Cheguei no muquifo que Maxuel chamava de casa e bati sem pausa. Ele apareceu, bêbado. Arregalou os olhos quando me viu e tentou fechar a porta. Forcei a entrada, derrubando-o no chão com a força.
— O que tá fazendo aqui?
Me abaixei até ele e segurei em seu pescoço magro.
— Por que mandou me matar?
— Não, não, não... filha! Eu não mandei ninguém te matar... — apertei mais minha mão e algumas veias começaram a surgir em sua testa — Juro!
— Então, quem foi? — Minha voz era fria. E minha alma também. Não senti remorso ao enforcá-lo.
— Me... solta. Por favor.
Soltei seu pescoço e me levantei, praguejando.
— Fala logo! Não tenho a noite toda! — Encarei o velho com repulsa.
— Foi um tal de Andrew. Mas ele disse que só queria te dar um susto.
— Você é burro? Eu sou uma policial! — perdi a paciência. — Quanto ele te ofereceu para entregar à própria filha?
O velho abaixou a cabeça.
— Ele disse que você estava com um cara que...
— Que?
— Que o queria morto. Disse que você também corria perigo.
Lembrei de onde havia escutado aquele nome. Era o abusador da Olivia. Fui tomada por um sentimento estranho, um frio na barriga. Meu corpo se arrepiou.
— E... por que me atacar?
— Ele disse que só mataria o seu namorado.
Merda!
— Onde encontro esse Andrew?
Maxuel me olhou assustado.
— Ele é barra pesada, filha.
— Eu também sou. Agora fala logo!
— Ele tem uma boate perto do centro. O lugar é conhecido... — ele pôs a mão no queixo — não me lembro o nome — bufei —, mas sei que é conhecido por ter mulheres em gaiolas...
Escutei um barulho do lado de fora. Cheguei a tempo de ver o carro de Yan virar a esquina.
— Droga! — Corri até a rua procurando um táxi.
— Ei, filha! Não tem um trocado pra mim?
Ignorei ele.
Liguei pro delegado, desesperada. Perguntei se conhecia algum bar com mulheres em gaiola, mas ele não soube responder com precisão.
— Erick, o cara quer matar o Yan! Aquele idiota acabou de sair sozinho. Eu nem sei onde é. — Avistei um táxi e estendi a mão.
— Calma, vou mandar alguns policiais pra casa da Olivia. Parece que o Bruce sabe onde essa boate fica.
— Onde?!
— Espera.
Aguardei aflita, eu havia acabado de dar um fora no Yan! Por que diabos tinha que me seguir e ouvir tudo?
Ele nunca se perdoou pelo que aconteceu com a irmã. Era o assunto que o deixava fora de si. Eu mesma presenciei sua fúria no hotel.
O medo de que algo acontecesse com ele me desestabilizou.
— É na rua do Switch Pop-Up Bar.
— Certo.
— Victória, não entre até que os reforços cheguem.
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A minha vez, Victória Livro 4 Completo
RomanceVictória é uma mulher que vive a vida inten-samente. Acostumada a enfrentar desafios diários como policial, se vê dedicada a desistir do maior desafio da sua vida; encontrar um amor. O que ela não contava, era que o destino colocaria um homem tão in...