Capítulo 20

133 17 0
                                    


— Surpresa!! — Gritamos assim que Samantha entrou no apartamento. Era aniversário e o dia que ela voltou pra casa, depois de mais de duas semanas internada. Foi uma celebração simples, apenas eu, Alex, uma amiga dela e os pais.

Fiquei muito aliviada com o desenrolar da situação. Se Sam, ou Alex, tivessem morrido por minha causa, nunca iria me perdoar.

Meu irmão ainda andava assustado. Vinha sendo acompanhado por um psicólogo especializado em traumas. Meu garotinho nem conseguia sair de casa na primeira semana. Tia Carmem ficou alguns dias cuidando dele, enquanto eu trabalhava. Sempre tive medo de que minha profissão interferisse na vida das pessoas que amo, mas infelizmente algumas coisas são inevitáveis. Às vezes penso que não deveria ter escolhido essa carreira.

— E aí, teve notícias do Yan? — Alex se sentou ao meu lado, no sofá.

Observei os pais da Sam fazendo carinho na filha e senti uma pontada de inveja.

— Ele não falou comigo depois do que houve. Mas foi melhor assim. Eu pedi por isso.

— E esse desânimo? Posso interpretar como arrependimento?

— Não me arrependo. Mas lamento. Ninguém luta por mim. Nunca.

— Eu luto por você.

— Você não conta.

— Nossa, obrigado! — O palhaço se fez de ofendido. Me arrancou um riso fraco.

— Você me entendeu.

— Uma pena... eu ia com a cara dele.

— Foi melhor assim.

— Estava apaixonada por ele, não é?

Franzi o cenho me perguntando a mesma coisa.

— Acho... que sim.

Ele me abraçou e beijou minha têmpora.

— Que merda, hein?

— Quando foi que minha vida não foi uma merda?

— Alex! Vem tirar uma foto com a Sam! — A mãe dela segurava uma câmera na mão.

— Vai lá, sua sogra tá chamando.

Ele me deu mais um beijo na testa e correu para abraçar a namorada. Meu amigo era um homem maravilhoso. Samantha tinha sorte.

💋💋💋

— Vic, que bom que veio! — Emma me recebeu com um abraço apertado. Estava radiante, corada. Um sorriso brilhava em sua face. Se não fosse pelas olheiras um pouco escuras, não desconfiaria das noites de sono perdidas.

— Como você tá? Trouxe um presente pra Liz.

— Ahh... não precisava se incomodar — ela pegou a caixa das minhas mãos e me puxou para dentro. — Gente! Mais uma para compor a tarde das mulheres!

Encontrei Eivy sentada no tapete e a mulher do casamento no sofá.

— Vic, vem cá! — A ruiva me puxou para um abraço apertado. — Por que sumiu?

— São os ofícios — sorri.

— Já conhece Catharine? Minha irmã de alma.

A morena sorriu. Ela já estava com a barriga bem maior.

— Como vai? Espero que mais esperançosa do que a última vez.

Fiz uma careta.

— Acho que sem esperança seria o correto a dizer.

A minha vez, Victória Livro 4 CompletoOnde histórias criam vida. Descubra agora