Capítulo 16

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A boate estava como o esperado: cheia e com pessoas se pegando por toda parte. Alex e Samantha me arrastaram para a pista, mas não fiquei por muito tempo. Eu gostava de um corpo suado em cima de mim, mas uns vinte era demais. Curti as melhores músicas no bar. A parte menos caótica do lugar.

Pedi um martini e sentei de frente para a pista, onde procurava incessantemente por uma preza. Fazia uns seis meses que eu nem encostava em um pau. Por isso planejei tudo pra ter uma noite, no mínimo, divertida.

Deixei Vincent na casa da minha tia, limpei todo meu apê e separei alguns brinquedos. Gostava de um sexo quente. Mas para que tudo desse certo, eu precisava encontrar um homem de mente aberta. Que gostasse de fugir do comum. Não tinha muitas exigências com a aparência. No entanto, precisava ser gostoso e desapegado, pois era sexo casual. Queria me jogar àquela noite, descontar o tempo perdido.

Avaliando a pista de dança, encontrei um, perfeito: alto, forte, de pele negra e já tinha beijado duas garotas e um cara. Era gostoso e mente aberta.

Abri a câmera do celular, ajeitei os cabelos, retoquei o batom, arrumei o decote do vestido tubinho e sorri para mim mesma. Modéstia parte, estava um arraso.

Quando abaixei o celular e fiz menção de me levantar, quase engasguei com a saliva. De uma forma idiota, o mundo ao redor pareceu congelar. Meu sorriso foi se desfazendo aos poucos e uma torrente de suor atingiu minhas mãos e nuca.

Yan, andava em minha direção, vestido com uma jaqueta escura e uma camisa branca por baixo. Seu cabelo parecia mais curto nas laterais, mas as mechas que cobria metade da sua testa ainda estavam ali.

Meu coração acelerou ridiculamente. O olhar que direcionou a mim era intenso, sexy, arrepiante. Eu queria retomar o controle das minhas ações, mas continuei imóvel quando ele parou perante a mim.

— Oi, Victória. Finalmente nos encontramos de novo.

Ah, sua voz... Já havia me esquecido de como era grave.

— Y...Yan. O que...que tá fazendo aqui? — Desaprendi a falar. As palavras não saíram como deveriam. Em fração de segundos me vi nervosa e gélida.

— Não é óbvio? Estava te procurando.

— Po..por que?

— Para repetirmos a dose.

Seu olhar pairou sobre meus lábios e uma mão agarrou a minha cintura. Tudo rápido demais para eu entender o que estava acontecendo. Ele iria me beijar, e ao invés de recuar, fechei os olhos.

Senti sua outra mão segurando na minha nuca, e no mesmo instante, o gosto de chiclete se misturou com o gosto de álcool da minha boca. Nossas línguas se enroscaram lentamente, apesar da intensidade que nossos corpos se uniram. Yan girou a cabeça e aprofundou mais as investidas com a língua. Foi um dos melhores beijos da minha vida.

Ele interrompeu nosso contato e me torturou com mordidas e selinhos pelo pescoço e orelha. Agarrei a cintura e o puxei para mais perto. Eu queria mais, foda-se todo o resto.

Seu cheiro, gosto e toque me deixaram mole. Não sabia se era carência ou apenas desejo, mas me senti diferente em seus braços, um sentimento de preenchimento, parecia... Saudade.

Com esse pensamento me afastei bruscamente.

— O que foi?

— Melhor pararmos p... por aqui.

Yan franziu as sobrancelhas, mas não dei tempo de resposta. Peguei minha bolsa e corri para fora da boate. Meu peito palpitava tanto que parecia estar tendo um taquicardia. Assim que parei no meio da calçada, fui segurada pelo braço. Respirei fundo, tentando não fraquejar, mas por Deus, estava difícil.

A minha vez, Victória Livro 4 CompletoOnde histórias criam vida. Descubra agora