𝐌𝐲 𝐅𝐚𝐯𝐨𝐫𝐢𝐭𝐞 𝐓𝐞𝐚𝐜𝐡𝐞𝐫

𝐹𝑜𝑟𝑡𝑦-𝑒𝑖𝑔ℎ𝑡

𝗘𝗦𝗧𝗘𝗙𝗔̂𝗡𝗜𝗔 𝗣𝗢𝗩 

Dando um longo suspiro, fecho meus olhos permitindo-me tirar uma soneca na aula de história. Aulas de história sempre me dão sono, e no dia em especial já situava-me cansada. Então assim, encosto minha cabeça na parede de concreto gelada.

Hoje no colégio só se falava de uma coisa: O baile de final de ano. Parece ser um evento muito esperado por todos os alunos, já que todos estavam bastante empolgados e os representantes entregavam panfletos. Esse baile é somente para o ensino médio, e nós usamos trajes de gala, algo bastante sofisticado. Os professores estarão presentes, visto que eles serão nossos responsáveis, então é claro que vou! A Saray estará lá também! O bom é que ela pode me ajudar, pois eu nunca fui em um baile de gala, já que em outras escolas que transitei, não tinham esse evento. Esse colégio é de elite!!!

Porém acabei nem pensando mais sobre o baile, pois meus devaneios estavam focados em mais cedo. Hoje de manhã, eu tive uma grande briga com Fátima. Por um motivo bobo, são só suas provocações que eu não deixo de retrucar, mas que acabou mal com gritaria e tapas. E agora, vejo Yolanda e Fátima conversando no corredor, o que me deixou incomodada. Isso nunca aconteceu, agora são amigas? 

Em falar em amiga, descobri que Silene mudou de cidade de uma hora para outra. Nem despediu de mim, e aparentemente de suas amigas Montero e Guerrero também não. Bom, o que importa é que o dia do baile estava chegando e meu aniversário também, logo faço 18 aninhos! 

Esses últimos finais de semana foram bons para mim, já que estou passando todos eles com a cigana, me distraindo de todos os outros dramas a fora. Como a escola, notas, família, amigos, futuro... Tudo o que estava me deixando mais estressada, e Saray me fez bem.

...

..

.

Desperto-me após sentir uma presença próxima a mim, me chamando. Abro meus olhos vagamente até perceber que se tratava da mulher em que eu tanto sonhava.

Caralho, eu dormi quase dois horários seguidos?

~ A bonitinha não vai acordar não? - disse Saray em tom de brincadeira.

Um sorriso fraco, ainda um pouco sonolenta, se abre em meu rosto. Logo trago minha atenção para as atividades que precisavam de serem feitas. Depois de uns vinte minutos todos já haviam terminado e entregado para senhora Vargas, para a correção. 

~ Alguém pode se sentar aqui do meu lado para me ajudar? - pergunta Vargas. 

Algumas mãos são levantadas, mas Saray passa seus olhos em mim. Aquele olhos, que eram tão marcados com lápis preto, fazendo com que eles parecessem mais intimidadores e profundos, eu poderia os admirar pelo resto da minha vida. 

~ Vem senhorita Lascurain, me ajuda por favor. 

Vou até sua mesa e vejo seus olhos me fitarem todo o caminho, com um sorriso sexy presente em seu rosto. Ela estava aprontando uma, eu conheço esse olhar malicioso.

~ Senta aqui do meu lado, amor. - ela sussurra a última palavra e meu sorriso é automático. 

Por conseguinte, coloco uma cadeira ao lado direito da mais velha, assim a deixando com a passagem livre. 

~ Tira as dúvidas de seus colegas enquanto acabo de corrigir, por favor. 

Virei monitora, por acaso?

Ela me entrega as folhas já corrigidas, portanto vou chamando os alunos que tem dúvidas. Faço o que a senhora Vargas havia me dito para fazer, quando sinto sua mão acariciando minha perna. 

Olho para a mesma que sorria disfarçadamente, de modo malicioso. Essa mulher é muito safada, meu pai amado.

Sua mão subia cada vez mais deixando minha saia minúscula  resultando em meu atrapalhamento, mas claro eu estava adorando. Quando aquele tecido fino é arredado para  lado e sinto seus dedos exercerem movimentos circulares, fazendo com que eu soltasse uma arfada, que mais pareceu um riso fraco. 

~ Eu estou com dúvida na 2, Lascurain. - disse um colega, na frente da mesa me esperando ajudar-lo.

- Caralho. - resmungo e mordo os lábios. 

~ Ah, se não souber não tem problema...

Eu não soltei um "caralho" por não saber, foi por outra coisa...

Acabo por soltar uma gargalhada constrangedora, ao tentar miseravelmente em fazer uma expressão de paisagem enquanto tentava controlar o que acontecia ali de baixo. 

~ Para Durkheim, a sociologia é o estudo dos fatos sociais, então é a letra B, querido.  - disse a professora de sociologia. 

O aluno assente com a cabeça e volta para sua mesa, antes que algum outro aluno chegue  para tirar dúvidas, eu me pronuncio. 

- Eu acho melhor você parar agora, se não quiser que eu comece a gemer aqui. 

Ela solta uma risada sem vergonha e tira seus dedos dali, voltando ao trabalho. 

- Você gosta de um perigo... - digo e ela ri fraco.

~ Gosto se for com você. 

A sirene toca, anunciando o fim do horário. Todos se levantam para o recreio, então volto para minha mesa, organizando meus materiais com calma, e deixando meus colegas passarem na minha frente.

~ Vai no baile de gala? - ela pergunta. 

Acho incrível como ela finge que nada aconteceu, depois de ficar de safadeza no meio da aula. 

- Talvez, se o meu par for... - solto uma piscadinha, saindo da sala.