Capítulo 19

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Cheguei no muquifo que Maxuel chamava de casa e bati sem pausa. Ele apareceu, bêbado. Arregalou os olhos quando me viu e tentou fechar a porta. Forcei a entrada, derrubando-o no chão com a força.

— O que tá fazendo aqui?

Me abaixei até ele e segurei em seu pescoço magro.

— Por que mandou me matar?

— Não, não, não... filha! Eu não mandei ninguém te matar... — apertei mais minha mão e algumas veias começaram a surgir em sua testa — Juro!

— Então, quem foi? — Minha voz era fria. E minha alma também. Não senti remorso ao enforcá-lo.

— Me... solta. Por favor.

Soltei seu pescoço e me levantei, praguejando.

— Fala logo! Não tenho a noite toda! — Encarei o velho com repulsa.

— Foi um tal de Andrew. Mas ele disse que só queria te dar um susto.

— Você é burro? Eu sou uma policial! — perdi a paciência. — Quanto ele te ofereceu para entregar à própria filha?

O velho abaixou a cabeça.

— Ele disse que você estava com um cara que...

— Que?

— Que o queria morto. Disse que você também corria perigo.

Lembrei de onde havia escutado aquele nome. Era o abusador da Olivia. Fui tomada por um sentimento estranho, um frio na barriga. Meu corpo se arrepiou.

— E... por que me atacar?

— Ele disse que só mataria o seu namorado.

Merda!

— Onde encontro esse Andrew?

Maxuel me olhou assustado.

— Ele é barra pesada, filha.

— Eu também sou. Agora fala logo!

— Ele tem uma boate perto do centro. O lugar é conhecido... — ele pôs a mão no queixo — não me lembro o nome — bufei —, mas sei que é conhecido por ter mulheres em gaiolas...

Escutei um barulho do lado de fora. Cheguei a tempo de ver o carro de Yan virar a esquina.

— Droga! — Corri até a rua procurando um táxi.

— Ei, filha! Não tem um trocado pra mim?

Ignorei ele.

Liguei pro delegado, desesperada. Perguntei se conhecia algum bar com mulheres em gaiola, mas ele não soube responder com precisão.

— Erick, o cara quer matar o Yan! Aquele idiota acabou de sair sozinho. Eu nem sei onde é. — Avistei um táxi e estendi a mão.

— Calma, vou mandar alguns policiais pra casa da Olivia. Parece que o Bruce sabe onde essa boate fica.

— Onde?!

— Espera.

Aguardei aflita, eu havia acabado de dar um fora no Yan! Por que diabos tinha que me seguir e ouvir tudo?

Ele nunca se perdoou pelo que aconteceu com a irmã. Era o assunto que o deixava fora de si. Eu mesma presenciei sua fúria no hotel.

O medo de que algo acontecesse com ele me desestabilizou.

— É na rua do Switch Pop-Up Bar.

— Certo.

— Victória, não entre até que os reforços cheguem.

A minha vez, Victória Livro 4 CompletoOnde histórias criam vida. Descubra agora