Faz quanto tempo que estou aqui?

182 24 10
                                    


Esperei Rodrigo sair e resolvi que iria embora, não tinha porque ficar ali deixando os pais dela piores do que já estavam, a vontade que eu sentia era de sumir a dor no meu peito era intensa e eu sentia meu estomago revirar sempre que eu pensava em tudo que estava acontecendo;

- O delegado disse que enquanto não achar o corpo não pode confirmar que ela está morta - Rodrigo falou.

- Meu avô e minha avó são uns monstros! Eu nunca mais quero vê-los - Meu filho chorava no banco de trás.

Eu não conseguia dizer nada, me sentia fraca e culpada se eu não tivesse me aproximado de Priscilla nada disso tinha acontecido mas como eu iria saber? Assim que chegamos em casa eu fui pro quarto e resolvi tomar uma banho bem quente, as imagens de Pri não saia da minha cabeça, eu lembrava do nosso beijo e da forma tão carinhosa que ela sempre me tratava, não consegui evitar que as lagrimas caíssem, eu estive tão perto do amor da minha vida e agora não sei se em algum dia eu vou ver ela novamente.

Priscilla Pugliese

Acordei sentindo minha cabeça pesar e meu corpo todo doer, tentei me levantar mas era impossível a dor era insuportável, olhei para os lados e notei que estava em uma casa de madeira e bem antiga, tentei buscar algo na minha memoria mas a ultima coisa que me lembro é de ter saído pra almoçar e depois disso não consigo lembrar de mais nada, tentei me levantar novamente quando ouvi uma voz desconhecida me repreendendo;

- Não faça esforços menina, você está muito machucada - Uma senhora de bastante idade se aproximou de mim segurando uma panela que saia uma fumaça e um pano.

- Onde eu estou? E quem é você? - Eu estava com medo.

- Me chamo Olga e você está na minha casa - Ela molhou o pano na panela e passou no meu braço onde resmunguei de dor.

- E como eu cheguei aqui? Por que estou toda machucada? - Eu buscava na minha mente mas não conseguia lembrar de nada.

- Eu te encontrei na mata entre a vida e a morte e por isso te trouxe pra cá, estou cuidando de você desde então e por um momento achei que nunca fosse acordar - Ela continuava limpando minhas feridas.

- Como assim nunca acordar? Faz quanto tempo que estou aqui? - Tentei me levantar novamente mas fui impedida por ela.

- Uma semana! Agradece por estar viva porque quem fez isso com você queria te matar e deve ter achado que estava morta.

- Eu não consigo me lembrar de nada - Forcei minha cabeça e gemi de dor ao senti-la latejar.

- Calma menina! Uma coisa de cada vez, tenho certeza que logo vai se lembrar de tudo - Ela sorriu - Fico feliz que tenha acordado, vou fazer algo pra você comer porque deve estar faminta.

[...]

Uma semana depois

- Você está se recuperando rápido menina! - Olga me entregou uma xicara de chá.

- Preciso estar bem e pensar em uma maneira de voltar pra casa sem que me façam mal novamente - Eu estava com sede de vingança.

Depois que acordei demorei alguns dias pra começar a lembrar o que tinha acontecido comigo mas quando lembrei senti meu estomago embrulhar, o pai de Natalie tinha mandado me matar e pediu pra que seus capangas deixassem bem claro enquanto me batiam que era ele quem tinha mandado fazer isso.

Desde que os pais de Natalie descobriram que eu era uma mulher eles tornaram minha vi e dos  pais um inferno, diziam que a gente não podia ficar juntas e que quanto mais eu insistisse pior seria, no começo ainda mandei cartas por um bom tempo mas nunca mais tive respostas, porem eu amava Natalie e não podia deixar que as coisas acabassem assim, meus pais fizeram de tudo pra me manter longe dessa família mas foi em vão, me formei na faculdade e trabalhei muito ate conseguir minha independência financeira e depois disso continuei arrumando meios de me aproximar de Natalie sem que seus pais soubessem, meus pais sempre foram contra tudo isso porque tinham medo do que a família Smith fosse capaz de fazer comigo e por isso me afastei deles porque eles também sofriam ameaças por minha causa.

Desde que resolvi abrir minha agencia na cidade de Natalie eu me sentia perseguida todos os dias, a sensação de ter alguém me observando era constante mas não me limitou de ir atrás do que eu queria, me aproximar de Natalie e desde que fiz isso as ameaças voltaram mais fortes mas não me deixei abalar, continuei com meu plano de me aproximar e deu muito certo porque a gente estava se dando muito bem, queria poder contar pra Natalie quem eu era e acabar com essa historia de vez porque eu sabia que ela estava me procurando e nunca tinha esquecido de mim mas eu tinha medo do que sua família era capaz de fazer tanto comigo quanto com ela.

Depois do dia que nós ficamos eu senti que minha vida tinha começado a fazer algum sentido, depois de tanto tempo esperando por esse momento ele aconteceu e foi a melhor coisa que já aconteceu em toda minha vida, resolvi que tentaria abrir o jogo com ela aos poucos mas infelizmente não deu tempo, seus pais deram um jeito de acabar com tudo antes que eu fosse capaz de fazer qualquer coisa.

- No que tanto pensa menina? - Olga me fez acordar de minhas lembranças.

- Estava pensando em tudo que passei e fico me perguntando por que as pessoas são tão ruins? - Aceitei a xicara de café que ela me entregou.

- Tem gente que não gosta de ver a felicidade dos outros filha e por isso fazem maldades - Ela se sentou ao meu lado.

- Minha vontade é voltar e acabar com isso de uma vez mas não quero pagar na mesma moeda, não sou assim - A encarei.

- Você ainda não esta bem o suficiente pra voltar e se voltar eles vão tentar te matar novamente, precisa voltar quando estiver segura - Ela segurou minha mão.

- Fico pensando se nessa altura Natalie já descobriu quem eu sou e se esta preocupada comigo.

- Eu tenho certeza que ela esta muito preocupada com você filha! Pelo que diz vocês estão predestinadas uma a outra e tenho certeza que mais cedo ou mais tarde vão estar juntas.

- É tudo que eu mais quero dona Olga! Busquei isso minha vida inteira e não vou desistir enquanto não puder viver ao lado da mulher da minha vida.

Eu queria voltar e avisar todo mundo que eu estava bem e viva mas o medo tomava conta de mim, se os pais de Natalie descobrissem que eu não morri não sei do que seriam capazes de fazer pra tentar me matar novamente.

Ela está viva gente, foi somente um sustinho kkk, estão gostando?

Até o próximo...

Cartas pra vocêOnde histórias criam vida. Descubra agora