Capítulo 2 - INÍCIO ÀS INVESTIGAÇÕES

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James abre a porta da frente da casa e vê um homem com distintivo da polícia pendurado no pescoço.

- Delegado João Alves da Polícia Civil – se apresenta o delegado para James.

James responde educadamente:

- Por favor, acompanhe-me, senhor delegado.

James leva João Alves para a sala de estar. Logo atrás deles, também está Chicão, o assistente do delegado. Os dois policiais se sentam em um sofá em forma de meio círculo e James os deixa sozinhos na sala para chamar Rogério.

- Um tanto excêntrica a decoração, não acha, Chicão? – fala o delegado depois de olhar toda a sala.

A sala realmente é um pouco diferente do padrão. Na parede principal, há dois quadros com as caricaturas dos pais de Laura.

- Sim, realmente é diferente, senhor – responde Chicão.

Nesse instante os dois notam Rogério descendo as escadas. Quando Rogério chega na sala, o delegado se apresenta:

- Delegado João Alves e esse é meu assistente Chicão.

Rogério responde:

- Eu sou Rogério Ladsman, ex-marido de Laura.

Apresentações feitas e o delegado pergunta:

- Bem... senhor Rogério, o que é que temos aqui?

- Eu ainda estou muito chocado, mas o que posso dizer é que ouvi tiros e quando fui ver Laura... ela estava morta.

- O senhor mora aqui?

- Por favor, senhor delegado. Como eu já disse, eu estou muito abalado com tudo isso. Por isso eu peço que deixemos as perguntas para depois. O senhor não quer subir para ver o corpo?

- Sim. É preciso – responde o delegado.

- Então me acompanhe – conclui Rogério.

Ao entrar no quarto, o delegado vê Laura deitada na cama, com Aninha e Hélio ao seu lado. Guto e Berenice, um pouco mais distantes conversando perto do "closet" e os empregados perto do terraço.

Rogério pede para Conceição trazer um café para o delegado. O delegado, por sua vez, pergunta:

- Quem foi o primeiro a ver o corpo?

- Fui eu, senhor delegado – responde James.

- E ela estava na cama mesmo?

- Não. Ela estava próxima daquela pequena janela, apoiada na cadeira.

- Então quem a trouxe para a cama?

- Fomos nós – respondem Guto e Rogério – Nós achamos melhor colocá-la na cama.

- Sei... – diz o delegado virando-se para Rogério.

O delegado conclui:

- Mas os senhores sabem que não se pode mexer no corpo nestes casos, não? Enfim... Eu preciso dar um telefonema. Onde há um telefone?

James responde:

- Ali no criado-mudo, delegado.

João Alves liga para a delegacia. Era necessário fazer a perícia no local do crime. Ao telefonar, ele é avisado que o perito chefe estava impossibilitado e não poderia ir naquele momento. Então ele manda um de seus poucos soldados da perícia vir até a casa para começar o trabalho de registros e fotos. Além disso, alguém teria que vigiar o local do crime até a perícia poder ser concluída com a chegada do chefe responsável. Depois o delegado liga para o Instituto Médico Legal e pede para que venha um carro buscar o corpo para a autópsia. Meia hora depois e após os registros fotográficos iniciais do local, um carro chega e leva o corpo de Laura.

- Não! Minha mãe não pode ir embora! – grita Aninha.

- É necessário, minha filha – acalma Rogério.

Quando o carro do IML inicia o caminho de volta, James que está fechando a porta da frente, vê outra viatura da polícia se aproximar. É o soldado Caio da Motta. Seu temperamento é totalmente oposto ao necessário para um soldado da polícia. João Alves não poderia ter escolhido pior pessoa para tomar conta do local do crime. James espera o soldado sair do carro e o recepciona. Quando o soldado encontra o delegado, diz:

- Cheguei, senhor.

O delegado responde:

- Ótimo, Caio. Você terá que ficar tomando conta do local do crime até amanhã. Tudo bem?

- Tudo bem, senhor!

- Por hoje basta então. Amanhã eu volto para fazer mais perguntas – se despede o delegado.

Ele e Chicão vão embora e Caio senta em uma cadeira no quarto e dá início ao seu trabalho. Enquanto isso, Rogério fala:

- Eu já liguei para a funerária e eles devem vir amanhã cedo.

Aninha intervém:

- Como pode ser? Eu não posso acreditar. Minha mãe não pode ter morrido! – e ela começa a chorar.

- Calma, filha. Tudo irá melhorar – fala Rogério.

Caio já encostado na cadeira, começa a roncar. Um clima de maior tranquilidade surge na face de todos.

- Eu acredito que seja melhor nós descermos para a sala – sugere Guto.

- É. Vamos – conclui Hélio.

Todos descem e vão para a saleta da lareira, mas deixam o soldado dormindo onde estava. Já é madrugada e o frio é intenso. Dr. Jairo e Hélio sentam-se em duas cadeiras à direita da lareira. Aninha e Guto no sofá frontal e Rogério na poltrona da esquerda. Os empregados vão para os seus cômodos, exceção de Berenice, que fica na copa. A conversa ao redor da lareira vai bem até que:

- Não! Autópsia não! – exclama Aninha – Eu não vou deixar que façam isso com a minha mãe!

- Mas nessas condições é necessário – tenta explicar o Dr. Jairo.

- Não! De forma alguma. Eu não deixarei – completa Aninha.

- Mas porque não, minha filha? – pergunta Rogério.

- Não pai, qualquer coisa menos isso.

Todos acharam esse comportamento meio estranho, mas Rogério, que é advogado, tenta explicar para sua filha que em casos de assassinato, é preciso verificar como a vítima foi morta. Dr. Jairo sugere a Aninha um calmante e ela aceita. Após dar a medicação, o Dr. Jairo diz:

- Agora eu tenho que ir embora. Minha mulher já deve estar preocupada.

Ele se despede de todos e Hélio o leva à porta. Quando, Hélio volta, ele diz:

- Acho melhor todos irmos dormir agora. Amanhã teremos um dia longo e difícil.

Todos sobem, menos Guto que vai à copa para encontrar Berenice. Eles se beijam e depois Guto fala:

- Hoje não. Os ânimos estão muito agitados. É capaz de alguém nos descobrir.

- Está certo, Guto – ela responde.

Os dois se separam e vão dormir. Mas antes de Guto ir para o seu quarto, ele verifica se o soldado Caio ainda está dormindo. Como ele está, Guto solta um leve sorriso e vai dormir. 

Simplesmente uma morte?Onde histórias criam vida. Descubra agora