Ehtra e os Peculyo

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Este compêndio de relatos é dividido em três períodos: as histórias antigas, as histórias intermediárias e as histórias atuais. Cada período abrange milhares de anos, podendo ter algumas variações; com a exceção das histórias antigas que durou em média bilhões de anos, pois mesmo os relatos mais primitivos, tanto orais como escritos, não possuem uma contagem precisa.

O escopo de Ehtra

Basicamente, todas as histórias, tanto as que se baseiam em fatos como as que se baseiam em contos, se originaram nos homens. Entretanto, subestimamos aquelas poucas que não orbitam nosso ego ou que supomos serem alheias às nossas concepções. Como disse um modesto e desprezado poeta, em outras palavras:

Os homens gostam sempre de vaguear

pelo fictício mundo das ilusões e teorias.

Não há um homem sequer que não tenha lá no fundo um pouco de loucas fantasias; Que não trilhe as idéias que levam a fins hipotéticos, sejam eles ideais ou histerias.

Antes das datas e depois do Tempo, houve o início. Alguns poucos milhões de anos depois surgem as primeiras galáxias. Sim, poucos milhões... Pois quando se trata do Universo, a idade de uma Galáxia torna-se pouca ou até insignificante.

Todavia, antes de tudo, foi poisicionada no eixo da existência uma força equilibrante entre os dois universos. Essa estrutura foi chamada de Ehtra_ um aglomerado super-massivo de energia, capaz de codificar e processar informação quântica e manter em equilíbrio a simetria das duas dimensões: a material e a espiritual. Ehtra atua como um espelho cosmológico, cujos hemisférios funcionam de maneiras contrárias.

Antes do surgimento de qualquer vida humana, Ehtra não passava de uma geléia absolutamente densa que configurava o espaço e o tempo.

Esse Plasma super denso também produzia algo extremamente peculiar: partículas elementares, programadas para conservar em si mesmas as forças estruturais de Ehtra, por medidas preventivas. Essas partículas eram chamadas de Peculyo de Ehtra. Ela por sua vez era a Matriz. Esses seres eram no geral divididos em cinco famílias, ou classes: os Grávyon, os Férmyon, os Bósyon, os Áxyon e os Tákyon. Estes dois últimos tornaram-se conhecidos somente em épocas posteriores.

Essa Geléia geradora, com o passar de milênios foi tornado-se mais complexa, formando combinações químicas mais elaboradas, possibilitando-a programar matéria e replicá-la. No entanto, esse Plasma, capaz de codificar e processar informação quântica, não era um ser de consciência autônoma ou uma divindade. Ela apenas seguia um padrão de complexidade e qualidade superlativas implantado de modo inerente.

As combinações primárias acumularam-se umas nas outras até formarem uma programação de padrões altamente avançados. Contudo, ela mesma não podia criar algo novo diverso de si, mas apenas remanejar suas unidades para dar um novo molde às coisas geradas, seguindo aquele conjunto de leis. Sua diretriz e premissa eram a simetria e a estética. Em virtude disso, alguns poucos a chamavam apenas de Estesia, pois de fato ela é isso_ a síntese da estesia de todas as criações. Muito futuramente, em um dos mundos habitáveis, um artista poria o mesmo nome em sua filha.

Os corpos que orbitavam Ehtra colidiam constantemente entre si, produzindo uma força cada vez maior. Às vezes, alguns desses fragmentos também se aglomeravam, formando gradualmente corpos maiores.

No início tinham apenas formas de gigantescas esferas em combustão girando velozmente em volta de Ehtra. Muitos dos Peculyo que eram gerados em seu centro, migravam para esses fragmentos colossais, passando a habitar seu núcleo. Desse modo, a energia que eles carregavam do núcleo de Ehtra, emanava por todo o bloco de matéria hospedeiro. Esses organismos chegavam a fazer uma colônia tão densa e vasta que ocasionaram o surgimento de planetas e, em casos extremos, de estrelas, e assim por diante.

A Noz DouradaOnde histórias criam vida. Descubra agora