— O que tá acontecendo aqui? — Puxei meu irmão para perto de mim.
— Policial, esse menino estava vandalizando o veículo — o senhor grisalho bradou.
Olhei para a lateral do carro e vi desenhos em spray. Sem dúvida aquilo custaria caro para remover. E olhando o modelo do automóvel, suspirei pesadamente. Um mês do meu salário.
— Não fui eu, Vic. Juro! Foi o Michael...
— Não pode ter havido um mal entendido senhor...?
— Rubens. E não, eu mesmo vi esse garoto e mais dois, próximos ao carro. Só que não consegui alcançar os demais.
Rubens.
Me recordei de onde o havia visto. Sim!
Ah droga!
— Mas eu estava falando pra eles não fazerem isso! Eu juro, Vic. — Vincent estava com a voz de choro e eu não sabia se sentia pena ou raiva.
— Pra início de conversa, você nem deveria estar aqui, Vincent.
— O que tá acontecendo aqui?
Fechei os olhos ao reconhecer aquela voz atrás de mim. Não sabia se era bom ou ruim já termos nos conhecido em Norfolk.
— Peguei esse menino e mais dois pichando seu carro, senhor — Rubens informou com uma voz nervosa.
Me virei rapidamente e o vi erguer uma sobrancelha. Ele me reconheceu.
— Você... — murmurou, surpreso.
— Desculpe pelo meu irmão. Por favor, se puder não dar queixa... Eu — olhei para o Vincent e lhe dei um beliscão no braço — pagarei pelo prejuízo.
Alex que até então estava em silêncio, tossiu, chamando minha atenção.
— Quê?! — perguntei, já alterada.
— Aham? Ah nada! Vou levar Vincent pra viatura — ele coçou a cabeça e saiu.
— Se puder me dar seu número para te passar o orçamento... — o ex capitão me estendeu seu celular.
— Ah, claro! — Agarrei o aparelho com velocidade. — Muito obrigada, não sei o que deu naquele moleque pra aprontar uma dessas.
O homem nada dizia. E por Deus, eu estava tão envergonhada que evitei olhá-lo.
— O deixarei de castigo.
— Crianças fazem esse tipo de coisa — comentou, quando devolvi o celular.
— Não o Vincent — enfatizei, finalmente lhe encarando — me esforço pra... — apontei para a lateral do carro — evitar isso! Mas pelo visto tenho que me esforçar mais.
— É você quem cuida do garoto? — Ele juntou as sobrancelhas marcantes no meio da testa.
— Sim.
— E os pais?
— Longa história — desconversei.
Ele assentiu e colocou as mãos nos bolsos da calça. Me analisou dos pés à cabeça.
— E então, Victória... — senti uma fisgada no ventre ao ouvir meu nome saindo de sua boca. Fazia mais de um mês. Impressionante. — Como vão as coisas? Pensei que atuasse na polícia de Norfolk.
— Não. Eu estava em uma operação lá.
— Humm.
— E você? Mora aqui ou em Norfolk?
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A minha vez, Victória Livro 4 Completo
RomanceVictória é uma mulher que vive a vida inten-samente. Acostumada a enfrentar desafios diários como policial, se vê dedicada a desistir do maior desafio da sua vida; encontrar um amor. O que ela não contava, era que o destino colocaria um homem tão in...