Capítulo 5

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— O que tá acontecendo aqui? — Puxei meu irmão para perto de mim.

— Policial, esse menino estava vandalizando o veículo — o senhor grisalho bradou.

Olhei para a lateral do carro e vi desenhos em spray. Sem dúvida aquilo custaria caro para remover. E olhando o modelo do automóvel, suspirei pesadamente. Um mês do meu salário.

— Não fui eu, Vic. Juro! Foi o Michael...

— Não pode ter havido um mal entendido senhor...?

— Rubens. E não, eu mesmo vi esse garoto e mais dois, próximos ao carro. Só que não consegui alcançar os demais.

Rubens.

Me recordei de onde o havia visto. Sim!

Ah droga!

Mas eu estava falando pra eles não fazerem isso! Eu juro, Vic. — Vincent estava com a voz de choro e eu não sabia se sentia pena ou raiva.

— Pra início de conversa, você nem deveria estar aqui, Vincent.

— O que tá acontecendo aqui?

Fechei os olhos ao reconhecer aquela voz atrás de mim. Não sabia se era bom ou ruim já termos nos conhecido em Norfolk.

— Peguei esse menino e mais dois pichando seu carro, senhor — Rubens informou com uma voz nervosa.

Me virei rapidamente e o vi erguer uma sobrancelha. Ele me reconheceu.

— Você... — murmurou, surpreso.

— Desculpe pelo meu irmão. Por favor, se puder não dar queixa... Eu — olhei para o Vincent e lhe dei um beliscão no braço — pagarei pelo prejuízo.

Alex que até então estava em silêncio, tossiu, chamando minha atenção.

— Quê?! — perguntei, já alterada.

— Aham? Ah nada! Vou levar Vincent pra viatura — ele coçou a cabeça e saiu.

— Se puder me dar seu número para te passar o orçamento... — o ex capitão me estendeu seu celular.

— Ah, claro! — Agarrei o aparelho com velocidade. — Muito obrigada, não sei o que deu naquele moleque pra aprontar uma dessas.

O homem nada dizia. E por Deus, eu estava tão envergonhada que evitei olhá-lo.

— O deixarei de castigo.

— Crianças fazem esse tipo de coisa — comentou, quando devolvi o celular.

— Não o Vincent — enfatizei, finalmente lhe encarando — me esforço pra... — apontei para a lateral do carro — evitar isso! Mas pelo visto tenho que me esforçar mais.

— É você quem cuida do garoto? — Ele juntou as sobrancelhas marcantes no meio da testa.

— Sim.

— E os pais?

— Longa história — desconversei.

Ele assentiu e colocou as mãos nos bolsos da calça. Me analisou dos pés à cabeça.

— E então, Victória... — senti uma fisgada no ventre ao ouvir meu nome saindo de sua boca. Fazia mais de um mês. Impressionante. — Como vão as coisas? Pensei que atuasse na polícia de Norfolk.

— Não. Eu estava em uma operação lá.

— Humm.

— E você? Mora aqui ou em Norfolk?

A minha vez, Victória Livro 4 CompletoOnde histórias criam vida. Descubra agora