𝑇ℎ𝑖𝑟𝑡𝑦-𝑠𝑒𝑣𝑒𝑛

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𝗘𝗦𝗧𝗘𝗙𝗔̂𝗡𝗜𝗔 𝗣𝗢𝗩

Terça-feira - 6:58 AM

Assim que meu pai sai com o carro, entro na escola me direcionando direto para minha classe e separando de Fátima.

~ Opa, onde pensa que vai fugitiva? - diz Fátima dando passos rápidos para me alcançar.

- Fala logo Fátima.

~ Para onde foi na noite de sábado? - paro de andar no meio do corredor e olho seriamente para a garota, que se situava sorrindo cinicamente.

- Eu não te devo nenhuma satisfação, feto.

~ Você estava chorando por que? Eu me preocupo com minha irmãzinha mais velha... - ela diz de maneira cínica, que me irritava profundamente.

- Se preocupa nada, você só quer fazer fofoca. Olha Fátima, eu não estou em um bom dia hoje, me deixa em paz.

- E outra, por que fica me vigiando uma hora da manhã? Vai arrumar o que fazer, desocupada! 

~ Ah, eu vou fazer uma festa de aniversário, e claro papai quer que eu te convide. Reservaremos um local para fazer minha festa de dezesseis anos... Pode trazer uma daquelas amiguinhas suas, só para você ficar felizinha. - ela manda beijo no ar.

- Uma? Pode ser três não? 

~ Pode, elas são indiferentes para mim. - ela diz com arrogância. 

Fátima sendo minimamente legal comigo? Tem algo de errado, essa garota deve estar aprontando alguma para cima de mim. Ou meu pai deve ter comentado que eu perdi um parente, e pediu a ela para ser gentil comigo.

- Valeu, feto. - digo entrando em minha sala, me distanciando de Fátima.

~ Tô de olho! - entre risos, ela aparece com a cabeça na porta da sala e rapidamente vai embora. Ela ainda estava dizendo sobre o dia que eu havia chegado em minha casa de madrugada.

[...]

Ainda estava começando o segundo horário do dia, que era árabe com a senhora Zahir. O som de seus saltos ecoaram por todo o corredor, até entrar a mulher dos cabelos escuros e curtos.

~ Bom dia turma.

Meu deus, parece que essa turma está sempre em um velório.

Até o enterro da minha avó estava mais animado que essa sala.

Ninguém responde a mais velha. Ela despeja sua bolsa em sua mesa e começa a fazer a chamada. Em seguida a senhora Zahir passa a tarefa no quadro. Começo a copiar, ao invés de dormir ou usar o celular como comecei a fazer em outras aulas. Já que Zahir sempre lacra os alunos e eu não queria fazer inimizade com a mesma.

~ Senhorita Lascurain, estão te chamando na sala da coordenação. - o silêncio na classe se faz presente e todos os olhos se direcionam a mim.

- Quem? Eu não fiz nada dessa vez... 

~ Faz o que eu estou mandando. - a professora diz firme em tom de autoridade.

Sem questionar novamente, saio da sala e dou de cara com Saray Vargas. Reviro os olhos para a mesma que parecia já me aguardar.

~ Precisamos conversar.

Essa não desiste nunca.

- Uhm, não. Vai conversar com teu marido. - continuo andando pelo corredor em busca da sala da coordenação e ela vai atrás. Não olhava no rosto da mais velha uma vez.

~ Estefânia, para onde vai?

- Coordenação.

~ A Zulema mentiu, era o tempo que eu tinha para conversar com você. Já que você não me responde. - ela pega em meu braço, me impedindo de continuar andando com pressa. Olho para a mesma com uma expressão de desprezo.

- Me larga! - exclamo em um tom bastante alto, o que fez com que ecoasse o local.

~ Porra Estefânia, fala baixo. - Saray olha para todos os lados assustada. A mulher rapidamente me puxa para o laboratório de informática, e fecha a porta com presteza. ~ Escuta caramba!

