Capítulo 23

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Por Victória

Entra no carro vadia, vamos encher a cara! — Eivy gritou do veículo, assim que parou em frente ao meu prédio.

Ouvi Emma a repreendendo no fundo e Cat dando risada.

— Vou ter que te prender essa noite, Eivy? — brinquei.

— Ei, calma aí! Gosto de algemas, mas só quando é o Dylan que as põe.

— Ignora, Vic. Ela já tomou três doses de tequila antes de sair. É por isso que o Charles veio trazer a gente. Dylan já estava pensando em participar da despedida com medo dela fazer alguma merda. — Catharine deu de ombros.

— Eu não tô bêbada, Cat. Só animada e ansiosa com o casamento. Eu sou Eivy Fernandes Louise, não caio com três doses, me respeita.

Não contive o riso.

— Tudo bem, Eivy Fernandes Louise, vamos ver quem consegue durar mais — desafiei.

Ela olhou pra trás e abriu um sorriso largo.

— Grandes surpresas a aguardam essa noite, senhorita Lewis.

Olhei para Emma, que prendia o riso.

—Tô só de expectadora hoje — disparou. — Seja lá o que ela esteja aprontando, não faço parte disso.

— Também não posso beber, então é com vocês duas mesmo — Cat ajeitou o cinto para proteger a barriga. — Vai demorar muito? Tô apertada pra fazer xixi.

— Já estamos quase chegando — Charles murmurou.

— Ta... É que esse barrigão esmaga a minha bexiga.

— Calma... daqui há umas três semanas nosso príncipe está chegando. — Emma passou a mão pela barriga da amiga.

— Olha aí, já chegamos! — Eivy bateu palminhas.

Era uma casa de shows. Já havia ido à algumas festas no lugar. Além de espaçoso, era organizado e seu interior era praticamente tomado por tons de vermelho.

Logo na entrada fomos recebidas por duas garçonetes com petiscos e bebida. Foram postos dois sofás, também vermelhos, de frente ao palco. Sentamos eu e Emma no sofá direito, e Eivy e Cat no esquerdo.

Eu sabia que seríamos apenas nós, e talvez por isso estivesse me sentindo tão à vontade. Aquelas três maluquinhas invadiram minha vida na última semana de um jeito que não tive escolha, a não ser aceitar que vieram pra ficar.

Todas as noites enchiam meu celular de conversas sobre tudo que se possa imaginar. Me visitaram nas folgas e ajudaram a não me sentir tão só nos últimos dias. Alex precisava dar apoio à Sam e praticamente só nos víamos na delegacia.

Eu não estava bem. Além de toda confusão com meu pai, tinha os problemas rotineiros da polícia e o Yan. Não conseguia tirar ele da cabeça. Queria muito ir vê-lo, mas meu orgulho não permitia.

E se ele fosse o cara certo? E se o que eu sentia fosse recíproco? E se eu fui ingrata com ele? E se, e se e se...

Esses questionamentos me fizeram ter insônia por várias noites. Mas como as coisas para mim nem sempre foram boas, ou melhor, em sua grande maioria, nunca foram boas, fiz o que sabia fazer de melhor quando o assunto era coração: me conformei.

— Quem vai ser a primeira no karaokê? — Emma me trouxe de volta do mundo de lamentações.

— Eu! — Eivy correu pro palco e pegou o microfone. — Vou dedicar essa música a todas as mulheres que sonham em encontrar sua alma gêmea. Hum hum... — Ela limpou a garganta. Sorri. — Por favor, não se apaixonem pela minha voz, sei que sou uma cantora nata.

A minha vez, Victória Livro 4 CompletoOnde histórias criam vida. Descubra agora