A conversa entre Thais e Renata continua:
- Thais, não faça isso!
- Faço sim, Renata!
- Eu começo a desconfiar de você – conclui Renata.
- Não! Renata!
Thais se levanta da mesa e segue em direção à porta da frente. Renata ainda tenta impedi-la, mas não consegue. Então a acompanha tentando amenizar os efeitos da decisão de sua amiga.
- Pense melhor, Thais.
- Já pensei. Agora eu só penso em ir embora. Não vou passar por isso. Não posso ser interrogada.
As duas entram no carro de Thais para pegar a estrada de terra. James ao perceber que elas estão saindo, avisa o delegado.
- O quê??? – diz João Alves ao saber do que estava acontecendo.
- Exatamente isso – reforça James.
- Com que propósito elas fizeram isso?
- Não sei. Mas precisamos fazê-las parar. Além disso, com essa neblina, é capaz delas entrarem na primeira árvore que encontrarem.
- No caso, aquela que caiu no meio da estrada – conclui o delegado.
João Alves avisa o que estava acontecendo para todos e o doutor se prontifica a ajudá-los. A ideia seria ir atrás das duas de carro. Então, João Alves, Dr. Jairo e James entram no carro e vão atrás delas. Mais à frente no carro de Thais:
- Thais, eu me lembrei de uma coisa – diz Renata.
- Que é? – pergunta ela.
- A estrada está bloqueada. Lembra-se?
- Como bloqueada?
- O delegado teve que voltar para a casa, lembra-se?
- Ah! Me esqueci! E agora?
- Eu é que sei? Acho que precisamos voltar.
- É verdade, mas será que alguém já percebeu a nossa falta.
- Acho que sim – responde Renata.
- E será que eles virão atrás da gente?
- Não sei.
- Ih! Eu não quero falar – diz Thais – Mas acabo de ver uma luz de farol de carro no espelho retrovisor.
- Então eles vieram atrás da gente!
Thais pisa no acelerador e Renata diz:
- Thais, mas o que você está fazendo? Diminua, por favor!
No carro do delegado, ele diz:
- Mas o que essa louca está fazendo? Dirigindo tão rápido assim?
O delegado aumenta a velocidade e se coloca ao lado do carro de Thais.
- Pare! – diz ele.
- Não, delegado – fala Thais.
- Cuidado!!! – avisa Renata.
Thais bate o carro no tronco caído. O delegado encosta ao lado e vai em direção a elas. O capô do carro de Thais fica todo contorcido em ferragens. Mas a cabine fica quase intacta.
- Tudo bem com vocês – pergunta o delegado.
- Não – diz Renata – Minha testa está doendo.
- Meu queixo e meu braço estão machucados, eu acho – relata Thais.
- Certo, já iremos tirá-las daí.
Renata é a primeira a ser resgatada. Ela está com um pequeno ferimento na testa. Um pouco de sangue saí do ferimento. Dr. Jairo pega sua maleta e faz um curativo. Thais sai depois com uma torção no braço e um ferimento leve no queixo. O doutor imobiliza o braço dela. Após os primeiros socorros, o delegado pergunta para Thais:
- Mas por que a senhora quis sair assim?
- Por favor, perguntas não.
- Mas...
- Agora não, delegado!
Todos entram no carro de João Alves e iniciam o trajeto de volta para a casa. E o delegado insiste:
- Mas, senhora Thais... explique para nós. O que aconteceu? Não estou perguntando, é apenas uma curiosidade.
- Está bem, delegado. É que não gosto que fiquem me perguntando coisas. Não consigo ficar sob essa pressão. Quando chegou minha vez, eu entrei em desespero. Só via a fuga como opção.
- Está bem, Thais. Procure relaxar agora.
Ao chegar no casarão, todos anseiam por notícias.
- Nossa! O que houve? – pergunta Nylza.
- Eu bati o carro – responde Thais já chorando.
- Não se preocupe.
- Como não?
- O importante é que está tudo bem agora – tranquiliza N ylza.
Hélio solta uma piada para amenizar o clima. Todos dão uma leve risada.
E o delegado lembra:
- Senhores, podem rir da piada, mas não se esqueçam que o assassino está entre nós ainda – e continua – Senhora Thais, por favor, me acompanhe.
Thais responde:
- Está bem. Já que não tem outro jeito...
- Os dois vão para a lareira e as perguntas começam a ser feitas:
- A senhora conhecia Laura há muito tempo?
- Eu não me lembro bem, mas já faz um tempo razoável.
- Como era Laura na sociedade?
- Sempre foi quieta demais para o meu gosto.
- O que a senhora faz em Campos do Jordão?
- É óbvio que estou em férias.
- Não seria para matar Laura?
- Ai! Não me pressione! – exclama Thais.
- Mas, senão, qual seria o motivo da fuga?
- Eu já falei. Não me pressione.
- Tudo bem. Quando foi a última vez que falou com Laura?
- Faz uma semana. Nós combinamos de nos encontrar aqui.
- Para o assassinato?
- Ai! Ai! Eu entro em total desespero assim!
- Por quê?
- Porque eu sou desse jeito, o que se pode fazer.
- Última pergunta. Não notou nada de estranho nesse telefonema?
- Não. Nada.
- Vamos parar agora. Eu também preciso descansar – finaliza o delegado.
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Simplesmente uma morte?
Misteri / ThrillerInspirado nos livros da Agatha Christie. Uma morte em um casarão isolado em Campos do Jordão. Vários suspeitos. Um romance policial instigante feito com um toque de humor. Quem irá descobrir o assassino primeiro??