[...]
Já era tarde quando nós fomos deitar. Saray me abraçou por trás e apagou rapidamente. A mulher se contorcia, virava, deixava as pernas e braços abertos, ela era muito espaçosa.
Por mais que gostasse muito da senhora Vargas, não gostava de dividir cama com alguém, principalmente alguém espaçoso como ela.
Olhava para o teto tentando adormecer, enquanto Saray roncava em seu décimo sono, quando recebo uma mensagem de Altagracia.
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𝐌𝐲 𝐅𝐚𝐯𝐨𝐫𝐢𝐭𝐞 𝐓𝐞𝐚𝐜𝐡𝐞𝐫
FanfictionEstefânia, uma adolescente problemática e com dramas familiares se muda para Madrid e automaticamente para um novo colégio. A garota que não esperava continuar nem um mês naquela cidade, acaba se interessando na cigana dos cabelos longos e olhos mar...