- Que falta de ética, se trancar com um aluno dentro de uma sala vazia... - digo em tom sarcástico, que irritava a mais velha. - Você não tem uma aula para dar não? Com tantas turmas...

~ Santiago tem fotos suas, nossas na verdade, mas eu estou pouco me fodendo comigo, apenas pensei em você. Ele tem fotos nossas em momentos íntimos e todo esse distanciamento que precisei ter com você, foi para te proteger. Para Santiago não fazer nada contra você, foi o que ele propôs. - ela diz rápido e sem pausa alguma. ~ Eu precisava de algo para ameaça - lo, para assim ter você ao meu lado.

- Ah tá bom. - cruzo os braços e reviro os olhos, desacreditando da professora. - E aquele beijo? Fazia parte de seu "plano" também? Eu era apenas a amante. Uma outra pessoa que fazia sua vida monótona e sem graça ter um pouco de sal e aventura. Mas eu não quero esse papel para minha vida. Não estou afim de participar de um triângulo amoroso ou sei lá que porra é isso.

~ Foi forçado da parte dele! Eu não deixei de pensar eu você nenhum minuto. Estefânia, eu te quero de verdade. - seus olhos profundos estavam marejados e ela mordia seus lábios com força.

- Você não tem ideia do que é querer alguém. - fito ela de cima a baixo com amargura e saio da sala, deixando a mesma sozinha no local. 

𝗦𝗔𝗥𝗔𝗬 𝗣𝗢𝗩

Eu nunca me apaixonei por aquele homem, ela não era a número dois. Eu só tenho olhos para a garota novata, que já não é mais tão nova assim, dos cabelos cacheados desde o seu primeiro dia naquela turma.

Em todo o tempo eu busquei alternativas para ficar com a minha garota, e quando consegui, ela vê eu e Santiago nos beijando. Aquele filha de uma puta, fez com que Estefânia entendesse tudo errado sobre o que aconteceu quando Santiago conversava comigo na frente de casa.

 Esses problemas só estavam tornando um bola de neve cada vez maior, e a medida que cresce, machuca mais eu e Fanni. 

Flashback on

~... Eu vou ter que contar sobre esse relacionamento, Saray. Eu vou espalhar essas fotos, e automaticamente a mãe da garota e o colégio saberão desse relacionamento nojento.

- E eu vou ter que falar sobre o que mesmo?... - digo com um tom repleto de cinismo. - Ah é, sobre a pornografia infantil que você guarda em casa...

~ Do que você está falando? Credo, eu não faço essas coisas, eu tenho caráter! 

- Ué, Estefânia é menor de idade. Imagina a polícia descobrir que você tira fotos nossas durante atos carnais sem o consentimento. Isso pode dar uma merda grande para ti, Santiago. Que nojento que você é! Está no artigo 241, da lei número 8.069/1990. 

~ Saray... Vamos resolver isso de uma maneira diferente... 

O homem se aproxima mais e me puxa pela cintura. Arqueio a sobrancelha desconfiada, por tamanha aproximação. Quando seu olhar vai para os meus lábios, não deu tempo nem de pensar e Santiago já me rouba um beijo. Ele nos empurra para dentro de casa, pensando que rolaria mais alguma coisa. imediatamente descolo nossos lábios e o empurro com muita força contra a porta, fazendo um alto barulho ecoar pela casa. 

- Você me causa asco. - limpo meus lábios com meu pulso. 

Flashback off

Estefânia apenas estava no lugar errado na hora errada. E agora que tirei, em partes, Santiago do meu caminho, necessito resolver as coisas com Estefânia. Ela está furiosa comigo, e não a culpo.

Mas se Santiago pensa que vai se safar só por uma ameaça, ele está muito enganado.

Há algo esperando por ele.



.............

Oiie, essa festa da Fátima vai dar no que falar hein! Não esqueçam da estrela para eu voltar rápido, amo vcs bjs.

𝐌𝐲 𝐅𝐚𝐯𝐨𝐫𝐢𝐭𝐞 𝐓𝐞𝐚𝐜𝐡𝐞𝐫Onde histórias criam vida. Descubra agora