Eu nunca transei com ninguém

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Durante o restante do dia eu participei das reuniões mas minha cabeça estava mesmo em tudo que meu pai tinha falado, no fim do expediente eu pedi para Rodrigo pegar nosso filho na escola e liguei para Pri combinando da gente se encontrar em uma cafeteria, assim que cheguei ela já me esperava em uma mesa;

- Oi Pri, desculpa te incomodar com meus problemas de novo - Dei um beijo no seu rosto mais a vontade era dar um beijo na sua boca.

- Não é incomodo algum Nathi! É sempre um prazer te escutar - Ela sorriu - O que aconteceu dessa vez?

- Você lembra sobre as cartas que te contei aquele dia? - Ela balançou a cabeça em concordância - Hoje meu pai esteve no meu escritório pra falar sobre meu divórcio e depois de uma breve discussão ele me disse assim " Saiba que se você encontrar essa mulher e ficar com ela eu acabo com a vida das duas" só que como ele sabe que P.P é uma mulher? Eu mesma descobri esses dias e sabe o que é mais estranho ainda? O dia que você encontrou com minha mãe lá na empresa ela sabia que eu tinha ido em Ribeirão Preto atrás da pessoa que me envia as cartas, esta tudo muito confuso sabe?

- Talvez você só precisa ligar os pontos, as vezes a resposta para todas as perguntas esteja embaixo do seu nariz e você não percebeu ainda.

- Quando eu penso em desistir dessa historia e seguir minha vida tudo volta novamente, pelo visto o destino quer mesmo que a gente se encontre.

- Se vocês estiverem predestinadas uma a outra isso nunca vai mudar.

- Talvez estamos predestinadas a sermos amigas e só isso - Sorri pra ela.

- E por que acha isso? - Ela me olhou curiosa.

- Pode ser que tenha outra pessoa me fazendo sentir coisas diferentes - Pisquei.

- E eu conheço essa pessoa?

- Pode ser que sim, pode ser que não - Nós duas rimos.

- E o que acha da gente ir pra outro lugar? Na minha casa tem um vinho maravilhoso que estou guardando pra uma ocasião especial.

- Vou aceitar só porque eu amo vinho! Mas caso você abuse de mim eu vou te denunciar - Brinquei.

- Vou fazer só o que você quiser que eu faça!

Depois de pagarmos a conta segui Pri até sua casa que era particularmente linda, durante o caminho comecei a pensar em algumas coisas e uma em questão me incomodou um pouco, assim que entrei na casa a decoração me encantou, era algo sutil e encantador, nas paredes tinham fotos dela nos lugares que ela viajou espalhada por todo lugar o que deixava tudo muito vivo;

- Eu amei sua casa e a decoração! - Me sentei em uma banqueta na cozinha.

- Gosto de colecionar memorias porque no fim são só elas que ficam mesmo né?! - Ela se aproximou - E agora quero fazer uma coisa que estou morrendo de vontade desde a hora que te vi - Me puxou e me deu um beijo.

- Estava morrendo de vontade de te beijar também - Sorri - Eu tenho uma pergunta pra te fazer, no caminho pra cá vim pensando umas coisas e teve uma que me deixou um pouco intrigada, aquele dia que você encontrou minha mãe na empresa você falou que conhecia ela já fazia uns bons anos mas você está aqui apenas seis meses. Da onde se conhecem?

Pude ver o olhar desesperado de Pri se desviando do meu e notei que ela estava procurando por respostas;

- Você vai me desculpar Natalie mas por enquanto não posso te falar sobre isso, tem muita coisa da minha vida que você ainda não sabe mas eu prometo que logo vou te contar tudo - Ela se afastou e pegou a garrafa de vinho.

Cartas pra vocêOnde histórias criam vida. Descubra agora