Capítulo 25

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Por Victória

A marcha nupcial soou pelo jardim da mansão quando Eivy surgiu no arco de flores amarelas. Ela estava perfeita, o vestido, a maquiagem, o sorriso. Até o pôr do sol resolveu embelezar ainda mais aquele dia. Ao lado de sua mãe, ela caminhou a passos lentos até o senhor Cooper.

Casamentos me emocionavam. Apesar de eu não sonhar com isso. Era um momento mágico, o mundo parecia parar no momento em que a noiva entrava. Era como se, naqueles instantes, a paz mundial estivesse selada e tudo funcionava em harmonia.

Gostava de ver os olhares emocionados destinados à noiva. Não se enxergava inveja ou desprezo, apenas admiração. As mulheres, em sua maioria, não conseguiam conter as lágrimas. Eu acho que o motivo é porque, naquele intervalo mínimo de tempo, todas nós dividíamos a mesma emoção: de estar testemunhando amor.

O juiz começou a cerimônia.

— Você ta linda— Yan sussurrou em meu ouvido. — Ou melhor, você é linda.

Sorri, um pouco acanhada. Ele piscou e sorriu com minha reação.

Éramos namorados há apenas dois dias, ainda não sabia como reagir aos seus elogios. E ele fazia isso a todo instante. Na nossa primeira manhã juntos, acordei com sua voz sonolenta me dando bom dia, em seguida recebi muitos beijos e cócegas. Foi exatamente como imaginei. Na verdade, melhor.

Fizemos amor antes de tomar café. E depois do almoço. Me sentia como uma adolescente novamente. Suspirando o dia inteiro. Apaixonada. Rendida. Era ridículo, mas muito bom.

No momento em que os noivos trocavam as alianças, Catharine se curvou na cadeira à minha frente e Aleff a segurou para não cair. De início pensei que estivesse se desequilibrado, mas um minuto depois, gemeu de dor.

— Tá tudo bem? — Yan perguntou ao primo.

— Ela está tendo contrações desde ontem. Não era para termos vindo.

— Nunca ia perder o casamento da minha melhor amiga — a grávida retrucou.

— Ai, meu Deus. A bolsa estourou. — Emma nos fez olhar para o líquido nos pés de Cat.

— Mas ainda faltam alguns... Ai — gemeu com mais uma contração.

— Tudo bem aí? — Dylan perguntou do altar.

Eivy franziu a testa, tentando entender a interrupção da cerimônia.

— Acho que teremos um parto aqui — Jones comentou, com naturalidade.

A magia se esvaiu na hora. Catharine chiou de dor e um verdadeiro caos de murmúrios se instalou.

— Vai Juiz, diz as palavras, meu sobrinho tá nascendo! — Eivy se alterou.

— É... Eu... eu..., vos declaro marido e mulher! Pode bei...

Eivy agarrou o rosto de Dylan e deu um beijo rápido no marido.

— Vou levar ela pro hospital.

— Não... não dá... tempo, Aleff — Catharine voltou a se sentar com as pernas abertas.

Seu rosto estava vermelho e suado. Mais convidados se aproximaram e várias pessoas começaram a falar ao mesmo tempo.

— Gente, vou pedir pra vocês fazerem silêncio, estão deixando a mamãe nervosa! — Jones gritou enquanto ninava Liz, que acordou assustada.

— Tá, deixa eu ver como está sua dilatação — me abaixei e enfiei a cabeça embaixo do vestido dela.

Puxei a calcinha para baixo e tomei um susto com o que vi.

A minha vez, Victória Livro 4 CompletoOnde histórias criam vida. Descubra agora