Os homens voltam à saleta da piscina e Luiz pergunta:
- Descobriram algo?
- Por enquanto, nada – responde o delegado.
- Pode ter sido o vento – diz Guto.
O delegado toma a palavra:
- Bem, senhores. Acho que podemos ficar mais calmos agora já que ficou claro que não houve assassinato. Laura Salles se suicidou.
Os ânimos nem se acalmam quando o barulho da sala agora é mais forte.
- O caixão! – grita Aninha.
Todos saem em disparada em direção à sala de estar. Ao chegar lá. Não acreditam no que enxergam. O caixão está caído no chão e em cima dele um manto, uma luz branca com leves traços de Laura. Ao se comunicar, a entidade diz que tudo está errado, que nada tinha acontecido daquela forma.
- Mãe! – grita Aninha.
- Não foi assim! – a entidade diz.
- Fale comigo, mãe!
- Está tudo errado! Eu tenho que ir! Estão me chamando.
- Mãe! Por favor!
- Não posso. Eu tenho que ir embora.
- Fique mãe!
Desesperada, Aninha dispara em direção da luz branca. Ela atravessa a alma.
- Mãe!
A luz branca se condensa e de divide em duas. Uma sobe atravessando o teto e a outra volta ao corpo. Todas as velas se apagam e Thais grita.
- Ahhhhhh!!!!
Pouco tempo depois, algumas velas são acessas novamente por James. Mário e Guto recolocam o caixão no lugar.
- Eu não acredito nisso – diz Tereza.
- É um acontecimento – relata Luiz.
- Sobrenatural – completa Renata.
- Eu ainda não acredito – repete Tereza.
Todos estão pasmados. Afinal, Laura voltou e tentou explicar algo. Mas nesse instante ninguém tem condições de refletir sobre que Laura tentou dizer.
- Ai! Minha mãe! – chora Aninha.
- Eu acho que vou desmaiar – fala Thais um pouco antes de despencar no chão.
Hélio e Dr. Jairo colocam Thais no sofá. Logo depois, o doutor distribui calmantes a todos.
- Como isso pode ser possível, delegado?
- Não sei, Chicão. Só seu que eu nunca mais esquecerei desta noite.
- Eu continuo não acreditando – repete Tereza.
Com todos mais calmos, o delegado começa a pensar no fato. Laura queria dizer algo, porém não teve tempo. É verdade que os estrondos anteriores deveriam ser a alma tentando se comunicar. Na terceira vez, ela consegue aparecer, mas não teve tempo de explicar o que queria.
- Senhores, vamos ter que reabrir esse caso – diz ele – Vamos voltar para a saleta da piscina.
Todos se dirigem para lá.
- Esta aparição tem um significado muito forte, não acham senhores? – indaga o delegado.
- Com certeza – responde Guto.
- Isso mostra que estávamos menosprezando alguma coisa. Resta saber o que é?
- Talvez ela não tenha se suicidado – diz Nylza.
- Talvez James esteja mentindo – fala Berenice.
- Eu garanto que não – retruca James.
- Enfim gente, qual será a verdade realmente? Acho que voltamos para a estaca zero – diz o delegado desconsolado.
- E se esse grande mal não fosse uma doença – questiona o doutor – Ela poderia ter cometido um enorme engano.
- É uma boa hipótese, doutor.
- Exatamente. Poderia ter havido algum erro de exames no hospital que ela teria ido – reforça Hélio.
- Não! Para mim foi o James mesmo – se anima Chicão – Porque ele esconderia o bilhete?
- É isso!
- O bilhete! É nele que está a resposta!
Pela segunda e última vez, João Alves pensa com coerência na noite.
- Perfeito, delegado – diz Guto – A resposta só pode estar lá.
- Só nos resta achá-lo.
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Simplesmente uma morte?
Mistério / SuspenseInspirado nos livros da Agatha Christie. Uma morte em um casarão isolado em Campos do Jordão. Vários suspeitos. Um romance policial instigante feito com um toque de humor. Quem irá descobrir o assassino primeiro??