Capítulo 10 - FINALMENTE UM SUSPEITO REAL

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 Já no escritório, o delegado começa a interrogar Berenice:

- Primeiramente, o que você fazia na sala de música com Guto agora há pouco?

- Como, senhor delegado?

- Isso mesmo, Berenice.

- Bem... não fazia nada lá com ele.

- Como nada. Você está mentindo.

- Está bem. Eu conto – fala Berenice com um tom de receio – O Guto me enganou muito. E eu não tenho mais porque esconder isso.

- Isso. Assim que eu gosto – incentiva o delegado.

- Eu e ele... nós temos um caso. Na verdade eu acho que ele não gosta de mim. Ele só me usa.

- Ah! Isso eu já sabia, Berenice – ironiza João Alves – E você, gosta dele?

- Gosto muito.

- Gosta dele ou do dinheiro dele?

- Sinceramente dos dois.

- Por acaso, você sabe que Guto é um dos maiores beneficiados do testamento de Laura?

- É. Ele já havia deixado escapar algo sobre isso para mim.

- Você então poderia induzi-lo a matar Laura, não?

- Não! Com certeza não.

- Por que tanta certeza? Você mesma a matou então?

- Não!!!

- Calma, senhorita! – diz Chicão.

- Você acha que ele poderia ter matado a sua própria mãe então?

- Não sei, delegado. Mas ultimamente o Guto está muito estranho.

- E o Guto não falou nada sobre isso para você?

- Não.

- Bem... por enquanto está bom, Berenice. Pode voltar para a sala.

Berenice sai atordoada do escritório e após ela sair e fechar a porta, Chicão conclui:

- Foi o Guto. Foi ele sim, delegado!

- Calma, Chicão. Nem sempre o que parece é. Mas é verdade que neste caso...

- Uma coisa me intriga – continua Chicão – Eu entendo que Guto não contasse sobre Berenice. Mas porque ela contou sobre ele?

- Talvez tenha sido apenas um momento de raiva feminina. Talvez ela quisesse se vingar dele. Eu só não sei se esse depoimento pode ser confiável então.

- É. Bem pensado, chefe.

Enquanto isso, as pessoas continuam no velório. No relógio, onze badaladas. Agora os convidados estão apenas divididos entre a lareira e a sala de estar. Os empregados vão para a copa.

- Estou com frio – diz Nylza – Guto, meu filho. Você não gostaria de acender a lareira?

- Sim. É para já, senhora Nylza.

Dr. Jairo continua falando e reclamando da Medicina. Hélio já estava ficando meio receoso, pois pelo que o doutor dizia, ele se via num futuro negro. Tereza ouve as histórias da aventura de Luiz pelo mundo do cinema. Thais e Renata consolam Aninha. Já na cozinha, Conceição pergunta para James:

- Como foi lá, James?

- Sei lá.

- Mas o que o delegado perguntou? – indaga Antônio.

- Eu percebi que ele está querendo achar o culpado ainda hoje mesmo. Por isso tomem cuidado com o que falam – responde James.

Depois de acender a lareira, Guto encontra Berenice no hall.

- E então, Berenice? Pergunta Guto sobre o interrogatório de Berenice.

Ela responde já começando a chorar:

- Eu acho que você nunca mais irá me perdoar, mas eu contei tudo sobre nós.

- Como assim??? – diz ele indignado esbofeteando a moça.

Berenice, então, sai correndo para o seu quarto. Tudo volta a ficar calmo, quando:

- Bloom!

Era mais uma árvore que caia. Dessa vez, no jardim perto da piscina. Todos correm para lá. Menos Berenice que fica em seu quarto. Já James sente novamente aquele papel no seu bolso. Era aquele papel que ele tinha achado no quarto de Laura. E parecia ser um bilhete. Então ele resolve ver o que está escrito no bilhete ficando entretido somente nisso. E Rogério acaba não indo com todos e sobe para os quartos.

Simplesmente uma morte?Onde histórias criam vida. Descubra agora