Capítulo 9 - PROCURA-SE A ARMA DO CRIME

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Ao entrar no quarto de Laura, nem a escuridão impediu que James fosse direto para a cadeira e em poucos instantes ele se agacha e acha o revólver que teria matado Laura. O delegado indignado, diz:

- Mas já achou? Como?

- É... voltando aqui eu me lembrei que como a janela estava aberta, a cortina se movimentava com o vento e eu vi algo escuro embaixo dela e encostado na parede. Agora eu fui ver e era o revólver.

Antes de se levantar, James acha um papel um pouco mais ao lado do revólver. Ele está todo amassado e como de costume, o empregado coloca-o no bolso para depois jogar fora. James levanta e o delegado se aproxima com uma vela. Ele verifica se não há mais nada perto do revólver. E como não acha mais nenhuma pista, ele enrola a arma em um pano para preservar as digitais e os três voltam para o escritório.

Já no escritório, as perguntas do delegado continuam:

- O senhor ainda não me convenceu com essa história do revólver, James – diz o delegado.

- Mas... é a pura verdade, delegado.

- Mudando de assunto, James. Como é a sua vida aqui?

- Eu não tenho do que me queixar. Ganho relativamente bem, tenho bons amigos e gostava muito da Dona Laura.

- O senhor tem porte de arma?

- Não. Não tenho. Mas já fiz curso de tiro ao alvo.

- Então o senhor sabe atirar?

- Mais ou menos. Faz muito tempo que fiz esse curso.

- E você não reparou nada de estranho ontem durante o dia antes do crime?

- Pela manhã, como sempre fazia, a Dona Laura foi verificar o jardim e suas flores. Como não estava do jeito que queria, foi brigar com o Mário. O curioso é que Mário, desta vez, não deixou o insulto de lado e eles discutiram. Depois do almoço, ela recebeu um telefonema e eu senti que ela ficou um pouco nervosa. A partir daí, ela ficou a tarde inteira no telefone.

- Está certo, James – conclui o delegado – Por favor, pode ir e peça para que o senhor Hélio venha até aqui. Ou melhor, deixe que eu mesmo vou chamá-lo.

Quando eles saíram, encontram Guto que voltava do porão cheio de velas na mão. Ele entrega mais uma vela para o delegado e todos vão para a sala de estar. Ao invés de chamar Hélio, o delegado chama Berenice. James, ao perceber o engano, fala:

- Senhor delegado...

João Alves interrompe James antes que ele pudesse completar a frase e diz:

- Berenice, me acompanhe até o escritório.

E os dois, junto com Chicão, somem na escuridão do corredor.

Simplesmente uma morte?Onde histórias criam vida. Descubra agora